O FRANCISCO APELIDADO DE ITAÚNA O PEDRA
PRETA PELOS INDIOS DA TRIBO PURIS!!! UMA MISTURA DE FICÇÃO E REALIDADE DA
HISTORIA BRASILEIRA!!!
Esta historia aconteceu nos meados de 1870
uns dez anos antes do termino da escravatura no Brasil; No ano de 1888 a
escravidão foi abolida através da Lei Áurea, que foi assinada pela princesa
Isabel no dia 13 de maio daquele ano. Essa medida beneficiou uma grande
quantidade de escravos que ainda existia no país. Contudo, não podemos achar
que a escravidão acabou no Brasil do dia para a noite.
Entre uma pitada e outra do velho e bom
para o Chico cigarro de palha com seu fumo de rolo. Francisco homem velho de
idade com rugas da dureza do tempo, cabeça branquinha com suas cãs pichainho;
conta sua historia desde os primeiros anos como escravo assim como também de
seus avôs vindo da África em navios chamados negreiros:
Os navios negreiros ou navios tumbeiros
foram embarcações que fizeram a travessia do Atlântico, transportando
mercadorias para troca no continente africano, homens e mulheres do continente
africano para as colônias europeias no novo mundo, e produtos como açúcar e
café, dentre tantos outros, para o continente europeu. Esse modelo de negócio
ficou conhecido como comércio triangular, cuja principal atividade foi o
tráfico negreiro, um dos negócios mais lucrativos do mundo da época, enviando
cativos que se tornaram escravos para sustentar as produções nas plantações ou
explorações do ouro, como foi o caso do Brasil.
O velho Chico começa sua historia às vezes
meio triste outras vezes esboçava um leve sorriso naquela boca desdentada e com
muitos dentes apodrecidos pelos maus tratos e de mastigar o fumo de rolo; ele
conta sua longa historia: O moço Chico jovem escravo fortalecido pela dureza
das batalhas do dia a dia, corpo marcado pelos chicotes e amarras dos brancos
com seu subjugo nas duras correntes que cortavam os pulsos e calcanhares do
pobre mulato que nasceu na senzala e tirado de sua mãe quando tinha quatro
anos.
Criado pelos duros feitores homens maus e
castigadores crescendo entre troncos, cafezais, chicotes e canaviais, com
cicatrizes que eram como tatuagens da ignorância dos senhores de engenhos e dos
cafezais...
Os avôs de Chico chegaram ao Brasil depois
de ficarem por muito tempo nos porões de navios de negros africanos trazidos
pelos comerciantes portugueses e vendidos para produção de açúcar chegando
homens e mulheres que foram caçados, aprisionados e depois escravizados e
judiados pelos homens brancos, agora eu pergunto quem vai pagar por tais
atrocidades???
Os escravos faziam os trabalhos
rudimentares com suas tarefas pesadas e cruéis. Entre senzalas e vendas e
leilões animalescos como se os brancos fossem donos do mundo, mas eram apenas
homens sem bondade, misericórdia e alma. Homens orgulhosos, soberbos e
ignorantes que ignorava que os negros tinham e tem almas, sofrimentos e
sentimentos que eram homens e mulheres normais apenas diferenciadas por sua
cor, que eram tratados como animais das florestas com semelhança ao homem.
Um dia Chico já um homem forte depois de
viver mais de vinte anos subjugados nos troncos: Tronco era o nome dado ao
material de tortura e grande humilhação, era constituída de madeira dura como
os corações insensíveis dos senhores e feitores; que eram homens contratados
pelos senhores de fazenda cuja função principal era vigiar e castigar as duras
penas os escravos.
O tronco era colocado estrategicamente nos
lugares onde podia ser visto por todos nas senzalas a titulo de exemplo... Se
fossemos medir a ignorância destes homens chegaríamos à insensibilidade zero a
desumanidade total. E hoje eu vejo pessoas indignadas e com razão de Hitler e
seus castigos hediondos, pessoas que são descendentes insensíveis quanto ao
trato de familiares cruéis dos seus bisavôs; feitores e donos de cafezais e
cana de açúcar que são seus antepassados que deixaram na família um rastro de
maldição quanto as suas atrocidades, mancharam suas riquezas com sangue
inocente.
Um dia o escravo Chico estava em mais um
dia de sua dura lida trabalhando nos cafezais de seu Manuelino um homem mal de
família portuguesa rico de bens e pobre dos bens, subjugado pelo capataz
Genésio homem mal contratado a peso de ouro, por causa de sua maldade nos
tratamentos dos escravos. Dia comum onde o sofrimento era algo do cotidiano.
Genésio sem dó pega com seu chicote e castiga o Bentinho escravo adolescente e
visto como rebelde presença assídua nos troncos com seu corpo já marcado...
Os jovens de hoje tem tatuagens neste tempo
de escuridão no Brasil pela dureza da cerviz dos cafeicultores os corpos eram
marcados pelos cortes dos chicotes malditos da era colonial ou podemos chamar
do período covarde dos senhores das fazendas com seus bigodes nojentos e
encardidos pelo fumo e pelas marafas. Bentinho não suportando a dureza das
chicotadas desmaia e seu corpo inerte cai completamente desfalecido. Neste
momento atroz o escravo Chico pensou; Mataram Bentinho!!!
Em um momento de fúria o moço Chico escravo
forte com seus músculos naturais construídos pela labuta do dia a dia no
roçado, pega a Genésio pela sua jugular e em um só golpe de seus braços
quebrando o pescoço do maldoso capataz. Agora não tem jeito mais; Chico moço
valente sai correndo embreando nas matas em uma corrida frenética pela vida.
