A
Inquisição é um grupo de instituições dentro do sistema jurídico da Igreja
Católica Romana, cujo objetivo é combater a heresia. Começou no século XII na
França para combater a propagação do sectarismo religioso, em particular, em
relação aos cátaros e valdenses... Santa Inquisição da Igreja Católica – Era um
tribunal onde se julgava casos de heresia e “bruxaria”, aonde as penas iam de
tortura à morte na fogueira: assim era a Santa Inquisição Medieval. É logico
que a fachada de matar na fogueira os supostos praticantes de bruxarias com
isso muitos Cristãos fervorosos a Deus e a bíblia eram torturados e mortos
pelas leis de morte e crueldade promulgada pela igreja católica e seus cleros
revoltados com o crescimento dos verdadeiros evangelistas da fé!!!
Não
é possível negar o passado da Igreja Católica, seus tribunais, torturas e
condenação. É como negar o Holocausto ou a Ditadura Militar. Curiosamente, há
grupos religiosos que negam estas praticadas extremas cometidas pela Igreja Católica,
mas a perseguição promovida pela Igreja Católica contra cientistas e pensadores
existiu condenando a morte pela fogueira, decapitação e enforcamentos muitos
homens que morreram juntos com suas descobertas cientistas, obras literárias e
a destruição de muitas descobertas de curas pela medicina e ciência, o castigo
e morte de artes e seus criadores.
A
primeira constatação de que a Igreja Católica matou, e matou muito, foi dada
quando o Papa João Paulo II veio a público pedir perdão no dia 15/04/2004
(terça-feira) pelos crimes de morte e tortura cometidos pela Santa Inquisição.
Ele se desculpou pelos “erros cometidos a serviço da verdade por meio do uso de
métodos que não têm relação com a palavra do Senhor“. O Papa disse, que o
pedido de perdão valia “tanto para os dramas relacionados com a Inquisição
quanto para as feridas deixadas na memória [coletiva] depois daquilo“. A
declaração papal foi lida em uma carta durante uma entrevista coletiva
convocada para o lançamento de um livro sobre a Inquisição (Época, 2004).
Assim
sendo, a própria Igreja Católica reconhece os erros e crimes cometidos contra a
humanidade ao torturar, julgar e condenar pessoas em nome de uma verdade
absoluta cristã. Durante toda a Idade Média, houve uma luta pelo poder e
imposição da verdade absoluta cristã da Igreja Católica sobre os cientistas e
filósofos. A Igreja impunha-se como detentora da verdade sobre todos os
assuntos, inclusive sobre a natureza. Essa atitude durante séculos impediu a
liberdade investigativa da natureza; inicialmente no conhecimento grego que foi
banido e a partir do século XII, com Tomás de Aquino e outros “pais da Igreja”,
apresentado algumas visões filosóficas da natureza dos gregos que foram
incorporadas na Teologia Católica e impostas à sociedade. Dessa forma, a Igreja
Católica concentrava-se em si mesma a autoridade para assuntos religiosos e da
natureza: autoridade e autoritarismo a qual todos deviam se submeter, sob
ameaças de terríveis punições (Gruning, 2007).
A
santa inquisição colocou um freio de mão ao desenvolvimento da sociedade seja
em seus pensamentos modernistas como em suas descobertas trazendo um grande
retrocesso no caminho da humanidade!!! - Na Idade Média, muitos cientistas
foram perseguidos, censurados e até condenados por defenderem ideias contrárias
à doutrina cristã. O caso mais comum foi protagonizado pelo, já citado,
astrônomo italiano Galileu Galilei que quase foi condenado á fogueira por
afirmar que o planeta Terra girava ao redor do Sol (heliocentrismo). Teve que
censurar sua própria afirmativa para não perder a vida: ou seja, foi
perseguido. A mesma sorte não teve o cientista italiano Giordano Bruno que foi
julgado e condenado a morte pelo tribunal.
Não
vamos dizer sorte e sim covardia para negar seus princípios idealistas, pois
estas eram as exigências do santo clero que de santo não tem nada, pois suas
praticas profanas demonstravam suas reais intenções que era matar seguindo a
ordem do grande inimigo de Deus que veio para matar, roubar e destruir...
Giordano
Bruno foi condenado por sustentar opiniões contrárias à fé católica ao apoiar a
visão copernicana. Sua condenação foi resumida em: contestar ministros da
igreja, negar à fé católica sobre a Trindade, a divindade de Cristo e a
encarnação, a Jesus como Cristo, a virgindade de Maria mãe de Jesus e a
Transubstanciação quanto a Missa. Também por reivindicar a existência de uma
pluralidade de mundos e suas eternidades, por acreditar em metempsicose e na
transmigração da alma humana em brutos e envolvimento com magia e adivinhação
(Firpo, 1993)...
