MENSAGEM DA CRUZ

MENSAGEM DA CRUZ
ESPAÇO LITERARIO SOBRE A MENSAGEM DA CRUZ :

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

PROSAS E CRÔNICAS DO ROÇADO: LIVRO DE NUMERO 129!!! CENTÉSIMO VIGÉSIMO NONO LIVRO ON LINE GRATUITO POR MAURÍLIO OSWALDO ESCRITOR, HISTORIADOR E PESQUISADOR BÍBLICO!!!


VIDA SERTANEJA DO CAIPIRA SONHADOR:

Eu venho do sertão do pé da serra da colheita do algodão, das mãos calejadas e pés cascorentos e empoeirados da lida da roça em seus roçados. Eu venho das colheitas dos cafezais, dos barulhentos vendavais que empurravam os galhos de café riscando meu rosto cheio de marcas e rugas que contam minha historia com riscos e rabiscos de um rosto com feições de cansaço da vida do mateiro.

Eu venho dos banhos das cachoeiras, das braçadas dos rios com aguas caudalosas. Venho das caçadas dos jacus, capivaras, antas e jacarés. Venho dos ninhos dos passarinhos dos coleiros e canarinhos que com seus trilhados fazendo as trilhas sonoras dos rincões de Minas Gerais...

Venho dos carros de bois, das retiradas de leite da mimosa vaca amansada nos laço da fazenda Tapera Alta. Venho das pescas de carás e tucunarés das profundas aguas barrentas do açudão. Venho das cercas de taquaras dos bambus cortados no meio que cercam o casebre de taipas.

Venho dos galinheiros dos galos e galinhas carijós, dos galos índio valente por natureza dono do terreno. Venho dos cantares que despertam as matas dos galos galinzes que corriam assustados do galo índio manda chuva do terreirão com seu chão endurecido d e nossos pés descalços dos colonos.

Venho das musicas caipira de raiz, das sanfonas e viola caipira que faz os sertanejos chorarem com seus versos e harmonia do amor não correspondido da cabocla mais faceira e formosa do lugar.

Venho das aguas de coité guardadas nas cabaças de barro de argila. Venho dos fogões de lenhas com suas fumaças liberadas nos chaminés de manilhas de barro, venho do arroz com feijão, das farinhadas de mandiocas misturadas ao açúcar que eram nossa sobremesa, doce gostoso e entalador.

Venho das coberturas de sapés presos nos cipós nos entrelaçados das esteiras que faziam o forro guardador. Venho dos piados dos jacarés que soavam nos brejos do estradão, venho dos cantos de batráquios com rãs, sapos e pererecas.

Venho das falas arrastadas dos pitos de palhas e cachimbadas na sua fumaça mal cheirosa. Venho da lamparina de querosene que marcavam os olhos e nariz escurecendo os lados dos olhos deixando eles ainda mais tristes das prosas que contam a VIDA SERTANEJA DO CAIPIRA SONHADOR...

MEU CAFEZAL EM FLOR:

Lembro com saudade do lampião a querosene clareando com dificuldade o casebre. O velho rádio com seu chiado na sala colocado estrategicamente na altura do ouvido de meu pai, isto tudo para ouvir melhor os cânticos da roça no programa baú da saudade... E eu sentado no velho banco de madeira maciça olhando para o meu velho pai com os olhos lacrimejados e como dizíamos na época com os olhos orvalhados.

Minha mãe descendente indígena por sua natureza, sentada me olhando com aqueles olhos negros. Neste momento o caçula da família começa a ouvir as historias das colheitas no cafezal, minha mãe contava das feridas deixadas pelos nós e espinhos dos galhos em suas mãos calejadas pela dura vida no campo.

Fios de lágrimas escorrem pelo seu rosto marcado pelas rugas do tempo e dos longos dias trabalhando de sol a sol, marcando no seu rosto uma historia de lutas e sofrimentos em meio aos colonos do arraial de do arraial de Botafogo. Um arraial que segundo a historia era um quilombo onde os escravos se refugiavam em busca de sua liberdade. Lágrimas que se perdem no chão de terra batida de nossa pequena sala.

Minha mãe contava suas historias em um misto de dor e lembranças de tempos perdidos nos anos de sua precoce vida uma infância perdida na dureza do roçado. A colheita de café em meio as grandes caminhadas nas orvalhadas das madrugadas com seus pés descalços.