Sem parar para descansar o escravo Chico chega a uma aldeia de índios chamados
Os Puris; Era um povo de origem Puri, grupo indígena possivelmente oriundo dos
Tupis-Guaranis, que juntamente com os brancos e os negros são responsáveis pela
formação do povo de Viçosense.
As tribos que formavam o triangulo mineiro
pertenciam predominantemente ao grupo Jê ou Tapuia. Já na Zona da Mata Mineira
havia uma exceção, a origem era Goitacá. Eram eles os croatas e Puris. Sabendo
disso e pensando exclusivamente nos Puris, um dos possíveis fatores que
justificam sua chegada em Viçosa e região, a partir do século dezesseis, pode
ser entendida sua migração para estas terras com o episodio de 1556, lembrado
por PANIAGO.
A autora resgata a luta dos franceses, que
contaram com a ajuda dos povos Tamoios (que habitavam a região do Paraíba) para
se instalarem no Brasil. Nesta batalha os Tamoios foram derrotados e expulsos
pelas tropas de Mem de Sá em 20 de janeiro de 1567 e migraram para as terras
mineiras onde encontraram os povos Puris que já habitavam a região do Paraíba.
Por possuírem uma personalidade pacífica os
Puris acabaram sendo obrigados a deixar suas terras. Foi a partir daí que migram
para o interior de Minas Gerais, instalando-se primeiramente no Vale do Rio
Pomba, onde acabaram sendo expulsos pelos Goitacazes de Muriaé. Em seguida
procuraram refúgio nas terras altas da região de Viçosa e no Vale do Piranga.
Os Cropós e Puris possuíam estatura ora
baixa, ora mediana e eram de formas robustas, grossos e compactos, portanto,
além de espadaúdos. Mediam os homens entre 1,35 m e 1,65 m de altura e as
mulheres alcançavam, em média, apenas 1,40 m de altura. O peito se lhes
apresentava largo e curto; grosso era-lhes o pescoço. Tinham braços musculosos
e redondos, pés estritos atrás e largos na frente e pele de coloração
acobreada.
Seus cabelos, de negro carregado,
apresentavam-se grossos, compridos e abundantes. Cultivavam especialmente milho
e mandioca. Eram também grandes conhecedores de ervas e sabiam produzir bebidas
das mais variadas fontes. Aquela aldeia que era uma das facções dos Puris povo
que vivia pacificamente, generosos e hospitaleiros cuidaram do índio Chico que
eles já sabiam que era um dos muitos fugitivos dos flagelos cruentos e
desumanos dos brancos modernistas e colonizadores das terras indígenas e nas
matanças de seu povo.
Ali o jovem escravo negro forte e alto
mistura de raça do homem branco dono de cafezais com sua mãe a moça Francisca
dado a origem de seu nome Francisco que também era seu sobre nome Francisco de
Francisca. Os Puris contaram para Chico a historia dos índios Brasileiros e de
kikio: Antes da chegada do europeu, os índios eram os únicos habitantes das
Américas.
No momento do expansionismo indígena pela
América um dos povos se diferenciou desenvolvendo uma língua proto-tupi no sul
da Amazônia. Essa língua com o tempo se derivou transformando em várias outras
línguas que deram origem a várias etnias indígenas entre elas os Tupis e os
Guaranis... Kikiô morreu feliz. Deixando a terra para os dois. Guarani foi pro
sul, Tupi pro norte...
Com a migração indígena pelo Brasil e
América do Sul os Guaranis se deslocaram para o sul, se fixam principalmente no
Paraguai e nos Estados do Sul do Brasil. Já os Tupis se deslocaram
principalmente para o norte e nordeste brasileiro. E formaram suas tribos. Cada
um em seu lugar. Vez em quando se encontravam. Pelos rios da América. E lutavam
juntos contra o branco. Em busca de servidão. E sofreram tantas dores. Acuados
no sertão. Tupi entrou no Amazonas. Guarani ainda chama...
A luta contra o branco foi algo constante
na história do índio, os índios do nordeste se deslocaram para o sertão para
fugir do branco e com o passar do tempo tiveram que se deslocar cada vez mais
em busca de abrigo. Os Guaranis acabaram em reduções jesuíticas (os Jesuítas
que matavam índios em nome da religião e achando que era em nome de Deus; OBS:
E não era) ou indo trabalhar administrados pelos brancos. Com a falta de mão de
obra escrava os guaranis eram caçados pelos bandeirantes (considerados heróis
no Brasil, heróis? matadores de índios e caçadores de índios colonizando suas
terras tomadas por suas armas cruentas)...
Dizem a lenda que: Kikio na lua cheia. Quer
Tupi, quer Guarani. Kikiô na lua cheia. Quer Tupi, quer Guarani. Kikio na lua
cheia. Quer Tupi, quer Guarani. Kikiooooooo!!! Podemos entender com esse trecho
que Kikio é na verdade o verdadeiro dono dessas terras deixando elas para seus
filhos, os índios e grita ate hoje por suas terras e seu povo, seu sangue clama
por justiça!!!
Com esta historia o escravo foragido Chico
entendeu que não foram apenas os escravos, mas também os índios Brasileiros
foram subjugados e judiados pelos homens brancos que buscavam servidão. Aquela
aldeia dos Puris era situada em uma mata fechada onde formaram o grupo Puris do
caiapó em um lugar perto da aldeia embrenhadas pelas matas na bocaina de
Botafogo que era um Quilombo para onde o escravo Chico Itaúna (Pedra Preta); apelido
e nome dado pelos índios do povo indígena Puris. Já totalmente recuperado de
sua luta pela liberdade e em busca de uma vida de paz.