O
Tribunal do Santo Ofício da Inquisição foi fundado pelo Papa Gregório IX (1.145
– 1.241) que mandou para a fogueira milhares de pessoas que eram consideradas
hereges, ou seja, que seguiam doutrinas ou práticas contrárias ao que era
definido pela Igreja Católica: por praticarem atos considerados bruxaria,
heresia ou simplesmente por serem praticantes de outra religião que não fosse o
catolicismo. Curiosamente, os alquímicos eram considerados bruxos, mas foram
importantes para o desenvolvimento da ciência. Os “bruxos” foram os criadores
do Oleum vitriolum e da Aqua fortis conhecidos respectivamente hoje como e
ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido nítrico (HNO3).
Grande
parte do conhecimento que a ciência teve sobre anatomia, química e matemática
foi produzido por pessoas em situações que eram condenáveis pela Igreja
Católica. Da Vinci que fez preciosos esboços de anatomia abria corpos durante a
madrugada para corta-los e pintar suas obras, pois a Inquisição consideraria um
praticante de bruxaria se fosse descoberto.
Historicamente,
é perceptível a ascensão da autoridade e domínio opressor da Igreja Católica
sobre dos povos. Em 1252, a situação piorou quando o Papa Inocêncio IV publicou
um documento chamado “Ad Exstirpanda”, onde autoriza o uso da tortura como
forma de conseguir a conversão. O documento foi sendo renovado pelos papas
seguintes reforçando o poder da Igreja e a perseguição (Bishop, 2006).
Houve
inclusive a criação do Malleus Maleficarum, título original em latim do chamado
“O Martelo das Bruxas” publicado em 1486 ou 1487 pelos dominicanos Heinrich
Kraemer e James Sprenger, na Alemanha (Broedel, 2002), em cumprimento à bula
papal Summis Desiderantis Affectibus de Inocêncio VIII. Era um manual de
tortura completo que descrevia e ensinava os métodos mais dolorosos de tortura
e como aplica-los aos praticantes de heresias. Ele tornou-se o principal guia
dos inquisidores pelo restante do século XV e séculos seguintes; embora outros
manuais tenham sido escritos no período, este é dos mais perversos e cruéis
utilizados para torturas e matar quem fosse considerado herege (Rodrigues,
2012).
O
Index Librorum Prohibitorum, em tradução livre o “Índice dos Livros Proibidos”,
teve sua primeira versão promulgada pelo Papa Paulo IV em 1559 e estabeleceu
uma lista de publicações literárias que eram proibidas pela Igreja Católica e
as regras para que um livro entrasse nessa lista eram teorias que a Igreja
Católica Apostólica Romana não apoiasse (Cambridge, 1999). Nessa lista estavam
livros que iam contra os dogmas da Igreja e que continham conteúdo tido como
impróprio. Muitos pensadores e cientistas entraram nesta lista: Giordano Bruno,
Nicolau Maquiavel, Voltaire, Erasmo de Roterdã, John Locke, Berkeley, Denis
Diderot, Blaise Pascal, Thomas Hobbes, René Descartes, Rousseau, Montesquieu,
David Hume ou Immanuel Kant, Pascal, Dante de Alighieri (na qual a igreja
Católica idealizou a noção atual de inferno, bem caracterizada nos quadros de
Botticelli), Descartes, Jean-Jacques Rousseau.
A
trigésima segunda edição do Index, publicada em 1948, continha mais de 4000
títulos censurados por várias razões: heresia, deficiência moral, sexualidade
explícita, incorreção política, etc. O Index foi abolido somente em 14 de junho
de 1966 pelo Papa Paulo VI (Cambridge, 1999).
Nota-se
então que não é possível defender a tese de que a Igreja Católica não perseguia
quem contrariasse sua verdade absoluta. De fato, Gustav Henningsen e Jaime
Contreras estudaram os registros da Inquisição Espanhola, que lista 44.674
casos, dos quais 826 resultaram em execuções e 778 em efígies (criação de
bonecos de palha que eram queimados no lugar da pessoa) (Henningsen, 1992).
William Monter estima 1.000 execuções ocorreram entre 1530-1630 e 250 entre
1630-1730 (Monter, 2003). Jean-Pierre Dedieu estudou os registros do tribunal
de Toledo, que colocou 12 mil pessoas em julgamento (Dedieu, 1981). A
Inquisição Espanhola foi uma instituição fundada em 1478 por Fernando II de
Aragão e Isabel de Castela para manter a ortodoxia Católica em seus reinos que
atuou de 1478 até 1834.
