A
IGREJA PEREGRINA:
AUTOR:
JAIME C. JARDINE – ADAPTADO POR MAURÍLIO SOUZA!!!
INTRODUÇÃO:
O objetivo destes estudos é apresentar algumas informações sobre as igrejas e
sobre alguns irmãos de destaque que, através dos séculos, procuraram seguir
fielmente o padrão do Novo Testamento. O título “A Igreja Peregrina" vem
do livro, escrito em inglês por Edmund Hamer Broadbent (1861-1945), publicado
em 1931, depois de muitos anos de pesquisa. É uma história de igrejas e irmãos
que, através dos séculos, têm procurado seguir o padrão neo-testamentário para
a igreja.
1º
- COMO ERAM AS IGREJAS APOSTÓLICAS? Falaremos, a seguir, com um resumo de algumas
das principais crenças e práticas que caracterizavam as referidas igrejas: 1.
REUNIAM-SE UNICAMENTE EM NOME DE CRISTO.
2. EXERCIAM AUTONOMIA ADMINISTRATIVA, com laços calorosos de amor fraternal
entre as igrejas. 3. ERAM GOVERNADAS POR ANCIÃOS (presbíteros), também chamados
BISPOS (superintendentes), sempre na pluralidade.
4.
ERAM ENSINADAS POR MESTRES que de Deus tinham recebido este dom e eram
levantados pelo Espírito Santo dentro destas mesmas igrejas. Recebiam ajuda de
irmãos visitantes que possuíam este mesmo dom. 5. CELEBRAVAM A CEIA DO SENHOR
TODOS OS PRIMEIROS DIAS DA SEMANA. Era uma simples refeição de pão e vinho, que
simbolizavam o corpo do Senhor Jesus Cristo e o Seu sangue derramado. O Domingo
era também o dia quando as igrejas levantavam as ofertas (recolhidas apenas dos
crentes) para a obra do Senhor.
6.
BATIZAVAM OS CRENTES VERDADEIROS, não crianças, nem gente em massa, sem
compreensão do Evangelho verdadeiro. - 7. PREGAVA O EVANGELHO PURO DA
JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ, baseada unicamente na morte expiatória do Senhor Jesus.
2º
— O DECLÍNIO E ABANDONO DO PADRÃO NEO-TESTAMENTÁRIO: Aconteceu tão cedo! Não
devemos, porém, surpreender-nos com estes fatos, pois no próprio Novo
Testamento já vemos o indício de que isto iria acontecer.
1.
INTRODUÇÃO DA DISTINÇÃO ENTRE "CLÉRIGO" E "LEIGO": É
interessante notar que nas cartas de Clemente aos Coríntios (c. 96 d.C.) e no
livrinho chamado Didaquê (começo do século II) ainda são mencionados somente
bispos e diáconos (no plural), como em Filipenses 1.1. Já havia, porém, a
tendência antibíblica de fazer nítida distinção entre os bispos (anciãos) e os
demais crentes. Os bispos eram chamados "clérigos" (os que receberam
ordens sacras), enquanto os demais crentes eram chamados "leigos" (do
povo). Uma triste distinção que continua na maioria das "igrejas" até
hoje.
2.
DISTINÇÃO FEITA ENTRE "O BISPO" E "OS PRESBÍTEROS", SENDO
DADA AO BISPO A PREEMINÊNCIA NA IGREJA: Traçamos este declínio através das
cartas de Inácio de Antioquia, um conhecido do apóstolo João. Ele foi condenado
à morte pelo imperador Trajano, no ano 110 DC. A sentença foi cumprida em Roma
e durante a viagem para lá Inácio escreveu várias cartas para as igrejas que
visitara no caminho. Em todas elas exalta o bispo da igreja e exorta à
obediência total ao mesmo. Um exemplo disto tem na carta por ele enviada à
igreja de Filadélfia:
"Tende
cuidado, portanto, em observar a eucaristia, há um altar, como há um só bispo,
juntamente com os presbíteros e diáconos". Deve ser dito que Inácio era um
irmão fiel que enfrentou a morte pelas feras em Roma com coragem exemplar. É
uma ilustração de como irmãos bons e fiéis, apesar de sua sinceridade, estão
sujeitos a ensinar coisas erradas!!!