Observamos aqui; Dois povos duas marcas uma
dos fugitivos; Os escravos a outra expulsa de seus habitares naturais tentam
sobreviver de maneira pacifica e harmoniosa o povo de origem indígena e o povo
de origem escravos do Quilombo da Bocaina do Botafogo.
O Quilombo da bocaina do Botafogo foi de
origem da família composta por doze escravos fugitivos que deram origem aqueles
grupos de escravos fortalecidos cada dia mais pelos fugitivos que já compunha
em sua quantidade de mais de cento e trinta homens e mulheres mais crianças que
viviam da caça e das hortaliças e frutas campestres plantadas e cultivadas em
meio ao matagal com suas grandes arvores e plantas nativas, aquele lugar era
chamado de quilombolas. O município de Botafogo existe ate os nossos dias vista
como uma comunidade de origem Quilombeiras.
Quilombo é o nome dado no Brasil aos locais
de refúgio dos escravos fugidos de engenhos e fazendas durante o período
colonial e imperial. Nesses locais, os escravos passavam a viver em liberdade,
criando novas relações sociais com índios e nativos os matutos e ermitões grupo
que eram chamados eremitas. Muitos quilombos existiram no Brasil e centenas
deles ainda existem, formando o que hoje é chamado também de comunidades
quilombolas. Os quilombos no Brasil também eram conhecidos como mocambos.
Nos demais locais da América onde houve
escravidão também ocorreu a formação desses locais de refúgio e vida em
liberdade. Na América espanhola, essas comunidades ficaram conhecidas como
palenques; na América francesa, o nome era maronage; e na América inglesa eram
nomeados como marroom communities.
Os quilombos eram locais de refúgio, mas
também de resistência dos escravos contra a escravidão. Neles, os escravos
plantavam e realizavam coletas de produtos das matas, como madeira e frutos,
além de caçarem e criarem animais. A população dos quilombos era formada tanto
por escravos e escravas quanto por indígenas e homens livres, mestiços ou
brancos pobres. Houve quilombos grandes e pequenos, alguns com milhares de
pessoas, outros com algumas centenas, sendo os pequenos os mais comuns.
Nos quilombos os fugidos constituíam
famílias, criando uma nova forma de sociedade, na maioria dos casos livre da
escravidão. Na chegada daquele novo escravo Francisco o Itaúna ou pedra preta,
negro forte corajoso e bom de briga e guerra que sabia a arte de se esconder e
que corria quilômetros sem se cansar. Chico logo conheceu uma escrava branca de
olhos azuis como o céu e cintilante quanto o mar seu nome era Inácia, pois era
filha de fazendeiros que viviam de plantação de café e mandioca na confecção de
farinhas de mandioca em meio aquela terra hostis com homens maus de um arraial
chamado Tabuleiro.
Inácia teve seu nome trocado por, Céu nos
olhos por ser uma linda moça companheira e ajudadora de olhos de um puro anil,
em todas as tarefas era prestativa e
logo o moço Chico se apaixona por aquela escrava branca de olhos azuis da cor
do céu que deu origem ao seu apelido; Vitoria (por causa da lenda indígena da
Vitoria Regia). Assim como em outros municípios da Zona da Mata, a região onde
se localiza o município de Tabuleiro teve como seus primeiros habitantes índios
das tribos Croatos e Cropós e também em suas matas os Puris.
Na segunda metade do século dezessete, Por
volta de 1767, o Padre José Manoel de Jesus Maria inicia o processo de
catequese dos índios na então freguesia do Mártir São Manoel dos Rios Pomba e
Peixe dos Índios Croatos e Cropós, sendo que 74 anos depois, pela lei
provincial de 7 de abril de 1841, foi criado o curato do Senhor Bom Jesus da
Cana Verde no local onde hoje funciona a própria sede da prefeitura municipal
de Tabuleiro.
Tudo indica que a origem do nome de
Tabuleiro remete ao modo como viajantes tropeiros e mascates denominavam a
região, pois, quando por ali passavam, eram recebidos pelos moradores vendendo
doces, pães, bolos e alimentos diversos em tabuleiros de madeira que eram colocados
nas janelas das casas. Em 02 de janeiro de 1866 Tabuleiro é elevado a distrito
com o nome de Tabuleiro do Pomba pela Lei Provincial n° 1275 e posteriormente
ratificada, já na república, pela Lei Estadual n° 02 de 14 de setembro de 1891.
Em 1911 é figurada como Vila e em 12 de
dezembro de 1953, pela lei n° 1.039 é o primeiro município a emancipar-se
política e administrativamente de Rio Pomba. A 1° de janeiro de 1954 é
celebrada a sessão solene de instalação do município assim descrita pelo jornal
O Imparcial: Naquele lugar moravam os pais de Inácia ate que foram ameaçados e
perseguidos por duros cafeicultores em busca de terras para seus plantios e
suas ocupações que eram feitas de mortes e violência.
As casas dos colonos eram queimadas e
expulsos de suas propriedades e a partir dai se tornavam escravos dos grandes
senhores de engenho e cafeicultores com sua força politica e corrupta chegavam
com seus matadores de alugueis tomando de maneira covarde e cruel suas
propriedades subjugando os que ficavam vivos que eram tratados como escravos
brancos. Ali no subjugo dos chicotes cresceu a linda escrava branca Inácia com
seus olhos de cor azul da cor do mar.
Um belo dia ainda adolescente Inácia
trabalhava na dura colheita de café. Linda e perseguida pelos patrões e seus
filhos por sua beleza, foi atacada em meio ao estradão um caminho escuro
cercado por uns matagais e animais. Inácia foi atacada por cinco dos homens do
seu Senhor e nesta luta Inácia foi feroz como uma onça, mas em seu corpo jovem
e frágil foi subjugada; Pelos malfeitores homens maus e perseguidores.
