Agora
neste momento no silencio da cálida noite fecho os meus olhos, e sou guiado
pelas minhas lembranças fugaz de tempos distantes e remotos de onde nasci e fui
criado; Háaa, aquela casa de pau a pique, chão batido, palhoça de chaminé
liberando a fumaça do fogão de lenha.
Lugar simples de colchão de palha e gente
humilde que anda com seus pés descalços, povo de fala humilde e arrastada, mateiros
que busca lenha nos matos e vive de maneira simples e faceira.
Recém-chegados
da roça da vida no meio da dureza do roçado. sofrendo os ardis da dura batalha
do campo e dos boqueirões com suas mãos calejadas pelas enxadas, agora esta
gente caboclada vivem assustados na cidade grande uma selva de pedra de gente
diferente sem cumprimentos e salvas que passam sem olhar, com olhares soberbos
e distantes...
Vivíamos
dos tratamentos dos animais, cavalos, cabritos, patos e marrecos ouvindo os
cantos dos pássaros presos nas gaiolas e viveiros. Pela manhã as galinhadas se
achegavam na porta da cozinha onde aquela mulher de figura pequena com seu
avental preso em suas mãos cheios de grãos de milho caminha lentamente com seu
chinelo de dedo, espalhando as sementes da alimentação das bicharadas, chamando
cada uma delas pelos nomes.
Casa
pequena de janelas entreabertas, cortinas nas portas dividindo os cômodos do
pequeno lar de meu nascimento no dia vinte de dezembro de mil novecentos e
cinquenta e cinco salvando-me por pouco do nome de Natalino...
A
luz fraca do lampião de querosene aceso no chegar da escuridão da noite, nas
fogueiras do quintal com suas chamas avermelhadas em suas multi-cores clareando
o breu de mais um final do dia. Agora sob a luz do lampião a família se reúne
assentados nos bancos de madeira rústica com seus assentos endurecidos.
Olhares
atentos no ouvir das historias da roça o pequeno menino de banho tomado de
bacia com agua fria, veste suas roupas remendadas a mão, neste momento sublime
e especial deita no doce colo de sua mãe Nivalda, recebendo carinhos e afagos de
seus irmãos nos vastos cabelos pretos de sua infância.
Hoje
somos quatro, mas éramos treze irmãos. O pequeno caçula dos treze; Fecha seus
olhos e adormece ouvindo o doce som das ondas sonoras do rádio com seus chiados
peculiar que era a única diversão da família Souza...
Neste
momento fugas abro meus olhos marejados deixando cair a ultima lágrima de
saudade de minha família perdida pelo tempo e pelo passar das jornadas da vida
deste homem que no chegar dos seus sessenta e dois anos, com seu rosto marcado
com riscos que contam suas historias com seus cãs que hoje servem de cobertura
da cabeça agora sem o seu chapéu surrado de palha...
Deus
te abençoe!!!
Maurílio
Souza..
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