3.
ORGANIZAÇÃO DAS IGREJAS FORA DO NÍVEL LOCAL: Do século III em diante os bispos
das igrejas das cidades maiores reivindicaram autoridade sobre os bispos das
igrejas menores. Pela "lógica" o bispo de Roma (a capital do Império)
tomou a precedência, assim formando a base para o sistema papal que vigora até
hoje. A interferência nos assuntos internos de outra igreja local, por mais bem
intencionada que seja, por parte dos anciãos duma igreja local vizinha ou por
parte de obreiros, nunca traz resultados espiritualmente positivos, pois viola
os direitos Daquele que ainda "anda no meio dos candeeiros de ouro"
(Ap 2.1).
4.
OUTROS DESVIOS DA VERDADE: a) A reverência aos mártires, da qual resultou a
criação dos "santos" (século II em diante). b) O "batismo"
de bebês, introduzido nos séculos II e III, tomou-se geral nos séculos IV e V. c)
Deturpação do Evangelho. Os filhos dos crentes, por causa dos pais, receberam o
privilégio especial de serem também considerados membros da "igreja".
A pregação da salvação pelas obras, tão combatida por Paulo nas cartas aos
Romanos e aos Gálatas, tomou-se comum.
5.
O DESASTRE MAIOR—A FUSÃO DA IGREJA COM O ESTADO: Esta fusão aconteceu como
resultado da suposta conversão do Imperador Constantino, o Grande (273-334
d.C.). Na noite anterior a uma batalha decisiva na Ponte Múlvia (27 de outubro
de 312 d.C.), quando Constantino derrotou Maxêncio e tomou-se imperador com
poderes absolutos, ele disse ter visto uma cruz no céu com os dizeres:
"Com este sinal vencerás". Ele ganhou a batalha e tornou-se cristão
nominal. Esta "conversão" parece ter sido um ato de astúcia política
devido à existência de grande número de cristãos e à influência por eles
exercida.
Gene
Edwards diz que "Constantino deve ser considerado o primeiro cristão
medieval— 90% cristão de nome e 90% pagão em pensamento". Visto que era
Imperador e mandava em tudo, logicamente quis mandar na igreja. Como resultado
o erro entrou na igreja como uma enxurrada. Dr. Arthur Rendle Short escreveu:
"Quando o poder do paganismo foi, por fim, derrubado e a perseguição cedeu
lugar à prosperidade, os males vieram como numa torrente”.
A
igreja exterior e visível fez toda sorte de concessão a fim de cativar o povo.
Passou a adotar festas pagãs e deuses pagãos, dando-lhes nomes cristãos. A
estátua de Pedro em Roma, originalmente era de Júpiter. Uma Vênus ou uma
Minerva facilmente transformaram-se na Virgem Maria. O que faltava em realidade
espiritual no culto tentava-se suprir com música, cerimonialismo e ostentação.
Não
precisamos prosseguir fazendo menção da história miserável de como uma sucessão
de papas, às vezes assassinos, adúlteros e amantes de dinheiro, reivindicou
infalibilidade papal, tirou a Bíblia das mãos do povo e fez da conformidade a
uma "igreja" que adorava imagens a suprema prova da salvação de uma
pessoa (Revista Amados N° 2—Junho de 1986, pag. 9).
6.
O ENSINO DE AGOSTINHO: Agostinho (334-430 DC) bispo de Hipo, na África do
Norte, foi um cristão genuinamente convertido e, sem dúvida, foi um gigante
espiritual em muitos sentidos, mas infelizmente deixou também muito ensino
errado. Entre outras coisas, insistia obstinadamente em ensinar que não há
salvação fora da Igreja Católica Romana.