Ali perto quatro dos índios Puris estavam
caçando com suas flechas envenenadas por ervas cujo veneno adormecia os animais
que eram levados para servirem de alimentos e seus ossos de adereços e pontas de
lança armas usadas na caça e na proteção contra homens perseguidores em busca
de terras para plantio.
A guerra e as lutas eram constantes entre
os senhores dos vilarejos com os índios que viviam de maneira pacifica e
ordeira em meio das matas de Bocaina de Botafogo. Foram cinco flechadas
certeiras e aqueles animais vestidos de gente, pois assim eram chamados os
capatazes, feitores e matadores de alugueis por seus maus por sua origem e
piores dos que os animais.
Salvo de seus algozes a adolescente Inácia
foi protegida pelos Índios Puris. O chefe daquele grupo de caça foi o moço
índio Caipora hábil caçador que não se condoía de matar animais cortando com
sua faca feita de ossos os pescoços. Ali estavam agora indefesos os homens
capatazes hediondos completamente adormecidos pelo veneno das pontas das
flechas, Caiporas da uma ordem matam como o carcará ave de rapina sem dó nem
pena e cortando suas jugulares e jogam no rio para serem levados para longe de
suas aldeias.
E assim foi feito, levaram aquela moça branca
e escrava que perdeu seu direito de liberdade pela maldade dos brancos. É
levada em proteção para a aldeia próxima ao Quilombo de Bocaina do Botafogo.
Na crença daqueles índios os homens que
morriam que não pertencia a tribo deveriam ser jogados nos rios assim fazendo
trariam para os índios abundancia de peixes. Isto era orientado pelo Pajé: O
pajé era uma figura de extrema importância dentro das tribos indígenas do
Brasil. Detentor de muitos conhecimentos e da história da tribo, ele é o
indígena mais experiente. Eram os Pajés responsáveis por passar adiante a
cultura, história e tradições da tribo.
O pajé também possui a função de curandeiro
dentro da tribo, pois conhecia diversos rituais e também o poder da cura com
ervas e plantas. O pajé também possui a função de líder espiritual da tribo.
Ele conhece os meios de entrar em contato com os espíritos e deuses protetores
da tribo.
Muitas lendas indígenas eram ensinadas
pelos pajés; vamos ver uma delas: A lenda da Vitória Régia, muito conhecida na
região Norte do Brasil, surgiu de algumas crenças indígenas da tribo
tupi-guarani a respeito dos deuses. E era essa lenda que os pajés contavam para
explicar o surgimento da planta Vitória Régia.
Há muito tempo atrás, na tribo dos índios
tupi-guarani, contavam uma história em que a lua, que era chamada de Jaci pelos
índios, era um lindo deus guerreiro e que quando a noite começava Jaci beijava
os rostos das mais belas virgens índias da aldeia. Ele as namorava e sempre que
se escondia atrás das montanhas escolhia uma moça para levar consigo. Quando isso acontecia, a moça deixava a sua
forma humana e virava uma estrela.
Essa história era contada para todos da
tribo, e uma jovem muito bela e guerreira, chamada Naiá, era apaixonada pela
lua e queria muito ser levada e transformada em uma estrela. Os anciãos da
tribo dela alertava a índia, pois quando uma moça era levada por Jaci e nunca
mais voltava: Deixavam de ser humana. Mas Naiá não se importava, o que ela
queria mesmo era ser uma estrela a brilhar no céu.
Todas as noites ela ia à procura da lua,
sempre a seguia em todo lugar que estivesse. Fazia cavalgadas pelas montanhas,
pelas matas, subia e descia os montes, mas não conseguia alcançar Jaci e nada
lhe acontecia. A jovem índia começou a ficar obcecada, parou de comer e de
beber, só pensava na lua e em nada mais. Em uma linda e iluminada noite, Naiá
parou um pouco sua caminhada e chegou perto de um riacho para descansar e beber
um pouco de água.
Ao se aproximar das águas do riacho viu a
lua refletida na água, imediatamente a índia achou que Jaci havia descido do
céu para encontra-la e sem pensar duas vezes, Naiá se atirou dentro da água de
encontro ao seu amado deus. Ela estava tão deslumbrada com seu desejo de ser
levada pela lua que depois de pular dentro da água se deu conta que era apenas
um reflexo, tentou sair, mas não conseguiu, a índia acabou se afogando dentro
das águas e nunca mais foi vista por ninguém.
Ao ver o que havia ocorrido com Naiá, Jaci,
o deus da lua, ficou muito comovido e quis encontrar uma forma de recompensar o
sacrifício feito pela bela jovem. Foi então que ele a transformou em uma
estrela das águas, essa seria uma estrela única e deferente de todas as outras.
A Vitória Régia é uma planta aquática, suas flores são brancas e só se abrem a
noite, para serem iluminadas pela lua, exalando um perfume muito agradável.
Voltando a historia da escrava branca salva
pelos índios que passou a ser chamada de Vitoria, por causa da lenda da Vitoria
Régia, pois ela era branca como a flor da planta aquática que tinha os azuis
cintilantes em suas pétalas como o azul dos olhos da moça. Como ela insistia em
ser chamada por Inácia; Passou a ser chamada de Vitoria Inácia. Ali entre os
índios Puris aquela escrava branca agora tratada com carinho e cuidada pelas índias
mais velhas, pois era assim naquela comunidade indígena as mais experientes
cuidavam como mães das mais novas.
