Nasci
em uma casa de pau a pique taquarada e betumada com barro de argila. Nasci em
uma casa de chão batido com portas cortinadas. Nasci em uma casa alumiada de
lampião de querosene.
Nasci
em uma casa de poço de agua no fundo do quintal com corda e carretilha atrelada
em um balde, onde banho era em bacia e no final de semana com chuveiradas de
regador.
Nasci
em uma casa de fogão de lenha com seus cavacos e lenhas abrasadas cozinhava o
feijão, onde a broa de fubá era assada no lume e com brasas em sua tampa. A chaminé
com sua fumaça quente saiam por uma manilhada.
Nasci
em uma casa onde quintal era o habitat natural da bicharada que viviam
harmonizados; galos e galinhas, cachorros e gatos, porcos e cabritos, marrecos
e patos. Nasci em quintal com arvoredos frutíferos; Mangueiras, abacateiros e goiabeiras
faziam os ornamentos da natureza e alegria das criançadas.
Nasci
em uma casa de rádio emparedado na altura de meu pai, com vitrolas com suas
musicas românticas que faziam as trilhas sonoras de nosso lar; Cauby Peixoto,
Orlando Silva, Marlene, Emilinha Borba e Ângela Maria chamados os cantores reis
e rainhas das ondas sonoras radiofônicas.
Nasci
em uma tapera com bancos duros de madeiras de lei, com as divisas sem cercas e
muros sem fronteiras das vizinhadas com uns cuidando dos outros compartilhando
alegrias e tristezas.
Nasci
na simplicidade de uma casa, na humildade de seus moradores na construção de um
lar em pleno amor habitado nos corações de seus moradores, ouvidos nos
trilhados dos pássaros e refletidos nos olhos marejados cheios de recordações e
saudades de seus matutos sertanejados!!!
Deus
te abençoe!!! Maurílio Souza...
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