Outro
ensino dele que veio a causar o derramamento de rios de sangue de membros da
igreja verdadeira foi o suposto direito do poder civil, de exigir a aceitação
obrigatória do ensino da igreja, punindo até à morte, se necessário fosse, aos
que não aceitassem.
Baseou
este ensino perverso na parábola da grande ceia, em Lc 14.15-24, onde o mestre
da casa, depois de ter recebido tantas recusas ao convite para a sua festa, e ainda
havendo lugar, mesmo depois de receberem muitos pobres e enfermos a quem
mandara convidar, ordenou ao seu servo: "Sai pelos caminhos e valados e
força-os a entrar".
Isto
demonstra claramente o grande perigo de basear qualquer ensino em versículos
fora de contexto. Por fazer isso, Agostinho, que pela sua estatura moral era
credor da confiança de muitos, levou-os, apoiados por aquele ensino, a
praticarem o mal contra o povo do Senhor.
3º — TRÊS CORRENTES NA HISTÓRIA DA IGREJA:
1
- CATOLICISMO ROMANO em seus vários ramos: Romano, Ortodoxo, etc. de 312 d.C.
até hoje. Entre estes se sobressaem alguns nomes bem conhecidos, como
Agostinho, Tomás de Aquino, Inácio Loyola, Savonarola e muitos papas.
Damos
graças a Deus porque alguns, mesmo no meio de tamanho erro, amaram realmente o
Senhor Jesus e confiaram somente Nele e, não, nos méritos dos santos, de Maria,
ou nos seus próprios méritos para a salvação.
2.
PROTESTANTISMO: Em seus muitos ramos, começando na época da Reforma, do século
16 até hoje. Entre estes ramos encontramos também nomes destacados como
Martinho Lutero, João Calvino, Ulrico Zwinglio, João Knox, Jônatas Edwards,
João e Carlos Wesley, Jorge Whitefield, Guilherme Carey, Carlos Finney, Carlos
Haddon Spurgeon, Martinho Lloyd-Jones, Billy Graham e muitos outros. Quantos
irmãos bons e fiéis, mas, infelizmente, ligados a sistemas sem apoio nenhum da
Palavra de Deus!!!
3.
CRISTÃOS NÃO DENOMINACIONAIS. Referimos-nos a Igrejas, irmãos e irmãs que desde
os dias dos apóstolos até hoje têm procurado permanecer fora dos sistemas dos
homens e servir apenas ao Senhor Jesus, reunindo-se em Nome Dele e procurando
obedecer às instruções do Novo Testamento concernentes à Igreja local.
Estes
têm sido tachados de muitos nomes pelos seus contemporâneos: Paulícios,
Bogomilos, Valdenses, Albigenses, Lollardos, Hussitas, Anabatistas, Irmãos de
Plymouth, Darbistas e muitos outros. Estas igrejas existiram desde o início,
pois sempre houve igrejas que não chegaram a unir-se ao sistema católico e
através dos séculos, num lugar ou outro, existiram e existem igrejas
semelhantes orientadas somente pela Palavra de Deus.
O
livro de Apocalipse indica que existiriam na história das igrejas períodos de
declínio espiritual e épocas quando o Senhor até retiraria o candeeiro de um
lugar ou outro, mas de uma coisa podemos ter certeza: Até que Cristo volte para
buscar os seus sempre haverá irmãos e irmãs fiéis à Palavra Dele!!!
4º
— UM RESUMO DOS FATORES EM COMUM ENTRE AS IGREJAS QUE PERMANECERAM FIÉIS AO
PADRÃO NEO-TESTAMENTÁRIO: 1. Davam grande ênfase às Escrituras. 2. Eram
profundamente espirituais. 3. Eram piedosas no viver. 4. Permaneciam escondidas
do mundo. 5. Enfrentavam ferrenha oposição. Muitas vezes reuniam-se em casas
particulares por causa da perseguição movida contra elas.