Inácia agora escondida e guardada pelos
índios Puris passa a viver entre sua nova família a família dos selvagens e
fortes contra os inimigos e homens maus, mais benevolentes e protetores dos
homens bons os índio Puris da Bocaina. Seu nome Inácia é trocado por açucena
agora batizada pelo Pajé da tribo: Que quer dizer branca e singela, a escrava
branca e adolescente vive agora livre em meio a sua nova família a Vitoria
Inácia ou Açucena.
Assim como na chegada de Chico Itaúna a
pedra preta cercada de curiosidades das índias solteiras. Vitoria Inácia a
Açucena foi cercada pelos índios jovens e solteiros que nunca viu uma moça tão
branca e doce como aquela. O escravo Chico Itaúna negro por natureza fugitivo
que vivia ainda com os índios Puris saiu a caça e ensinava aos índios a arte da
caça das tribos africanas arte aprendida com seu avô que tinha sido cacique de
sua tribo de origem dos Zulu:
Zulu é o maior grupo étnico na África do
Sul, sendo a sua população de mais ou menos 11 milhões de pessoas e eram considerados como cidadãos de
terceira classe durante o regime do apartheid.
APARTHEID A SEGREGAÇÃO RACIAL NA AFRICA: A
Apartheid foi uma política de segregação social ocorrida na África do Sul entre
1948 e 1994, com a ascensão do Partido Nacional, cujo governo foi composto por
uma minoria branca. O país foi governado por esta minoria que adotou desde 1948
uma política de segregação racial. Com o fortalecimento do regime entre as
décadas de 1960 e 1970, uma forte oposição se fez presente.
O Partido Nacional tinha como parâmetro as
ideias de superioridade racial branca e para manutenção de seu governo e desse
sistema investiu em vigilância e repressão constantes. Os casamentos entre
brancos e negros eram proibidos e o ato sexual de brancos com não brancos, se
descobertos, eram punidos com prisão. Somente brancos atuavam nos cargos
diretivos do governo, no parlamento e eram eles os proprietários de terras
produtivas. Já aos negros cabia o trabalho como mão de obra barata nas
fazendas, nas minas e na indústria.
Além disso, a circulação pelo país era
restrita e controlada por diversos documentos de identificação ou passes e
salvo-condutos. A burocracia foi uma importante estratégia de controle sobre
mulheres e homens negros e sua livre circulação pelo país. Nelson Mandela foi o
maior defensor dos negros durante a segregação racial, lutou contra o racismo e
ficou preso por 27 anos. A apartheid representou a transformação do racismo em
lei na África do Sul - a segregação racial foi legalmente aceita entre 1948 e
1994.
Os zulus que eram considerados pela
apartheid terceira classe das criaturas; São povos que vivem na África, mais
especificamente na região da África do Sul, Lesoto, Suazilândia, Zimbábue e
Moçambique Atualmente os zulus, tem expansão e poderes políticos restritos, mas
no passado, foi uma nação guerreira que resistiu ao máximo à invasão
Imperialista Britânica e Bôeres no século XIX.
Eles moram em cabanas, feitas de palhas de
árvores próprias das florestas tropicais e em forma circular, sem janelas e
facilmente desmontáveis. Na filosofia do povo Zulu; Os homens vivem para a caça
e para a guerra. Todos os ensinamentos de caça dos Zulus foram passados para
Chico Itaúna que agora passa os costumes milenários das tribos da África
antiga. O avô do escravo descendente dos reis Zulus com seu olhar altivo de
cacique, embora sendo escravo judiado não perdeu sua dignidade dos chefes das
tribos. Com sua voz forte de trovão ensinava os costumes da tribo os Zulus para
Chico Itaúna:
Na tribo Zulu quando um rapaz tinha idade
suficiente para passar a guerreiro, era despojado das roupas e, todo o seu
corpo, pintado de branco, davam-lhe a seguir um escudo para se proteger e uma
azagaia ou pequena lança para matar animais ou inimigos. Soltavam-no então
dentro do mato. Quem o visse, ainda enquanto estivesse pintado de branco,
deveria caça-lo e mata-lo. E esta tinta branca levava cerca de um mês para
desaparecer. Por isso o rapaz era obrigado a ficar no mato durante um mês viver
da melhor forma que pudesse.
Durante um mês era está a sua vida, tanto
sob um calor ardente quanto sob chuva ou frio. Quando finalmente a pintura
branca desaparecia, ele podia regressar à sua aldeia. Era recebido então com
grande alegria e permitia-se que tomasse seu lugar entre os jovens guerreiros
da tribo. Mas eles não eram enviados nas matas fechadas sem os treinamentos dos
caciques que eram exímios guerreiros ali no meio das florestas entre os animais
ferozes, o índio tinha que ser o caçador e predador e ao mesmo tempo presa e
mais um na cadeia alimentar daquele lugar. Tinha que se proteger e caçar usando
as técnicas de caça de se esconder e também lutar pela sobrevivência.
Chico Itaúna o homem de pedra como era
chamado saia para a caça e trazia suas caças para a tribo Puris, e sempre
quando chegava à aldeia da Bocaina de Botafogo, tinha festa e o que não faltava
no fogo das fogueiras improvisadas eram as carnes dos animais. Quando Chico
Itaúna chegou jovem negro e bonito, forte e valente foi recebido com festa e
logo apresentado para a escrava branca de olhos azuis e singela, muito bela com
seus cabelos claros agora soltos sem os lenços protetores e o grande chapéu de
palha que sombreava seu rosto.
O homem de pedra Itaúna abre um sorriso com
seus dentes brancos cuidado com ervas e ossos de animais, pois era assim que
cuidavam dos dentes e hálitos com plantas dos ensinamentos dos ancestrais: Sem
tecnologia, itens tirados da natureza faziam sucesso na busca pelo sorriso
perfeito. Antigamente o homem já fazia bochechos com uma mistura de hortelã e
água para deixar o hálito mais agradável, portanto naquela tribo o cultivo da
hortelã era fundamental para manter o hálito saudável. Alguns povos usavam
galhos, folhas de árvores e penas para essa função.
Outros, pequenas lascas de madeiras
entendidas como palitos e há até os que usavam as próprias mãos para fazer a
higienização bucal com plantas que criavam em suas resinas espumas amargas mais
eficazes na limpeza bucal. Ao ver aquele sorriso bonito e simpático daquele
grande e forte ébano, pois Chico Itaúna destaca-se por sua altura com quase
dois metro de altura e seus ombros largos e fortes que parecia ter muito mais
de dois metros em sua altura.
Vitoria Inácia; a Açucena nome dado pelo
Pajé por sua pele branca e singela ficou encantada e seu pequeno coração de
moça nova nunca tinha batido tão forte, parecia que ia saltar de seus lábios
rosas por natureza. Não podia negar; alguma coisa aconteceu com ela a partir
daquele momento sentiu que estava diante do homem de sua vida, e olha que
aquilo não era algo comum como nos dias hoje. Quando as jovens se apaixonavam
era única sua paixão.
Itaúna agora suado pelas caçadas e cansado
da longa caminhada carregando junto com o pequeno grupo de caçadores as carnes
das caçadas, pede licença para a moça bonita de olhos tão azuis que nunca fora
visto por ele.
O índio Barnabé Crescêncio o Coto amigo
agora mais que irmão do Itaúna o homem de pedra; como gostava de ser chamado,
índio que cresceu nas fazendas dos brancos, mas quando adolescente foi
resgatado de seu cativeiro pelos Guerreiros Puris que eram homens treinados e
guerreiros que resgatavam os índios Tupis e Guaranis dos jugos dos brancos em
busca de servidão.
Chamada como a bandeira de caça aos índios
no Brasil do século dezessete: Neste período inicio o ciclo da caça aos índios,
os holandeses dominaram vários pontos africanos em que os portugueses obtinham
escravos. Com pouca quantidade de escravos para atender as necessidades dos
fazendeiros e senhores de engenho brasileiros, ocorreu uma procura maior por
mão-de-obra escrava indígena.
Foi então que muitos bandeirantes,
principalmente paulistas, aproveitaram a situação para entrar neste negócio.
Agora pergunto os Bandeirantes eram heróis ou vilões da historia Brasileira. A
corrupção e busca pelo o ouro não é coisa nova no Brasil. As bandeiras de caça
ao índio foram expedições (bandeiras) organizadas por paulistas (bandeirantes),
que tinham como objetivo capturar e aprisionar indígenas. Estes eram vendidos
para servirem de mão-de-obra, principalmente na agricultura. A maioria das
bandeiras de caça ao índio foi em direção ao sul do Brasil, pois nesta área
havia maior concentração de aldeamentos indígenas controlados pelos jesuítas.
A preferência pelos indígenas dos
aldeamentos do sul também tinha outra justificativa. Os índios destes
aldeamentos já estavam acostumados com o trabalho agrícola, em função dos
ensinamentos dados pelos jesuítas. Estes indígenas trabalhavam no plantio e
colheita destes aldeamentos. Como conheciam o trabalho, era uma mão-de-obra que
os bandeirantes conseguiam obter maior valor de venda.
A maior parte dos indígenas capturados por
estas bandeiras foram vendidos para fazendeiros de São Paulo. Mas a Capitania
do Rio de Janeiro e os senhores de engenho do Nordeste também compraram esta
mão-de-obra, embora em menor quantidade. E foi em uma destas caçadas que o
menino Barnabé Crescêncio foi levado para a venda como um escravo branco.
Comprado junto com alguns índios que foram
amarrados e trazidos para a escravidão em Minas Gerais comprado na grande feira
de São Paulo não tinha hortigranjeiros, mas sim homem e mulheres em comum
acordo dos Jesuítas que treinavam para valorização dos preços por causa do
conhecimento nos cultivos do roçado.
Os Bandeirantes que eram os mercadores
desta mercadoria útil para os senhores dos cafés e engenhos de açúcar. Amarrados
a uma carroça e cercados por quatro capangas que na verdade eram matadores
profissionais. Com aqueles quatro não tinha perdão a tentativa e a força para
escapar era punida com agressões e torturas. Barnabé Crescêncio menino novo
ágil e bom por sua natureza foi tirado de sua família pelos Jesuítas e agora
vendido para as terras mineiras como escravo dos cafezais pelos Bandeirantes.
Neste tempo tinha surgido a lenda do
cavalheiro fantasma que diziam entre os índios e escravos que era a alma de uma
mistura do índio branco com um escravo negro que voltava dos mortos para
assombrarem os cafezais e seus senhores e saiam nas caladas das noites de lua
cheia em busca de vingança e sangue dos brancos. O cavalheiro fantasma que
surgia em seu cavalo preto chamado Ébano cujos olhos eram chamados de chamas de
fogo, montado no cavalo Ébano saia o vingador assombrado cuja finalidade era a
caça e morte dos senhores e capatazes assim como a libertação dos índios
escravos brancos e os negros.
A meia noite saia o bando do cavalheiro
fantasma em busca de sangue com sua tropa de encapuzados chamados de bando das trevas,
pois vestiam com roupas toda de preto e ninguém sabia sua origem. Este grupo
aterrorizavam os Senhores e nas noites de lua cheia o bando colocava terror com
suas armas em formas de tridentes com flechas venenosas em suas pontas caçando
feitores de escravos e a soltura dos escravos que eram libertados e suas
senzalas queimadas...
Como lutar com aqueles agentes das trevas
os vingadores do cavalheiro fantasma. O medo e terror invadiam as noites e
todos ouviam o tropel do cavalheiro e seu bando. Feita de chifre dos carneiros
se ouvia ao longe antes dos ataques e queimadas com as solturas dos escravos
que sumiam cobertos pela negridão da noite. Ouvia o som parecido com um
berrante ou shofar dos Hebreus, alguns diziam que era o som do inferno para os
senhores dos cafezais, mas para os escravos era o som do céu e de sua
liberdade...
Os escravos capturados eram levados para um
lugar chamado à floresta dos malditos, pois todos que entravam naquelas matas
fechadas nunca mais saiam para contar a historia daquele lugar que nem índios
nem escravos ou homens brancos por mais coragem que tinham não entravam adentro
daquele lugar sinistro e funesto. Na sua entrada havia esqueletos de feitores e
capangas. A lenda entre os índios era que naquela mata morava o cavalheiro
fantasma com seus cavalheiros das trevas.
Barnabé Crescêncio agora estava preso
amarrado a carroça com sede e com fome fragilizado pelo cansaço da dura e
comprida viagem. Todos os dez escravos comprados a peso de ouro estavam fracos
por causa da inanição careciam de alimentos para se fortalecerem.
Neste momento a escuridão começa a alcançar
aquela tropa constituída dos dez escravos indígenas, o carroceiro apelidado de
Bagaça, pois gostava de se embriagar com a cachaça guardada em sua cuia de
cuité. Neste momento se ouve a ordem de parada iam acampar a beira do rio
próximo a hoje Coronel Pacheco. O nome da cidade homenageia o Coronel José
Manoel Pacheco (1838-1914), que foi vereador em Juiz de Fora nas legislaturas
de 1873-76, 1898-1900 e 1905-07. Mas naquele tempo se chamava; Agua Limpa:
O município teve origem no antigo povoado
de Água Limpa, depois conhecido por Triqueda, que tornou-se distrito de Juiz de
Fora em 31 de julho de 1890. Posteriormente, a sede do distrito foi
transferida, definitivamente, para o povoado de Lima Duarte, renomeado Água
Limpa. Água Limpa pertenceu, entre 1938-43, ao município de Rio Novo,
retornando a Juiz de Fora após esse período. Em 30 de dezembro de 1962, se
emancipou de Juiz de Fora, adotando a denominação de Coronel Pacheco.
Ali naquele lugar a escuridão tomou conta
da noite, o silencio fúnebre era quebrado apenas pelos estalos da fogueira. Os
escravos cansados não conseguiam dormir por causa da fome tinham comido apenas
mandioca crua e dura. Os capatazes se revezavam em dupla para vigiar e guardar
o acampamento, sabiam que breve chegariam ao seu destino. De repente se ouve o
som tenebroso do shofar que como um grito de liberdade ecoou quebrando o
silencio da noite.
Os capatazes que vigiavam ficaram atentos
os que dormiam sabia que era uma emboscada do cavalheiro das trevas e seu bando
de encapuzados infernais. Com suas armas chamadas: pistola de pederneira, as
primeiras foram feitas no século dezessete. Era um mecanismo feito para
substituir o fecho de mecha, consistia em uma pedra de sílex presa no
percussor, que após ser acionado, provocava uma faísca que detonava a pólvora.
Mas estas armas a escuridão da noite e a
luz da fogueira criavam um alvo fácil para as flechas certeiras do cavalheiro
das trevas e seu bando. Quatro flechadas se ecoou na calada da noite acertando
os alvos dos capangas que cem imobilizados pelas flechas envenenadas com
fortíssimo soníferos extraídos das plantas manipuladas pelo pajé dos índios
Puris.
Naquele momento a garganta começa fechar
com o choque anafilático as vistas escurecem e as pernas ficam bambas e não
mais suportam o peso do corpo e caem no chão desfalecidos os homens maus e
algozes dos índios escravos brancos daquela comitiva. Neste momento a figura
daquele cavalheiro alto, pois dizia que a lenda tinha a aparência de três
metros de altura um gigante forte e impiedoso com os escravagistas.
Escravagistas: Homens que defendiam a
escravatura, a escravidão; Chamados também de escravocrata. Que eram partidário
do escravagismo, do sistema segundo o qual algumas pessoas devem ser privadas
de sua liberdade, por servidão, especialmente os negros e agora com os Jesuítas
e Bandeirantes os índios.
Com golpes certeiros de sua lança em forma
de tridentes o Cavalheiro das trevas mata a cada um dos quatro capatazes e
matadores de aluguel torturadores de índios e escravos. Seus corpos são
pendurados e uma marca foi colocada a fogo no corpo uma marca de caveira como
símbolo da morte; Sinal e aviso do Cavalheiro contra todos que subjugavam com
maldade os escravos. Um aviso de mudanças ou tratavam bem seus escravos ou
teriam a visita do bando das trevas.
Na mesma hora alimentos de mandioca cozida
e frutas como banana, laranjas e abacaxis assim como gomos da cana açucarada
para os escravos índios novos ainda em sua adolescência. O cavalheiro olha para
Barnabé Crescêncio e logo uma empatia se deu entre os dois. O cavalheiro sabia
que ali estava um ótimo ajudante para seu bando, o cavalheiro olha para o
carroceiro Bagaça e diz para ele contar a historia para todos na venda do seu
Joaquim na Vila de Tabuleiro.
De repente em um abrir e fechar de olhos o
cavalheiro desaparece na escuridão da noite levando com ele o seu bando e os
escravos índios brancos que desapareceram e aqueles índios nunca mais foram
visto por aquelas bandas. A pergunta era constante na Vila de Tabuleiro; para
onde eram levados aqueles que desapareceriam juntos aos barulhos dos tropéis
dos cavalos. O mais rápido possível o Bagaça pegou um dos cavalos ainda
atrelados e em galope correu para a fazenda do seu Firmino que parecia dono e
chefe maior daquelas redondezas.
