MENSAGEM DA CRUZ

MENSAGEM DA CRUZ
ESPAÇO LITERARIO SOBRE A MENSAGEM DA CRUZ :

domingo, 30 de abril de 2017

A COMPRA E VENDA DE INDULGÊNCIAS NA ERA MEDIEVAL – POR MAURÍLIO SOUZA...



Era medieval - A Idade Média (adj. medieval) é um período da história da Europa entre os séculos V e XV. Inicia-se com a Queda do Império Romano do Ocidente e termina durante a transição para a Idade Moderna. Neste período insano e turbulento no âmbito espiritual, a ponto de ser considerada a chamada época das trevas ou de plena escuridão da religião com perseguição e morte aos chamados hereges que eram aqueles que se contrapunha contra os princípios da Igreja Católica Apostólica Romana...

O perdão dos pecados é uma obra da cruz de Cristo, faz parte da nova aliança feita por Deus aos homens através do sacrifício vicário de Jesus Cristo que por uma vez só pagou pelo perdão dos nossos pecados e salvação da nossa alma!!! Deus perdoa todo o tipo de pecado, ainda que não inocenta o culpado. Aquele que aceita Jesus é justificado e tratado como justo porque há dois mil anos Jesus foi tratado e condenado como culpado...

Mas isto não bastava para a igreja Católica e nesta pratica cobrava-se em dinheiro vivo nas praças e feiras das cidades a chamada indulgencia. Na doutrina católica, Indulgência (do latim indulgentia, que provém de indulgeo, "para ser gentil") é o perdão fora dos sacramentos, total ou parcial, e "da pena temporal devida, para a justiça de Deus, pelos pecados que foram perdoados, ou seja, do mal causado como consequência do pecado já perdoado...

Nesta época surgiu a antológica frase que revoltou a Martinho Lutero - ''Quando a moeda no cofre cai, uma alma do purgatório sai''... Johann Tetzel!!!



Para se diminuir a culpa e a pena dos pecadores, a Santa Igreja Católica Apostólica Romana, durante fins da Idade Média Europeia, passa a fazer “negócios” com essa “graça”, em troca claro, de parte do patrimônio dos desafortunados. Durante o Pontificado do Papa Leão X (1513 – 1521), essa prática atingiu o seu auge. Seque aqui, uma lista, isso mesmo, uma lista com alguns dos perdões previstos e seus respectivos valores ou pagamentos.

O eclesiástico que incorrer em pecado carnal, seja com freiras, primas, sobrinhas, afilhadas ou, enfim, com outra mulher qualquer, será absolvido mediante o pagamento de 67 libras e 12 soldos.

Se o Eclesiástico, além do pecado de fornicação, pedir para ser absolvido do pecado contra a natureza ou bestialidade, deverá pagar 219 libras e 15 soldos. Mas tiver cometido pecado contra a natureza com crianças ou animais, e não com uma mulher, pagará apenas 131 libras e 15 soldos.

O Sacerdote que deflorar uma virgem pagará 2 libras e 8 soldos.

A Religiosa que quiser ser abadessa após ter se entregado a um ou mais homens simultaneamente ou sucessivamente, dentro ou fora do convento, pagará 131 libras e 15 soldos.

Os sacerdotes que quiserem viver em concubinato com seus parentes pagarão 76 libras e 1 soldo.

Para cada pecado de luxúria cometido por um leigo, a absolvição custará 27 libras e 1 soldo.

A mulher adúltera que pedir a absolvição para se ver livre de qualquer processo e ser dispensada para continuar com a relação ilícita pagará ao Papa 87 libras e 3 soldos. Em um caso análogo, o marido pagará o mesmo montante; se tiverem cometido incesto com o próprio filho, acrescentar-se-ão 6 libras pela consciência.

A absolvição e a certeza de não ser perseguido por crime de roubo, furto ou incêndio custarão ao culpado 131 libras e 7 soldos.

A absolvição de homicídio simples cometido contra a pessoa de um leigo custará 15 libras, 4 soldos e 3 denários. Se o assassino tiver matado dois ou mais homens em um único dia, pagará como se tivesse assassinado um só.

A lista da INDULGENCIA é longa, segue com pelos menos 35 condições de pagamento. Para ler mais, consultar: O LIVRO NEGRO DO CRISTIANISMO – Dois Mil Anos de Crimes em Nome de Deus. - Autores: Jacopo Fo., Sergio Tomat e Laura Malucelli...

O perdão é uma das coisas mais libertadoras que alguém pode fazer. A falta de perdão é como uma pedra amarrada na perna de alguém, que a arrasta para o fundo do mar. – “Tu és bondoso e perdoador, Senhor, rico em graça para com todos os que te invocam”. Salmos 86:5... – “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça”. 1 João 1:9...