Passam os anos, mas ainda lembro-me dos momentos ao seu lado daquela que me deu a vida e que muitas vezes caminhou entre o cafezal em flor... Neste momento toca no velho rádio com seu chiado peculiar a musica de Cascatinha e Inhana; MEU CAFEZAL EM FLOR.

As lágrimas contidas agora tornam-se em um pranto silencioso das saudades, das lutas e dos sofrimentos de quem teve sua vida marcada pelo cafezais. Enquanto eu viver, jamais esquecerei as feições de seu rosto e o doce som de sua voz dizendo agora é tarde vai dormir que amanhã tem que sair cedo para a escola...

Levantava de manhã naquilo que seria para mim uma grande caminhada ate a velha escola. Saia sem uniforme e sem merenda, uma lápis e um caderno orelhado no velho embornal feito de saco alvejado. Descalço com a velha calça de suspensórios, camisa branca encardida pelo uso continuo.

Na volta da escola lembro que no velho portão de madeira a figura de minha mãe e seu avental me esperando para o almoço daquele dia. Estas são minhas lembranças minha mãe colhedora de café, com saudade da roça e do CAFEZAL EM FLOR...

LEMBRANÇAS DO MATUTINHO FELIZ:

(CRÔNICA SAUDOSA DOS CARROS DE BOI)

Quem viu, viu quem viu de forma nenhuma vai ver uai o carro de boi chiador. Com suas formas rústicas da roça seguindo pelo estradão. O boi atrelado nos esteios maciços de madeira hostil. O carro de boi lá vai, com seus bois de carreira, também chamado boi de cabeçalho puxando com sua força o carro pesado com suas rodas gemendo pela estrada poeirenta do roçado.

Ladeira que vem ladeira que vai carreiro gritando gerando uma harmonia de som e gritos e gemidos do rodão de Cabreúva que é a parte do centro também chamada meião e lateralmente se limita com as duas cambotas, originando o apelido das pernas arqueadas dos colonos abestados. O meião, perto das cambotas, tem sempre dois buracos, o bocão, ou oca, que é para o som criar força e ecoar.

Com seus cânticos singelos e saudosos com o carreiro empunhando o varão que com seus estalos apressa o boi velho cansado que disputa suas forças com o novilho novo e metido em suas pernas da juventude animal. O boi novo vai o boi velho segura o trote arrastado e nesta disputa de idades mantém a sequencia do carreirão. O chumaço que era feito de canelão mantém a harmonia das cantigas da roça sem distinção.

Sem muitas rimas do contado levo no meu coração as lembranças da minha mente do matuto cansado que não viu o tempo passar nas mudanças dos anos que apagam nas sutilezas dos matrizes. Os carros que cantam sem cargas apenas um melodia ouvida e de boas lembranças pedem o óleo de copaíba que servem também para curar com seu teor medicinal cicatrizante por sua ação. O balsamo de copaíba que cessa o grito do carrão e apaga o grito de dor das feridas das cangas e mazelas do matutão.

Sou mineiro de nascença e roceiro de coração homem simples da cidade arrancado de sua sina mateira, lembrando-se do que não viveu apenas favas contadas perto das fogueiras da fazenda do Taperão. Olhos lacrimejados da saudade do pai sanfoneiro por sua cultura no doce som dos acordeons que ouvia, quem ouviu, ouviu, mas quem não ouviu não houve mais os acordes do meu velho progenitor e protetor.

Para terminar esta crônica faceira que dá saudade no capiau, Existe no carro de boi a vara de ferrão, de carrapateiro, na frente leva ponteiro de ferro na ponta do ferrão que, antes de ponta dava origem ao espeto das abelhas, com seu furo com duas argolas de ferro, que chacoalham e, assim, o boi já sabe que lá vem cutucão e desamua no efeito do amuar, ou arranca mais o seu trote marrento. Carreiro bom não espeta boi de tirar sangue. Só ponteia, nas lágrimas perdidas no poeirão despede o mineiro caladão com saudade do matão.

COM MEUS PÉS DESCALÇOS: HISTORIA DE MINHA VIDA!!!

Nasci em colchão de palha em uma casa de pau a pique de chão batido com fogão de lenha ligado a uma chaminé de manilhas que sobressaia no telhado de sapé. Tomava água de coité guardadas na moringa de barro de argila, águas tiradas do poço com tampas de madeira apodrecidas pela umidade em balde e carretilha, ali no poço era o habitat de uma trairá que fazia a limpeza da cisterna rota.

Nasci na fazenda “Tapera Alta”, próximo à chacrinha que tinha a porteira vermelha onde mais na frente à ponte também chamada vermelha. Sou filho de uma colhedora de café com as mãos calejadas com um tropeiro que candeava bois pelos montes de Gerais que descansava em paradas nas estalagens, comendo feijão tropeiro com farinha nas estradas de chão e barro do estado de Minas Gerais.

Aos domingos almoço na Grama na reunião familiar com todos da família presente em momentos do passado que hoje estão presentes na memória deste pobre matuto que com saudades dos que se perderam ou se foram sem se despedir deixando um vazio no coração preenchido pelas lembranças de rostos que não vejo mais.

Passeio na arvore da “Baba” próximo a cidade Coronel Pacheco em um lugar chamado prainha, nomes escritos no tronco apagados pelo tempo, brincadeiras singelas com gritos de alegria em um sorriso de felicidade no aconchego dos meus daqueles que foram e hoje não são mais, apenas lembranças deixadas dos “domingos à tarde”.

Churrasco no “Parente” em uma mesa cheia ainda era criança em uma reunião inesquecível que sem dar conta não valorizávamos estes momentos familiares em plena harmonia. Passeios no centro da cidade em ruas de pedras misturadas aos trilhos dos bondes em uma Cimca chambord sem cinto de segurança onde seus cinco lugares comportavam doze que como coração de mamãe abrigava todos misturados em assentos e colos.

Com pés descalços correndo pela rua do meio soltando papagaio e jogando pião que como minha vida rodava para a distancia do lugar onde nasci e vivi minha infância em meio à pobreza e fome na maior riqueza de sentimentos puro e verdadeiro no amor dos meus pais. Nos pastos buscando lenhas colhendo pimentas silvestres, caçando ninhos de passarinhos. “Com meus pés descalços” correndo pelo tempo na estrada de minha vida, sentindo o carinho da terra onde nasci e morei onde quero ser enterrado junto dos meus.

ULTIMA LÁGRIMA:

Agora neste momento no silencio da cálida noite fecho meus olhos, e sou guiado pelas minhas lembranças fugas de tempos distantes e remotos; Háaa, aquela casa de pau a pique, chão batido de chaminé liberando a fumaça do fogão de lenha. Casa simples de colchão de palha e gente humilde que anda com seus pés descalços, povo de fala arrastada, povo mateiro que busca lenha no mato e vive de maneira simples e faceira.

Recém-chegados da roça da vida no meio do mato sofrendo os ardis da dura batalha do campo e dos boqueirões com suas mãos calejadas pelas enxadas, agora vivem assustados na cidade grande uma selva de pedra de gente esquisita e diferente sem cumprimentos e salvas que passam sem olhar, com olhares soberbos e distantes...

Vivem nos tratamentos dos animais, cavalos, cabritos, patos e marrecos ouvindo os cantos dos pássaros presos nas gaiolas e viveiros. Pela manhã as galinhadas se achegam na porta cozinha aquela mulher de figura pequena com seu avental preso em suas mãos cheio de milhos caminha lentamente com seu chinelo de dedo para espalhar as sementes da alimentação das bicharadas. Casa pequena de janelas entreaberta cortinas nas portas dividindo os cômodos do pequeno lar de meu nascimento...

A luz fraca do lampião de querosene aceso no chegar da escuridão da noite, nas fogueiras do quintal com suas chamas vermelha em suas multi-cores clareando o breu de mais um final do dia. Agora sob a luz do lampião a família se reúne assentados nos bancos de madeira rustica com seus assentos endurecidos, olhares atentos no ouvir das historias da roça o pequeno menino de banho tomado na bacia com suas roupas remendadas a mão deita no doce colo de sua mãe Nivalda, recebendo carinho e afagos em seus cabelos dos seus irmãos.

Hoje somos seis, mas éramos doze. O pequeno caçula dos doze fecha seus olhos e adormece ouvindo o doce som sonoro do rádio única diversão da família Souza...

Agora abro meus olhos marejados ainda deixando cair a ultima lágrima da saudade de minha família perdida pelo tempo e pelo passar das jornadas da vida deste homem no chegar dos seus sessenta anos, com seu rosto marcado com suas cãs que servem de cobertura da cabeça agora sem o seu chapéu de palha...

VIDA NA CIDADE CORAÇÃO NO MATO DE UM MATUTO SONHADOR:

Eu sou um caipira, um matuto nascido na cidade, sou um caboclo quieto que tem no coração as maravilhas do sertão. Eu jamais vou negar minha raiz, pois sou filho de uma colhedora de café nascida em botafogo arraial distante próximo a tabuleiro lugar de colonos e escravos fugidos, minha mãe tinha as mãos calejadas de olhos negros tristes na verdade muito triste mulher de cara amarrada seria e sisuda por natureza, trabalhadora que lavava roupa na tina com sabão esfregado naquelas mãos pequenas e firmes, estendendo a roupa no varal que dizia que era para guarár.

Meu pai um homem trabalhador que candeava bois pelos caminhos duros de minas gerais, homem bom quieto de pouca fala que gostava da sua velha e surrada sanfona que tocava as musicas sertanejas de raiz sempre com os olhos marejados pela saudade do matão e dos tempos no estradão. Meu pai tinha um chapéu e sua botina como companheiros que o acompanhava por aonde ele ia.

Tenho a pele morena talvez seja isso a natureza do meu nome queimada de sol e a essência entranhada de um matuto deslocado, com a cútis marcada pela vida escrevendo no rosto enrugado minha historia, tenho a cor da natureza pintada por Deus nosso criador. Não sou de gravata e nem de bravata apenas um simples, arrancado de seu habitat natural e colocado na frieza da cidade de gente soberba e nariz empinado que desprezavam o homem do mato de pés descalço e fala arrastada por sua beleza com som de taquara rachada em tom de batráquios do brejo.

Minha família vem das lutas matutinas dos voos de pardais, dos cantos dos canários nos trigais e milharais, dos coleiros papando seu capim cantando enrolado no tui tui, é isto que me faz feliz lembrar daquilo que não vivi apenas ouvindo historias de tempos remotos e distantes da roça do meu país.

Não morávamos em uma casa e sim num rancho de taipa com seus buracos que eram moradas das garrinchas bicho esquisito de poucos pios em seus giros rodopiando como os piões soltos pelas cordas, se me perguntarem o que me fazia feliz diria que era o cheiro do mato, o despertar do canto do galo despertador natural sem corda e nem bateria basta colocar o milho e o bicho canta feliz, tenho saudade das aguas de cachoeira frias e perigosas seguindo caudalosas e perigosas escondendo em suas corredeiras locas sinistras.

La no mato tudo a noite é silencioso apenas o bater das arvores movidos pelos ventos de outono anunciando tempo de chuvas e temporais, neste momento surgem as estrelas no céu sendo mostrada pelo breu que se estende como um véu, os vagalumes começam a piscar coisa não avistada mais na luz forte da selva de pedra.

Vejo o lumiar da lua dos românticos inebriados pelo seu brilho feliz, sou um caboclo rude tirado do mato e hoje guiado pelas luzes do criador que aponta nas lâmpadas de meus pés que caminho devo seguir caminho para o grande rincão no paraíso eterno guardado para o matuto sonhador cheio de saudade do grotão e roçado do interior.

VIDA DO SERTANEJO GUASCA:

Um homem do campo acostumado com o arado, bom no carteado, que gosta da roça que por Deus foi presenteado, um matuto de rosto amarrado demonstrando estar meio chateado. Um homem de conversa arrastada de fala abreviada de andar com perna alongada, homem do campo que vive na sutileza no meio da mata que exibe sua beleza.

Um simples e humilde que não se define apenas estica um proseado na venda do Seu Joaquim no meio dos sacos de arroz e de feijão segue sua vida em meio ao bordão, se é pra viver do roçado tem que ter o rosto bronzeado que nem os homens do praiado. O matuto sonhador que não esconde sua dor na perda do seu amor que fugiu com o doutor.

Vive na solidão do amargo coração na palhoça de sapé, no colchão de palha de milho desfiado misturado ao capim com barba de bode e crina de animal, onde dorme o matuto abandonado cheio de esperança e fé. Casa simples de picumã de esteira de bambu e barro misturado com esterco para dar a ligação com roseira que serve de enfeite no portão onde esta a carroça amarrada com seu cavalo alazão.

De manhã no trilhar dos pássaros no barulho da bicharada sai o capiau babaquara para o dia no roçado nas lidas da terra vermelha que um dia guardara em seu seio o sertanejo guasca de olhos tristes e vida infeliz, na desembocadura do boqueirão em frente à bocarra do covão na terra de Deus seu criador. “Deus abençoe o caipira do campo”...

A VELHA SANFONA DE OITO BAIXAS:

Historia da minha vida...