6.
Eram caracterizadas por grande simplicidade. Geralmente cada igreja era
autônoma, embora houvesse plena comunhão mútua, pois se reuniam frequentemente
para estudo bíblico e outras atividades. 7. Não aceitavam nenhum nome a não ser
os nomes bíblicos: "irmão", "cristão", etc.
8.
A maioria delas não estava sujeita ao clero. 9. Provaram as bênçãos de Deus só
por uma geração ou duas, embora alguns, (Paulícios, Valdenses) tivessem-na
gozado por centenas de anos. 10. Eram ignorados pelos historiadores da Igreja. 11.
Muitas vezes foram perseguidas e seus membros foram martirizados (com exceção
dos apelidados "Os Irmãos"). 12. Influenciavam umas às outras. Especialmente
no período anterior a 1500 é difícil encontrar documentos confiáveis devidos
tanto à perseguição quanto à mentira das autoridades eclesiásticas.
5º
— OS PRISCILIANOS (350-386 d.C.): No século quatro apareceu um reformador entre
as igrejas romanas cuja influência em diversos lugares na Espanha, Lusitânia
(Portugal) e sul da França fez com que muitos voltassem à palavra de Deus. Prisciliano
era um espanhol de posses e posição na sociedade.
Procurou
a verdadeira alegria nas religiões pagãs, na filosofia e mesmo entre grupos
heréticos e só a encontrou quando, por fim, converteu-se a Cristo. Foi batizado
e passou a viver uma nova vida de devoção a Deus e separação do mundo.
Tornou-se estudante entusiástico da Palavra de Deus e, embora não sendo
clérigo, começou a pregar e ensinar.
Cedo
começaram a aparecer os resultados dos esforços daquele dedicado servo de Deus:
em muitos lugares começaram a ser promovidas reuniões para pregar a Palavra de
Deus e torná-la uma realidade para o povo. De início a igreja oficial dava o
seu apoio e até elegeu Prisciliano bispo de Ávila, mas o seu testemunho fiel
suscitou a ira do clero mundano liderado por Hidácio, bispo metropolitano de
Lusitânia (Portugal).
Conseguiu
este a convocação de um Sínodo em Cesaragosto (Saragossa), em 380 DC, no qual
Prisciliano foi falsamente acusado de adesão às heresias do gnosticismo e
maniqueísmo. Esta última ensinava o dualismo – a existência de dois deuses
igualmente poderosos, um criador do mal e outro criador do bem. Nesta reunião,
porém, o propósito de Hidácio não teve êxito e Prisciliano continuou pregando.
O
imperador Máximo, porém, necessitava o apoio político do clero espanhol e por
causa disso permitiu a convocação de outro sínodo, desta vez em Treves (Trier),
em 385 DC, quando Prisciliano e seis outros foram levados perante os bispos.
Devido à influência de um bispo perverso chamado Ítaco, foram forjadas e
aceitas acusações de feitiçaria e imoralidade contra Prisciliano e seus
companheiros, os quais foram julgados e condenados pelo poder civil.
Prisciliano
e mais alguns irmãos foram executados. Além destes, morreu também uma senhora
distinta, chamada Eucrácia, que era viúva de um poeta e orador famoso. Estes
foram os primeiros cristãos que foram perseguidos por outros “cristãos”,
ocasionando a abertura de um péssimo precedente que seria repetido muitas vezes
nos anos futuros.
Dois
bispos mais nobres, Martinho de Tours e Ambrósio de Milão, protestaram
vigorosamente e por fim, conseguiram que Ítaco perdesse o seu bispado. Mesmo
assim, aquela decisão do Sínodo de Treves recebeu a aprovação de outro Sínodo,
em Braga, 176 anos mais tarde.