Abelardo
(1079-1142) foi um dos melhores filósofos clericais do século 12. Sua fama e
ideias lhe rendeu muitas críticas de seus colegas escolásticos e ele foi
repetidamente julgado por heresia do sabelianismo (crença não-trinitária) em um
sínodo provincial em Soissons em 1121. Seus ensinamentos o levaram a queimar
seu livro antes de ser encarcerado no convento de St. Medard em Soissons. Mais
tarde, em 1141 um conselho da igreja acusou-o de uma série de novas heresias.
Sua condenação foi confirmada por Roma, um ano mais tarde. Ele morreu a caminho
de Roma, com a intenção de recorrer a sentença (Marenbon, 2004).
Amaury
de Chartres era um nativo de Bene, perto de Chartres. Ele viveu em Paris, onde
deu aulas de lógica e ensinando sobre panteísmo. Por sua obra Physion, foi
condenado pela bula do Papa de Inocêncio III em 1204 e queimado. Dez dos seus
discípulos também foram queimados em Paris em 20 de dezembro de 1210. Mesmo
depois de morto, seus ossos foram exumados e colocados nas chamas novamente
(Geschichte Häresie).
Wiliiam
Tyndale (1484-1536) também passou por maus bocados por traduzir a Bíblia em
inglês. Tyndale estudou as escrituras e começou a defender as teses da Reforma
Protestante, muitas das quais eram consideradas heréticas, primeiro pela Igreja
Católica que passou a persegui-lo e depois pela Igreja Anglicana. As traduções
de Tyndale foram banidas pelas autoridades e o próprio Tyndale foi queimado na
fogueira em 1536 em Vilvoorde (Bruxelas), na atual Bélgica, sob o comando de
agentes de Henrique VIII e a Igreja Anglicana (Tyndale).
Johannes
Kepler (1571-1630) foi um astrônomo e matemático alemão, considerado
figura-chave da revolução científica do século XVII. É mais conhecido por ter
formulado as três leis fundamentais da mecânica celeste, conhecidas como Leis
de Kepler. Em sua vida, Kepler foi diversas vezes perseguido pela
Contra-Reforma Católica. A Contra-Reforma, também conhecida por Reforma
Católica é o nome dado ao movimento que surgiu no seio da Igreja Católica como
resposta à Reforma Protestante iniciada com Lutero, a partir de 1517.
Sua
família foi perseguida por bruxaria e Kepler faleceu em 1628, durante a Guerra
dos Trinta Anos. Sua vida e trabalho assinalam o nascimento da astronomia
moderna (Costa, 2006).
Tommaso
Campanella (1568-1639) era um filósofo, teólogo, astrólogo, e poeta italiano
cujos pontos de vista, especialmente sua oposição à autoridade de Aristóteles,
colocou em conflito direto com as autoridades eclesiásticas. Ele foi denunciado
à Inquisição Romana e no Tribunal do Santo Ofício em Roma, sendo preso em um
convento até 1597. Posteriormente foi capturado e preso em Nápoles, onde foi
torturado na cremalheira.
Ele
fez uma confissão completa e teria sido condenado à morte se não tivesse fingido
uma suposta loucura e até colocou fogo em sua cela. Foi torturado ainda mais
(em um total de sete vezes) e, em seguida, quando estava aleijado e doente, foi
condenado a prisão perpétua. Campanella passou vinte e sete anos preso em
Nápoles, nas condições mais deploráveis que um ser humano poderia ficar.
Durante sua detenção, ele escreveu suas obras mais importantes e posteriormente
libertado em 1626, pelo Papa Urbano VIII, que, pessoalmente, intercedeu em seu
nome com Filipe IV da Espanha.
Levado
para Roma e mantido por um tempo pela Inquisição, Campanella foi restabelecido
a liberdade em 1629. Ele viveu por cinco anos em Roma, onde foi assessor de
Urbano em assuntos astrológicos. Em 1634, em uma nova conspiração na Calábria,
liderada por um de seus seguidores surgiu novas ameaças de condenação. Com a
ajuda do cardeal Barberini e o embaixador francês de Noailles, ele fugiu para a
França, onde foi recebido na corte de Louis XIII. Protegido pelo Cardeal
Richelieu e recebeu uma pensão do rei, passou o resto de seus dias em o
convento de Saint-Honoré, em Paris (Firpo, 1974).
Muitos
outros estudos e memorias sobre a inquisição catolica estão registrados na
historia do mundo!!!
Portanto,
quando alguma pessoa disser que não houve perseguição da Igreja Católica a
livres pensadores, filósofos, cientistas ou mesmo pessoas com formações
religiosas distintas, descrentes, e críticos da Igreja esta afirmativa é falsa.
O registro histórico é rico em detalhes de pessoas que foram perseguidas,
acusados de heresia, torturados e mortos pela Igreja. Quando alguém nega algo
que é de conhecimento mundial esta tentando esconder a história suja de suas
crenças pessoais ou esta propagandeando uma afirmativa enganosa.
“Deus
te abençoe” Pr Maurílio souza...