“Deus te abençoe” Pr Maurílio Souza...

sábado, 29 de abril de 2017

SANTA INQUISIÇÃO!!!



A Inquisição é um grupo de instituições dentro do sistema jurídico da Igreja Católica Romana, cujo objetivo é combater a heresia. Começou no século XII na França para combater a propagação do sectarismo religioso, em particular, em relação aos cátaros e valdenses... Santa Inquisição da Igreja Católica – Era um tribunal onde se julgava casos de heresia e “bruxaria”, aonde as penas iam de tortura à morte na fogueira: assim era a Santa Inquisição Medieval. É logico que a fachada de matar na fogueira os supostos praticantes de bruxarias com isso muitos Cristãos fervorosos a Deus e a bíblia eram torturados e mortos pelas leis de morte e crueldade promulgada pela igreja católica e seus cleros revoltados com o crescimento dos verdadeiros evangelistas da fé!!!

Não é possível negar o passado da Igreja Católica, seus tribunais, torturas e condenação. É como negar o Holocausto ou a Ditadura Militar. Curiosamente, há grupos religiosos que negam estas praticadas extremas cometidas pela Igreja Católica, mas a perseguição promovida pela Igreja Católica contra cientistas e pensadores existiu condenando a morte pela fogueira, decapitação e enforcamentos muitos homens que morreram juntos com suas descobertas cientistas, obras literárias e a destruição de muitas descobertas de curas pela medicina e ciência, o castigo e morte de artes e seus criadores.

A primeira constatação de que a Igreja Católica matou, e matou muito, foi dada quando o Papa João Paulo II veio a público pedir perdão no dia 15/04/2004 (terça-feira) pelos crimes de morte e tortura cometidos pela Santa Inquisição. Ele se desculpou pelos “erros cometidos a serviço da verdade por meio do uso de métodos que não têm relação com a palavra do Senhor“. O Papa disse, que o pedido de perdão valia “tanto para os dramas relacionados com a Inquisição quanto para as feridas deixadas na memória [coletiva] depois daquilo“. A declaração papal foi lida em uma carta durante uma entrevista coletiva convocada para o lançamento de um livro sobre a Inquisição (Época, 2004).


Assim sendo, a própria Igreja Católica reconhece os erros e crimes cometidos contra a humanidade ao torturar, julgar e condenar pessoas em nome de uma verdade absoluta cristã. Durante toda a Idade Média, houve uma luta pelo poder e imposição da verdade absoluta cristã da Igreja Católica sobre os cientistas e filósofos. A Igreja impunha-se como detentora da verdade sobre todos os assuntos, inclusive sobre a natureza. Essa atitude durante séculos impediu a liberdade investigativa da natureza; inicialmente no conhecimento grego que foi banido e a partir do século XII, com Tomás de Aquino e outros “pais da Igreja”, apresentado algumas visões filosóficas da natureza dos gregos que foram incorporadas na Teologia Católica e impostas à sociedade. Dessa forma, a Igreja Católica concentrava-se em si mesma a autoridade para assuntos religiosos e da natureza: autoridade e autoritarismo a qual todos deviam se submeter, sob ameaças de terríveis punições (Gruning, 2007).

A santa inquisição colocou um freio de mão ao desenvolvimento da sociedade seja em seus pensamentos modernistas como em suas descobertas trazendo um grande retrocesso no caminho da humanidade!!! - Na Idade Média, muitos cientistas foram perseguidos, censurados e até condenados por defenderem ideias contrárias à doutrina cristã. O caso mais comum foi protagonizado pelo, já citado, astrônomo italiano Galileu Galilei que quase foi condenado á fogueira por afirmar que o planeta Terra girava ao redor do Sol (heliocentrismo). Teve que censurar sua própria afirmativa para não perder a vida: ou seja, foi perseguido. A mesma sorte não teve o cientista italiano Giordano Bruno que foi julgado e condenado a morte pelo tribunal.

Não vamos dizer sorte e sim covardia para negar seus princípios idealistas, pois estas eram as exigências do santo clero que de santo não tem nada, pois suas praticas profanas demonstravam suas reais intenções que era matar seguindo a ordem do grande inimigo de Deus que veio para matar, roubar e destruir...

Giordano Bruno foi condenado por sustentar opiniões contrárias à fé católica ao apoiar a visão copernicana. Sua condenação foi resumida em: contestar ministros da igreja, negar à fé católica sobre a Trindade, a divindade de Cristo e a encarnação, a Jesus como Cristo, a virgindade de Maria mãe de Jesus e a Transubstanciação quanto a Missa. Também por reivindicar a existência de uma pluralidade de mundos e suas eternidades, por acreditar em metempsicose e na transmigração da alma humana em brutos e envolvimento com magia e adivinhação (Firpo, 1993)...


