Lagrimas que rolam de
saudade e lembranças que vem com vento trazendo seus cheiros e gostos aguçados na
memoria saudosa dos meus que se foram sem despedir deixando apenas o vácuo que
em meio ao buraco deixa algo no espaço de estar faltando alguma coisa. Lembro-me
de minha irmã de criação Geni que morreu precocemente deixando muita saudade
daquele sorriso em sua boca com lábios grossos e bonitos, lembro-me da espera de sua
chegada do colégio para o lanche antes de dormir dos seus contos ensorrizados
deixando um som de alegria no ambiente de nossa sala...
Lembro-me dos meus
gritos de desespero e saudade da perda de minha irmã que não era de sangue, mas
do coração que mantinha em nosso dna a sutileza mais pura e mais forte que vem
da força do amor. Geni em sua vida de lutas e sofrimento onde o destino só lhe
jogou pedras como nas letras do velho Chico. Lembro-me de minha irmã Nilza e do
cheiro e gosto do seu feijão nas suas perguntas fora de hora e fora de ordem
dos seus olhos vivos na força que fazia para ouvir os nossos gritos...
Lembro-me do meu irmão
Nilo dos seus conselhos e sua maneira de me apresentar “este é meu irmão caçula
gente boa nunca foi preso à toa, mas tem um problema é pederasta passivo”, aquilo
que me dava vergonha hoje deixa muita saudade. Lembro-me de minha mãe ate de
suas cachimbadas, seu avental sujo de carvão do velho fogão de lenha na cozinha
de chão batido, das idas ao bar do Jota com seu bichinho de estimação a patinha
que acompanhava minha mãe com uma síndrome de cachorrinha sem coleira, a
patinha só faltava latir...
Lembro-me de meu pai com
sua voz rouca de taquara rachada que era peculiar dos souzas de nossa casa e família,
da sua sanfona de oito baixas dos seus cânticos da “saudade do matão” musica
preferida de minha avó materna. Lembro-me das reuniões de família regada a
muita comida e sorrisos em muitas musicas e brincadeiras nos carteados dos jogos
de bingo valendo moedas das brigas e gritos de roubo. Lembro-me dos passeios na
“arvore da Baba”, dos churrascos no parente, do velho carro utilitário que
carregava vinte pessoas na sua carroceria...
Lembranças deixadas de
vidas passadas no tempo chamado “não voltam mais”...
“Deus te abençoe” Pr
Maurílio Souza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário