10
longos anos internado no holocausto brasileiro
Podemos
dizer que quando nasci foi como um alento na família Souza, pois meu pai recém-saído
do hospital de Barbacena onde viveu por muitos anos (10 anos) em um lugar
chamado como a; Sucursal do inferno,
depósito de lixo humano, porão da loucura. As expressões são usadas para tentar
definir o Hospício de Barbacena, conhecido como Colônia, e dão a dimensão da
barbárie cometida no maior sanatório do Brasil, do início do século XX até os
anos 80. As crueldades relatadas no livro Holocausto Brasileiro (Geração
Editorial, 39,90 reais), porém, vão além... Veja vídeo:
Lembro quando criança eu cresci mediante ao
grande silencio na família que procurava esconder e não comentar as
barbaridades vividas pelo meu pai José Oswaldo de Souza conhecido como major um
homem tranquilo amoroso e com momentos de mudanças de comportamento, entre a
calmaria de espirito com uma sanidade cruel, meu pai tinha um que hoje eu
defino como excesso de proteção aos filhos onde ele entrava no quarto com meus
irmãos e não deixava ninguém entrar com um extinto de proteção quase a beira de
uma loucura...
Minha irmã Zélia contava algumas lembranças do
dia que pegaram meu pai amarraram como se fosse um animal e levaram para o
hospital conhecido por suas barbaridades;
Vivendo por longos 10 anos as torturas aos
experimentos de drogas que eram testadas nos pacientes, você me pergunta como
em um índice de mortes tão grande seu pai saiu de lá vivo e apto para novamente
viver na sociedade? Como apesar das terríveis lembranças não reveladas no
silencio de um olhar triste e meigo? Um pai
amoroso, trabalhador que me cercou de carinho como sobreviveu do chamado
holocausto brasileiro? Eu te respondo um milagre que me trouxe a existência
onde Deus em sua infinita bondade me deu como presente o melhor pai do
mundo....
Relato de alguns fatos do hospital de loucos da
cidade de Barbacena; A obra da jornalista mineira Daniela Arbex, que acaba de
chegar às livrarias, conta assombrosas histórias de pessoas que morreram ali -
foram cerca de 60 000 ao longo de oito décadas, segundo o governo estadual, com base nos
registros do hospital - ou que sobreviveram em condições desumanas. Inaugurado em 1903, o Colônia foi o
primeiro hospício de Minas Gerais, instalado no município a 169 quilômetros da
capital, na Serra da Mantiqueira....
Seu funcionamento, no entanto, se assemelhava
mais ao de um campo de concentração. Na década de 30, o hospital abrigava 25
vezes mais internos que sua capacidade permitia. Para driblar a superlotação, a
direção substituiu camas por capim, que ocupava menos espaço. Por falta de
roupas, muitas pessoas circulavam nuas. A comida era escassa e da pior
qualidade. Os filhos das internas eram entregues, sem autorização, para adoção
por outras famílias. Durante a década de 70, os corpos dos mortos eram vendidos
às faculdades de medicina do estado...
“Deus te abençoe e te livre das barbaridades
humanas”
OBS: Meu pai viveu entre as sanidades em meio às
barbaridades e holocausto e tristezas no porão dos loucos por cerca de; 3650
dias longe da família, jogado e abandonado pela sociedade sofrendo as
barbáries e insanidades humanas.
Pr Maurílio Souza
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