O Tribunal do Santo Ofício da Inquisição foi fundado pelo Papa Gregório IX (1.145 – 1.241) que mandou para a fogueira milhares de pessoas que eram consideradas hereges, ou seja, que seguiam doutrinas ou práticas contrárias ao que era definido pela Igreja Católica: por praticarem atos considerados bruxaria, heresia ou simplesmente por serem praticantes de outra religião que não fosse o catolicismo. Curiosamente, os alquímicos eram considerados bruxos, mas foram importantes para o desenvolvimento da ciência. Os “bruxos” foram os criadores do Oleum vitriolum e da Aqua fortis conhecidos respectivamente hoje como e ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico (HNO3).

Grande parte do conhecimento que a ciência teve sobre anatomia, química e matemática foi produzido por pessoas em situações que eram condenáveis pela Igreja Católica. Da Vinci que fez preciosos esboços de anatomia abria corpos durante a madrugada para corta-los e pintar suas obras, pois a Inquisição consideraria um praticante de bruxaria se fosse descoberto.

Historicamente, é perceptível a ascensão da autoridade e domínio opressor da Igreja Católica sobre dos povos. Em 1252, a situação piorou quando o Papa Inocêncio IV publicou um documento chamado “Ad Exstirpanda”, onde autoriza o uso da tortura como forma de conseguir a conversão. O documento foi sendo renovado pelos papas seguintes reforçando o poder da Igreja e a perseguição (Bishop, 2006).

Houve inclusive a criação do Malleus Maleficarum, título original em latim do chamado “O Martelo das Bruxas” publicado em 1486 ou 1487 pelos dominicanos Heinrich Kraemer e James Sprenger, na Alemanha (Broedel, 2002), em cumprimento à bula papal Summis Desiderantis Affectibus de Inocêncio VIII. Era um manual de tortura completo que descrevia e ensinava os métodos mais dolorosos de tortura e como aplica-los aos praticantes de heresias. Ele tornou-se o principal guia dos inquisidores pelo restante do século XV e séculos seguintes; embora outros manuais tenham sido escritos no período, este é dos mais perversos e cruéis utilizados para torturas e matar quem fosse considerado herege (Rodrigues, 2012).



O Index Librorum Prohibitorum, em tradução livre o “Índice dos Livros Proibidos”, teve sua primeira versão promulgada pelo Papa Paulo IV em 1559 e estabeleceu uma lista de publicações literárias que eram proibidas pela Igreja Católica e as regras para que um livro entrasse nessa lista eram teorias que a Igreja Católica Apostólica Romana não apoiasse (Cambridge, 1999). Nessa lista estavam livros que iam contra os dogmas da Igreja e que continham conteúdo tido como impróprio. Muitos pensadores e cientistas entraram nesta lista: Giordano Bruno, Nicolau Maquiavel, Voltaire, Erasmo de Roterdã, John Locke, Berkeley, Denis Diderot, Blaise Pascal, Thomas Hobbes, René Descartes, Rousseau, Montesquieu, David Hume ou Immanuel Kant, Pascal, Dante de Alighieri (na qual a igreja Católica idealizou a noção atual de inferno, bem caracterizada nos quadros de Botticelli), Descartes, Jean-Jacques Rousseau.
A trigésima segunda edição do Index, publicada em 1948, continha mais de 4000 títulos censurados por várias razões: heresia, deficiência moral, sexualidade explícita, incorreção política, etc. O Index foi abolido somente em 14 de junho de 1966 pelo Papa Paulo VI (Cambridge, 1999).

Nota-se então que não é possível defender a tese de que a Igreja Católica não perseguia quem contrariasse sua verdade absoluta. De fato, Gustav Henningsen e Jaime Contreras estudaram os registros da Inquisição Espanhola, que lista 44.674 casos, dos quais 826 resultaram em execuções e 778 em efígies (criação de bonecos de palha que eram queimados no lugar da pessoa) (Henningsen, 1992). William Monter estima 1.000 execuções ocorreram entre 1530-1630 e 250 entre 1630-1730 (Monter, 2003). Jean-Pierre Dedieu estudou os registros do tribunal de Toledo, que colocou 12 mil pessoas em julgamento (Dedieu, 1981). A Inquisição Espanhola foi uma instituição fundada em 1478 por Fernando II de Aragão e Isabel de Castela para manter a ortodoxia Católica em seus reinos que atuou de 1478 até 1834.

