Assim
também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos
servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer. (Lc 17:10).
Quando
um servo tem lavrado ou apascentado o rebanho, seu senhor não lhe diz: Sente-se
e eu vou esperar por você, porque eu estou profundamente em débito contigo.
Não,
seu senhor lhe pede para preparar a refeição da noite e esperar por ele. Seus
serviços são devidos e, assim, o seu senhor não o elogia como se ele fosse uma
maravilha ou um herói.
Ele
só está fazendo o seu dever se ele persevera desde a luz da manhã até o por do
sol, e nem por isso espera ter seu trabalho realizado para ser admirado ou
recompensado com pagamento extra e humildes agradecimentos.
Nem
devemos nos orgulhar de nossos serviços, mas confessar que somos servos
inúteis.
Este
texto é para nos repreender se pensamos que fizemos o suficiente, que
suportamos a fadiga e o calor do dia por um longo tempo. Se concluirmos que
temos realizado um bom e útil trabalho e que devemos ser convidados para ir
para casa para descansar, o texto nos repreende.
Se
sentimos uma cobiça incomum por conforto e desejo que o Senhor nos dê alguma
recompensa presente e marcante para o que temos feito, o texto nos envergonha.
Isto é próprio de um espírito orgulhoso, inservível (que não serve), e deve ser
abatido com uma mão firme.
Em
primeiro lugar, de que forma podemos ser úteis para Deus?
Elifaz
disse muito bem: Porventura, será o homem de algum proveito a Deus? Antes, o
sábio é só útil a si mesmo. Ou tem o Todo-Poderoso interesse em que sejas justo
ou algum lucro em que faças perfeitos os teus caminhos?, Jó 22.2-3.
Se
temos dado a Deus de nossa substância, é Ele nosso devedor? De que forma é que
se enriquece Aquele a quem pertence toda a prata e todo o ouro?
Se
nós colocamos as nossas vidas com a devoção dos mártires e missionários por
causa dele, o que é isto para Ele, cuja Glória enche os céus e a terra?
Como
podemos sonhar em colocar o Eterno em dívida conosco? Como pode um homem
colocar no seu Criador uma obrigação para com ele? Que não cometamos tal
blasfêmia!!!
Queridos
irmãos e irmãs, devemos lembrar que qualquer serviço que temos sido capazes de
prestar tem sido uma questão de dívida. Espero que nossa santidade não tenha
caído tão baixo que nos leve a dar o crédito a nós mesmos para o pagamento de
nossas dívidas!!!
Eu
não acho os homens no mundo dos negócios orgulhando-se e dizendo: Eu paguei mil
reais esta manhã para o fulano!!! Bem, você deu isto a ele? Não, era tudo
devido a ele!!!
É
isto alguma grande coisa? Já chegamos a um estado de tão baixa moral espiritual
que pensamos que temos feito um grande negócio quando damos a Deus o que lhe é
devido? É Ele que nos fez, e não nós a nós mesmos. Jesus Cristo nos resgatou, não
nós mesmos, pois somos comprados por preço.
Tenha
coragem, você não está servindo um mestre severo e, embora você se chame muito
adequadamente de servo inútil, tenha bom ânimo, porque um veredito mais suave
deve ser pronunciado sobre você antes do tempo.
Você
não é o seu próprio juiz, seja para o bem ou mal, outro juiz está à porta e
quando Ele vier, Ele vai pensar melhor de você do que o seu julgamento permite
ou o que você pensa de si mesmo.
Deus
vai te julgar pela regra da Graça (favor imerecido) e não pela Lei (punitiva e
julgativista) e Ele porá um fim em tudo o que procede de um espírito legalista.
Saiba que a igreja de Deus não é um tribunal que julga o servo útil ou inútil e
sim um hospital de cura aos doentes e que ajuda aos necessitados, se fazemos isto já podemos
ter a honra de ser chamados: “SERVOS INÚTEIS”...
Extraído
de um texto de Charles Haddon Spurgeon, em domínio público, traduzido e
adaptado por Maurílio Souza. (2ª parte do sermão de nº 1541)...
Deus
te abençoe!!! Maurílio Souza...
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