Ficou
registrado como história “oficial” que Prisciliano e seus companheiros eram
hereges que criam no gnosticismo e maniqueísmo e, além disso, eram pessoas
imorais. Por causa disso os “priscilianos” foram caçados e perseguidos e essa
versão “oficial” teria prevalecido e não fora à ocorrência de um fato novo e
inesperado.
Prisciliano
escrevera muito e pensavam que todos os seus escritos estavam perdidos até
1886, quando um pesquisador chamado George Schepss descobriu na Universidade de
Würzburg um manuscrito de 11 panfletos de Prisciliano, nos quais entre outras
coisas ele:
1.
Cita frequentemente as Escrituras para provar o que afirma. 2. Defende o
costume da realização de reuniões de estudo bíblico nas quais todos possam
participar. 3. Afirma que a redenção não é um ato mágico feito pela Igreja, mas
uma obra de Deus.
4.
Diz que a Igreja prega o Evangelho, mas cada um individualmente tem de crer. 5.
Explica que o clero não é dotado de nenhum poder espiritual especial, mas que
todos os irmãos têm o Espírito na mesma medida. 6. Posiciona-se contra o
gnosticismo e maniqueísmo, demonstrando ser mentirosa à história oficial.
Sem
dúvida, se tivessem tido tempo suficiente, estes irmãos teriam saído do sistema
em que se encontravam e que tão cruelmente os fez pagarem, pela perda de sua
reputação e o sacrifício de suas próprias vidas, o preço de serem fiéis a
Cristo.
OS
PAULÍCIOS (50-1473 d.C.): Voltando para as igrejas que nunca aderiram ao
sistema romano, passamos a considerar as igrejas da região chamada “Ásia
Menor”, (hoje Turquia e parte da antiga União Soviética), as quais permaneceram
nas primeiras verdades. Estas foram também acusadas de adotar o maniqueísmo,
mas segundo os seus próprios escritos não há a menor evidência disso.
Estes
irmãos não aceitavam nenhum nome sectário e chamavam-se uns aos outros
simplesmente de irmãos ou cristãos. Contentavam-se em fazer parte da “santa,
universal e apostólica igreja de nosso Senhor Jesus Cristo”. Cada igreja era
autônoma, diretamente responsável ao Senhor Jesus.
Recusaram-se
a manter comunhão com as igrejas romana, grega e Armênia por causa da
infidelidade delas. Afirmaram que elas não tinham mais o direito de serem
reconhecidas como igrejas verdadeiras e apresentaram várias razões nas quais
fundamentaram o seu posicionamento. 1 - A união das igrejas com o estado. 2. O
“batismo” de crianças. - 3. A permissão da participação de descrentes na Ceia
do Senhor. 4. Outros males que haviam sido introduzidos.
Estes
irmãos e igrejas fiéis foram alcunhados com os nomes de “Paulícios” (não se
sabe por que), ou de “Thonraks”, por serem eles mais numerosos na cidade que
tinha aquele nome, e mais tarde, quando chegaram à região hoje chamada Bósnia,
foram chamados de “Bogomilos”, palavra Eslavônia que significa “amigos de
Deus”.
Este
movimento espiritual continuou por centenas de anos. Quase toda a sua
literatura foi destruída, mas permaneceu um livro chamado “A Chave da Verdade”,
publicado entre os séculos 7 e 9, o qual apresenta as crenças dos Paulícios de
Thonrak daquela época. Apresentamos abaixo alguns pontos de interesse:
1.
O batismo deve ser ministrado apenas a crentes verdadeiros. 2. Deve ser
realizado em rios ou outra água, ao ar livre. 3. O batizando deve ajoelhar-se
na água e confessar a sua fé perante o povo. 4. O batizador deve ser um homem moralmente
irrepreensível. 5. A reunião do batismo deve ser acompanhada pela leitura da
Palavra e pela oração.
