Mensagem subliminar; é uma pseudociência e teoria de conspiração, que afirma que uma imagem projetada numa velocidade maior que o olho podia captar, ou oculta num quadro, não será vista conscientemente, mas atingiam diretamente o subconsciente, podendo influenciar as pessoas...
A literatura nos leva a lugares inusitados, tem a liberdade de brincar com mensagens subliminares não captadas no primeiro olhar. No mundo da ficção, principalmente a infantil, esse “tempero” pode gerar polêmica e chamar a atenção de pais, professores e adultos. No clássico Cinderela, da Disney, por exemplo, a encantadora princesa é referência para meninas até hoje. No entanto, o encanto pode ser quebrado quando se descobre que Cinderela tem um gato chamado Lúcifer. Na história, a personagem defende o bichano em diálogo com seu cãozinho: “Lúcifer tem seu lado bom… Ora, ele não pode ser tão mau assim”...
Não
podemos esquecer Satanás, nome escolhido por Dona Clotilde para batizar seu cão
de estimação, que apavorava Chaves e cia. no clássico exibido pelo SBT, entre
outros...
A
polêmica em torno de conteúdos que mencionam conteúdos considerados inadequados
em obras infantis tomou conta das páginas do Facebook recentemente. O motivo é
o livro infanto-juvenil A Máquina de Brincar (editora Bertrand), do escritor
gaúcho Paulo Bentancur. Escritor morto de uma parada cardíaca enquanto dormia
aos 59 anos em 2016...
Poemas:
A obra menciona a figura do diabo como “um bom parceiro”, com mensagens como
“Sossega! Vão falar mal aqueles que não estão contigo. Que não foram convidados
pelo diabo, meu grande amigo”. Os 25 poemas têm ainda desenhos de diabinhos,
com cara de sapeca...
A
Máquina de Brincar, no entanto, não aborda somente o “coisa ruim”. Dividido em
duas partes, o livro fala também de Deus. Para Ler no Claro, com páginas
brancas e poemas mais leves; e Para Ler no Escuro, em páginas pretas, mais
pesado. Mães acusam, mas autor negava apologia...
A
segunda parte do livro é justamente a que assustou algumas mães no Facebook.
Janilda Prata, de Vitória, compartilhou uma mensagem em repúdio ao livro, que –
segundo ela – teria causado espanto em sua filha de nove anos. Para a advogada
Tássia Goulart, que tem um filho de cinco anos, é inadmissível que crianças
dessa idade tenham acesso a obras com conteúdo como esse. “Devemos ter muito
cuidado com o que nossos filhos leem. A criança absorve as coisas. E ainda
corre o risco de se traumatizar”, coloca...
O
escritor Paulo Bentancur defendia sua narrativa e seus personagens. “Quis fazer
um livro diferente. As crianças de hoje são inteligentes, gostam de suspense,
de figuras lendárias. E qual o problema de brincar com Deus e o diabo? Não faço
apologia ao demônio, apenas brinco com o lado bom e o lado mau das coisas”...
Apenas
brincadeira: Paulo Betancur questionava o lugar da literatura, que deveria dar
espaço para falar do “surreal”. Para o autor, a religião tem podado a liberdade
dos artistas e escritores, que muitas vezes fazem apenas uma
“brincadeira”. “Os pequenos sabem que
existe esse mito em torno de Deus e do diabo. O que fiz foi jogar uma piada, de
forma leve”, frisa.
Dizeres
para serem lidos no escuro com um conteúdo; “Ó diabo meu grande amigo vem
brincar comigo, do teu olho, de repente, cai uma lagrima de sangue” poemas com
outras palavras com o mesmo teor com letras vermelhas com um fundo preto, com
uma orientação para serem lidos com a luz apagada...
“Deus
abençoa as crianças do Brasil livrando de toda maldição de escritores que fazem
apologia as trevas”...
Pr
Maurílio Souza...
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