Abelardo (1079-1142) foi um dos melhores filósofos clericais do século 12. Sua fama e ideias lhe rendeu muitas críticas de seus colegas escolásticos e ele foi repetidamente julgado por heresia do sabelianismo (crença não-trinitária) em um sínodo provincial em Soissons em 1121. Seus ensinamentos o levaram a queimar seu livro antes de ser encarcerado no convento de St. Medard em Soissons. Mais tarde, em 1141 um conselho da igreja acusou-o de uma série de novas heresias. Sua condenação foi confirmada por Roma, um ano mais tarde. Ele morreu a caminho de Roma, com a intenção de recorrer a sentença (Marenbon, 2004).

Amaury de Chartres era um nativo de Bene, perto de Chartres. Ele viveu em Paris, onde deu aulas de lógica e ensinando sobre panteísmo. Por sua obra Physion, foi condenado pela bula do Papa de Inocêncio III em 1204 e queimado. Dez dos seus discípulos também foram queimados em Paris em 20 de dezembro de 1210. Mesmo depois de morto, seus ossos foram exumados e colocados nas chamas novamente (Geschichte Häresie).
Wiliiam Tyndale (1484-1536) também passou por maus bocados por traduzir a Bíblia em inglês. Tyndale estudou as escrituras e começou a defender as teses da Reforma Protestante, muitas das quais eram consideradas heréticas, primeiro pela Igreja Católica que passou a persegui-lo e depois pela Igreja Anglicana. As traduções de Tyndale foram banidas pelas autoridades e o próprio Tyndale foi queimado na fogueira em 1536 em Vilvoorde (Bruxelas), na atual Bélgica, sob o comando de agentes de Henrique VIII e a Igreja Anglicana (Tyndale).

Johannes Kepler (1571-1630) foi um astrônomo e matemático alemão, considerado figura-chave da revolução científica do século XVII. É mais conhecido por ter formulado as três leis fundamentais da mecânica celeste, conhecidas como Leis de Kepler. Em sua vida, Kepler foi diversas vezes perseguido pela Contra-Reforma Católica. A Contra-Reforma, também conhecida por Reforma Católica é o nome dado ao movimento que surgiu no seio da Igreja Católica como resposta à Reforma Protestante iniciada com Lutero, a partir de 1517.
Sua família foi perseguida por bruxaria e Kepler faleceu em 1628, durante a Guerra dos Trinta Anos. Sua vida e trabalho assinalam o nascimento da astronomia moderna (Costa, 2006).
Tommaso Campanella (1568-1639) era um filósofo, teólogo, astrólogo, e poeta italiano cujos pontos de vista, especialmente sua oposição à autoridade de Aristóteles, colocou em conflito direto com as autoridades eclesiásticas. Ele foi denunciado à Inquisição Romana e no Tribunal do Santo Ofício em Roma, sendo preso em um convento até 1597. Posteriormente foi capturado e preso em Nápoles, onde foi torturado na cremalheira.

Ele fez uma confissão completa e teria sido condenado à morte se não tivesse fingido uma suposta loucura e até colocou fogo em sua cela. Foi torturado ainda mais (em um total de sete vezes) e, em seguida, quando estava aleijado e doente, foi condenado a prisão perpétua. Campanella passou vinte e sete anos preso em Nápoles, nas condições mais deploráveis que um ser humano poderia ficar. Durante sua detenção, ele escreveu suas obras mais importantes e posteriormente libertado em 1626, pelo Papa Urbano VIII, que, pessoalmente, intercedeu em seu nome com Filipe IV da Espanha. 

Levado para Roma e mantido por um tempo pela Inquisição, Campanella foi restabelecido a liberdade em 1629. Ele viveu por cinco anos em Roma, onde foi assessor de Urbano em assuntos astrológicos. Em 1634, em uma nova conspiração na Calábria, liderada por um de seus seguidores surgiu novas ameaças de condenação. Com a ajuda do cardeal Barberini e o embaixador francês de Noailles, ele fugiu para a França, onde foi recebido na corte de Louis XIII. Protegido pelo Cardeal Richelieu e recebeu uma pensão do rei, passou o resto de seus dias em o convento de Saint-Honoré, em Paris (Firpo, 1974).

Muitos outros estudos e memorias sobre a inquisição catolica estão registrados na historia do mundo!!!
 
 

Portanto, quando alguma pessoa disser que não houve perseguição da Igreja Católica a livres pensadores, filósofos, cientistas ou mesmo pessoas com formações religiosas distintas, descrentes, e críticos da Igreja esta afirmativa é falsa. O registro histórico é rico em detalhes de pessoas que foram perseguidas, acusados de heresia, torturados e mortos pela Igreja. Quando alguém nega algo que é de conhecimento mundial esta tentando esconder a história suja de suas crenças pessoais ou esta propagandeando uma afirmativa enganosa.

“Deus te abençoe” Pr Maurílio souza...