Não
é o caso, uma vez que ele declara "porque tenho para mim, que Deus a nós,
apóstolos, NOS PÔS POR ÚLTIMOS, como CONDENADOS À MORTE; pois
somos feitos ESPETÁCULO OU PALHAÇO AO MUNDO, aos anjos, e aos
homens" (1Co 4:9) e "até ao presente temos chegado a ser como O
LIXO DESTE MUNDO, e como A ESCÓRIA DE TODOS" (1Co 4:13).
QUE
OS HOMENS NOS CONSIDEREM COMO MINISTROS DE CRISTO... 1CO 4:1: Parece que todos
desejam ser reconhecidos como ministros. Até ministro de louvor inventaram,
para aquele que canta não seja apenas músico, cantor ou adorador, mas
"ministro", e por conta disso, digno de reconhecimento.
Numa
leitura rápida do texto em epígrafe: (título ou frase que, colocada no início
de um livro, um capítulo, um poema etc., serve de tema ao assunto ou para
resumir o sentido ou situar a motivação da obra) parece que estão seguindo o
exemplo de Paulo em suas reinvindicações, pois ao que tudo indica ele está
exigindo que "os homens nos considerem como ministros de Cristo".
Será?
Primeiro,
devemos considerar o termo usado por Paulo para "ministro". A palavra
grega usada é hupereta. A palavrinha esquisita significa, literalmente,
"remador inferior" ou "remador subordinado". É um termo de
origem militar que servia para distinguir, numa embarcação de guerra, o soldado
dos que ficavam no andar de baixo, remando sob o comando de um líder, ao som de
um tambor.
A
ideia, pois, não é de alguém à frente ou acima de outros, mas ao contrário, de
pessoas que fazem um trabalho invisível, num nível inferior aos demais
tripulantes. Sendo Corinto uma cidade portuária, o termo era bem conhecido dos
leitores originais de Paulo. Tendo compreendido o significado do termo, podemos
considerar o motivo pelo qual Paulo o escolheu (ele tinha outras opções, como
doulos, diakonos, therapon, etc.). Em suas próprias palavras, ele explica:
"apliquei
estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós
aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de
um contra outro" (1Co 4:6). Prossegue o apóstolo em sua repreensão dizendo
"quem te faz diferente? E que tens tu que não tenhas recebido? E, se o
recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido" (1Co 4:7).
Os
crentes de Corinto pareciam muito senhores de si mesmos, julgando-se melhores
que os outros. "Já estais fartos!!! Já estais ricos!!! sem nós
reinais!!!" (1Co 4:8) foram as palavras duras de Paulo para os membros
daquela igreja. Para mostrar o absurdo do orgulho deles é que o apóstolo
escolhe um termo que indica uma posição servil e não de destaque. A indireta
paulina fica explícita quando ele diz "Nós somos loucos por amor de
Cristo, e vós sábios em Cristo; nós fracos, e vós fortes; vós ilustres, e nós vis"
(1Co 4:10).
Ao
invés de gritar palavras de ordem diante das pessoas, o ministério de Paulo
consistia de trabalho servil (de serviço): "E nos afadigamos, trabalhando
com nossas próprias mãos" (1Co 4:12). A esta altura, fica claro que a
ideia que Paulo fazia de ministério vai muito longe da ideia moderna. Ao
pretender ser reconhecido como ministro de Cristo, Paulo esperava que os homens
o vissem não sob o brilho de palco, mas no andar inferior e mal iluminado de um
navio.
Ao
invés de estar "fazendo ministração durante o louvor", ele se via
como um remador subordinado ao ritmo monótono de comando "remem, remem,
remem". Em vez de comandar o exército de Deus, ele se colocava num nível
abaixo até mesmo do recruta menos qualificado. E queria ser reconhecido pelos
demais tripulantes como pertencendo a essa classe inferior. Será que Paulo
estava apenas fazendo um discurso com o fim de chocar seus leitores, mas que na
realidade ele considerava que sua condição de ministro de Cristo o posicionava
acima de outros irmãos?
Não
é o caso, uma vez que ele declara "porque tenho para mim, que Deus a nós,
apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos
espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens" (1Co 4:9) e "até ao
presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a escória de
todo" (1Co 4:13).
SE
UM APÓSTOLO É VISTO ASSIM, QUE DIZER DE UM MINISTRO MODERNO? Será que os que
buscam ser reconhecidos como ministros disso ou daquilo, estão dispostos a
descer ao andar de baixo? Estariam dispostos a ser reconhecidos, não como a
elite do culto ou da igreja, mas como aqueles aos quais o Senhor escolheu para
humilhá-los para o bem da igreja?
SOMENTE
OS QUE ASSUMEM A POSIÇÃO DE SERVOS E NÃO DE SENHORES DA IGREJA, QUE TROCAM O
ESTRELISMO PELO SERVIÇO ANÔNIMO E DESINTERESSADO É QUE SÃO, DE FATO, MINISTROS
DE CRISTO!!!
DEUS
TE ABENÇOE!!! MAURÍLIO OSWALDO...
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