Diz a historia que enriqueceu explorando a
vendas de escravos e das terras tomadas pela força e miras dos seus capangas
matadores de alugueis. E logo que contou o enredo fúnebre de sua viagem correu
para a venda do seu Joaquim o Bijoia.
Ali começa a contar a sua versão estava
ainda sem sono quando ouviu um som como se fosse um gemido de uma alma penada
foram três gemidos como se anunciando o ataque, logo os ouvidos aguçados dos
quatro capangas dos dois que estavam acordados e ou outros dois que estavam
cochilando em uma ronqueira só disse Bagaça.
De repente como um raio quatro flechas certeiras
atingiram os pescoços dos homens que caiaram sem direito a um gemido, e nem
tempo de atirarem com suas pistolas pederneiras. De repente surge diante dele
alumiado pela fogueira aquele cavalheiro e seu cavalo que soltava fogo em suas
respiradas, o cavalheiro com um salto só empunhando uma arma branca:
A alabarda que era composta por uma haste
pequena que tinha na ponta, afiada, uma espécie de machado, e em quatro golpes
certeiros cortam na rapidez de um corisco os pescoços dos capangas do seu
Firmino que não tiveram tempo de se defenderem. Com uma voz rouca de trovão o
cavalheiro da uma ordem e quando a ordem saia de sua boca todos tremiam diante
aquele mandamento.
A ordem era que pendurasse os mortos nos
galhos das arvores e neste momento o cavalheiro usa novamente a sua alabarda
cujo fio brilha com a luz da fogueira improvisada. Neste momento o cavalheiro
das trevas deixa a marca como um aviso para todos que maltratassem índios e
escravos um xis era colocado sinal de eliminação e destruição de todos os
covardes; sejam senhores, capangas e feitores todos estavam agora na mira do
cavalheiro das trevas e seu bando infernal.
Seu Firmino quando vê os corpos de seus
capangas solta brado de maldições e seus gritos se ouvia ao longe e jura ali
diante dos mortos que destruiria o bando e o cavalheiro. Mas como matar e
destruir uma alma penada que voltou das trevas para assombrar a todos os
fazendeiros da região. Assim cresceu naquela região as façanhas do cavalheiro
das trevas e seu bando.
Com a lenda os fazendeiros começaram a
tratar bem os seus escravos e colonos. Não havia mais os roubos das terras e os
escravos das Quilombeiras tinham a paz. Ate que um dia foi proclamado a
Abolição da Escravatura foi o acontecimento histórico mais importante do Brasil
após a Proclamação da Independência, em 1822. No dia 13 de maio de 1888, após
seis dias de votações e debates no Congresso, a Princesa Isabel assinou a Lei
Áurea, que decretava a libertação dos escravos no país.
Agora os índios selvagens deixam suas
terras próximas às cidades e começam a adentrar ainda mais pelas florestas
desaparecendo e refugiando pelas grandes matas. Com os fazendeiros agora
sossegados e com o tratamento mais humanizados o Chico Itaúna pode descansar
junto a sua amada nas terras aquilombadas de Botafogo. Ali cria sua família a
família do Francisco o negro da tribo Zulu com sua amada e não se houve mais
falar do terrível e temido cavalheiro de três metros de altura o fantasma do
cavalheiro das trevas.
Mas dizem que muitos colonos escutam os
rastros das correntes e os urros de um cavalheiro nas noites de lua cheia
ouviam o tropel de seu bando provocando calafrio e temos entre os senhores de
engenho e cafeicultores. Diz o Bagaça no botequim do Bijoia que era um aviso ou
tratavam bem seus empregados ou receberiam a visita do justiceiro vingador o
cavalheiro das trevas.
Entre uma pitada e outra do velho é bom
Chico com seu cigarro de palha com seu fumo de rolo. Francisco homem velho de
idade com rugas da dureza do tempo, cabeça branquinha com suas cãs pichainho,
me diz com uma voz forte do cavalheiro vai deitar netinho tá tarde. Neste
momento me levanto dou um beijo naquela mão de herói e respondo “boa noite vô
Chico, sua bença”.
Neste momento viro encostado no umbral
daquele casebre que era nosso lar e vejo uma lagrima cair dos olhos do
Francisco Itaúna; A pedra preta. Saudade não apenas ainda desejo de vingança
das hostilidades e crueldades dos homens ricos e brancos!!!
Em manhã fria de inverno Chico Itauna fecha
seus olhos pela ultima vez, no colo de sua veia a açucena de olhos azuis da cor
do céu. O velho Chico só tinha um pedido que logo foi atendido pelos filhos dos
escravos das terras Quilombeiras. lança o meu corpo no rio, pois um dia
voltarei em forma de um grande peixe vigiando as águas e terras de maldades.
E neste dia quando anoitecer o grande peixe
se transformara nos temível Cavalheiro das Trevas e seu bando para libertar os
oprimidos daquele vilarejo. em um beijo suave e doce despedi do meu velho avô e
logo vi o seu corpo de pedra desaparecer nas águas caudalosas do rio, descanse
em paz Velho Chico Itaúna o Pedra Preta...
A lenda do cavalheiro ainda continua nas
noites de lua cheia com o relincho do seu cavalo e o som do shofar; anunciando
que o guardião estava a espreita e com isso ouve paz por aquelas banda nas
terras vermelhas do sertão no tropel do bando dos justiceiros!!!
FIM... Maurílio Oswaldo...
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