Alguns
nomes de líderes daquelas igrejas ainda são conhecidos. Entre eles consta o de
Constantino (que mais tarde adotou o nome de Silvano). Este foi convertido no
ano de 653 DC, quando passou pela casa dele um armênio que fora prisioneiro dos
turcos, fora libertado e estava no caminho de volta para casa.
Ele
ficou muito grato a Constantino pela hospitalidade e deu-lhe um manuscrito
contendo os quatro evangelhos e as epístolas de Paulo. Constantino leu,
converteu-se e tornou-se um obreiro incansável. Fixou residência em Quibossa,
na Armênia, mas passou a viajar muito para vários lugares ao redor. O resultado
deste esforço foi à conversão de muitos católicos e pagãos.
Após
trinta anos de trabalho incansável foi Constantino Silvano denunciado a
Constantino Pognotus, imperador da parte oriental do Império Romano, o qual
emitiu um decreto em 684 DC. determinando a morte daquele fiel servo do Senhor.
Um
oficial chamado Simeão foi enviado para cumprir o decreto. Este colocou pedras
nas mãos dos próprios amigos de Constantino Silvano e determinou que eles
executassem o apedrejamento do mestre tão amado, julgando com isto dar um
significado especial àquele ato. Todos, porém, com uma única exceção,
arriscando as suas próprias vidas, negaram-se a atirar as pedras.
A exceção foi um jovem chamado Justo (que de
justo só tinha o nome), que fora criado por Constantino e da parte dele fora
agraciado com especial bondade, arremessou uma pedra que atingiu e matou o seu
benfeitor, recebendo com isto grande louvor das autoridades. Assim, o falso
“Justo” transformou-se em verdadeiro Judas.
Mas
este não é o fim da história!!! Simeão, o oficial responsável por aquele
assassinato, ficou tão impressionado pelo que viu em Quibossa, que não teve
mais paz de espírito quando voltou à corte do Imperador. Após três anos de
intenso conflito íntimo converteu-se a Cristo e abandonou tudo, voltando para
Quibossa. Ali mudou o seu nome para Tito e continuou o trabalho iniciado por
Constantino.
Dentro de pouco tempo, porém, Justo, o mesmo
traidor que apedrejara Constantino Silvano entregou-o ao Imperador, juntamente
com muitos outros cristãos, o qual mandou que todos fossem queimados vivos, esperando
com isto infundir terror a todos quantos pertencessem àquela “seita”.
Entretanto,
aquela medida produziu efeito contrário. Tal foi à demonstração de fé e coragem
daqueles irmãos na hora da sua morte, que milhares de outros foram encorajados
a continuar ousadamente o trabalho. Isto confirma que, como alguém tem dito;
A
PERSEGUIÇÃO É SOMENTE A SEGUNDA ALTERNATIVA DO DIABO PARA DESTRUIR A OBRA DE
DEUS. O MELHOR MESMO É A DIVISÃO E DISSENSÕES INTERNAS:
Finalmente,
depois de muitos anos, nos séculos 14 e 15, aquelas igrejas declinaram e
desapareceram. Algumas se aliaram à Igreja Católica devido à perseguição da
Igreja Armênia. Outras, numa outra região, aliaram-se aos muçulmanos e o
resultado foi a extinção. O princípio de aliar-se com alguém só porque tem o
mesmo inimigo nunca foi uma boa ideia. É preciso ter muito mais em comum.
Deus
te abençoe!!! Maurílio Souza...
Oi. Eu tenho uma cópia do livro The Pilgrim Church e traduzi várias partes para falar sobre os grandes avivamentos da história. Agora estou traduzindo sobre Lambadie, Jesuíta que abandonou o grupo. Por acaso o irmão tem partes traduzidas? Estou interessado em publicar partes do livro em fascículos de no máximo 70-100 pp. Já que os editores nunca me respondem nem me autorizam a publicá-lo integralmente.
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