Na leitura da Bíblia é comum encontrar versículos
que dizem que alguém rasgou as suas vestes. Qual o significado deste costume? O
que podemos aprender para os dias de hoje? A prática de rasgar as roupas, nas culturas
orientais, mostrava emoções fortes, geralmente angústia, tristeza ou remorso.
Podemos observar estes sentimentos nos contextos de vários trechos que falam
deste ato.
Quando um mensageiro foi falar para Eli que a arca
da aliança foi perdida e os filhos do sacerdote, mortos, ele chegou com suas
vestes rasgadas (1 Samuel 4:12). Quando Davi ouviu a notícia que Absalão havia
matado os outros filhos do rei (embora tivesse morrido somente Amnon), ele e as
pessoas que estavam com ele rasgaram as roupas (2 Samuel 13:31). Quando os oficiais do governo de Judá ficaram
perturbados com as ameaças dos assírios, foram ao rei com suas vestes rasgadas
(2 Reis 18:37). O sumo sacerdote mostrou ultraje quando Jesus
afirmou a sua divindade, rasgando as próprias roupas e acusando o Filho de Deus
de blasfêmia (Mateus 26:65).
Josias percebeu que o povo não estava obedecendo ao
Senhor e rasgou suas vestes como sinal de angústia e de remorso. Deus aceitou
este comportamento como sinal de seu arrependimento e ouviu sua oração (2 Reis
22:11,18-20).
O mesmo ato por Esdras mostrou seus sentimentos de
vergonha e remorso quando soube do pecado do povo em fazer casamentos com os
povos pagãos. Ele foi orar a Deus com as vestes rasgadas (Esdras 9).
É especialmente nestes últimos casos citados que
encontramos uma lição importante. Deus não olha para as roupas rasgadas, embora
tenham refletido os sentimentos das pessoas angustiadas e arrependidas. Num
livro que avisa bastante sobre a vinda de castigo divino, Deus falou o que ele
realmente quer dos pecadores: “Ainda
assim, agora mesmo, diz o Senhor:
Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com
pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos
ao Senhor, vosso Deus...” (Joel
2:12-13).
Hoje, não temos o costume de rasgar as nossas
roupas, mas devemos chegar a Deus com corações quebrantados e arrependidos!
Rasgar vestes: Sinal comum de pesar entre os judeus, bem como entre outros orientais, especialmente ao ficarem sabendo da morte dum parente achegado. Em muitos casos, consistia em rasgar a parte da frente da veste, apenas o suficiente para expor o peito, de modo que não envolvia necessariamente rasgar inteiramente a veste, tornando-a inadequada para vestir. O primeiro caso dessa prática registrado na Bíblia é o de Rubem, o filho mais velho de Jacó, que, ao retornar e não encontrar José na cisterna, rasgou suas vestes, dizendo: “O menino desapareceu! E eu — para onde é que irei eu?” Como primogênito, Rubem era especialmente responsável por seu irmão mais moço. Seu pai, Jacó, ao ser informado da suposta morte do filho, igualmente rasgou suas capas e pôs serapilheira em sinal de luto (Gên 37:29, 30, 34), e, lá no Egito, os meios-irmãos de José indicaram seu pesar por rasgarem suas vestes quando se fez parecer que Benjamim era ladrão. — Gên 44:13.
Uso Simbólico. Rasgava-se
às vezes a roupa também por motivos simbólicos, como quando Aijá, o profeta,
rasgou a veste que usava em 12 pedaços e mandou que Jeroboão tomasse 10 deles,
representando assim a divisão do reino de Salomão. 1Rs 11:29a39 - De modo similar,
Samuel ilustrou que Jeová rejeitara a casa de Saul por fazer menção da túnica
sem mangas de Samuel que fora rasgada quando Saul o agarrou. — 1Sa 15:26a28.
“Deus te abençoe” Pr Maurílio Souza.
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