Esta vendo aquele homem? Com um olhar triste fixado no horizonte com os lombos encurvados pelo cansaço da vida e lida, andar lento com passos arrastados de quem já sofreu e trabalhou incessantemente pelo pão de cada dia. Uma voz de taquara rachada, embaçada e rouca que tanto me ensinou o caminho certo a seguir, tantas historias contadas aos longos dos anos onde eu deitava em seu colo com um olhar feliz e deslumbrado com suas estórias de reis e príncipes...

Agora ele pega a velha sanfona e toca divinamente naquele pequeno e surrado instrumento a velha sanfona de oito baixas que expressa às tristezas e amarguras do velho Jeca. Sua musica preferida chamava-se saudade do matão e o som com harmonia e graça enchia todo o nosso quarto, meu olhar de orgulho e admiração mirava naquele face cheio de rugas que escrevia em seu rosto uma vida de lutas e sofrimentos, agora o velho sanfoneiro com seus olhos rasos d’água tocava nas teclas pequenas do instrumento para contar suas magoas e saudades...

Aquele homem valoroso de mãos calejadas pelo duro trabalho da lida pegava nas horas de folga os velhos guarda chuvas dos vizinhos para consertar e reformar costurando seus panos (tecidos) com aquela calma que lhe era peculiar, trocava as varetas, reformava os cabos, trocava os gatilhos e as ponteiras (quando estouravam). De repente não mais que de repente ajeitava o seu velho chapéu de couro dos tempos que candeava boi pelas estradas empoeiradas da roça, meu pai saia para o velho carteado com os amigos...

Sentado ao entardecer ao lado do portão de madeiras a sombra da grande trepadeira com seu sombreado, rosto ansioso os olhos de criança voltados para a entrada da rua chamada do meio da fazenda Tapera Alta. De repente ao entardecer surgia aquele homem cansado de mais um dia de labuta carregando seus baldes cheirando a leite.

Neste momento aquela criança corria com suas pernas pequenas ao encontro daqueles braços entre sorrisos e abraços de alegria estendia a pequenina mão e na mesma hora recebia uma pequena moeda trocada por doces e balas. O velho homem estava de volta ao lar... À noite aquele velho homem ligava seu rádio antigo que logo soava o seus sons de violas e cânticos sertanejos embalando a harmonia da família o velho lampião de querosene era aceso com seu peculiar isqueiro de pedra e o lampião soltava sua fumaça preta enchendo o cômodo de chão batido com aquele cheiro de óleo.

O silencio enchia a casa começava a radionovela que todos amavam e ao som das ondas sonoras do velho radio contava a estória do Jerônimo o herói do sertão que contava as lutas contra o crime do valente sertanejo e seu amigo o fiel Saci. Quando terminava o dia a luz do velho lampião era soprada e a escuridão tomava conta do velho casebre de pau a pique... Esta vendo aquele velho homem sanfoneiro com sua velha sanfona de oito baixas na mão? Este homem é meu pai...

Letra da musica Saudades De Matão: Tonico e Tinoco...

Neste mundo eu choro a dor, Por uma paixão sem fim. Ninguém conhece a razão. Porque eu choro num mundo assim. Quando lá no céu surgir. Uma peregrina flor. Pois todos devem saber. Que a sorte me tirou foi uma grande dor...

Lá no céu, junto a Deus. Em silêncio a minha alma descansa. E na terra, todos cantam. Eu lamento minha desventura desta pobre dor. Ninguém me diz. Que sofreu tanto assim. Esta dor que me consome. Não posso viver...

Quero morrer. Vou partir pra bem longe daqui. Já que a sorte não quis. Me fazer feliz. Quando lá no céu surgir. Uma peregrina flor. Pois todos devem saber. Que a sorte me tirou foi uma grande dor... Quando meu pai tocava e cantava esta musica lembrava-se da perda de minha vó falecida...

TERCEIRA IDADE:

Estou chegando ao cúmice do ápice de minha idade a chamada terceira idade, onde o tempo passou sem pedir licença seguindo o curso frenético da vida, engraçado foi em um abrir e fechar de olhos onde vi rapidamente o tempo passar e se multiplicar...

A serenidade toma conta dos meus pensamentos e agora chego ao cume mais alto do arvoredo da minha vida tocada pelos ramos do tempo onde não podemos mais descer do cimo onde estou. A idade dos nobres em uma fuga de dores e às vezes cansaço estou correndo sem olhar pelo retrovisor do meu passado que ficou para trás caminho para o alvo...

No cimo no alto da montanha tudo é paz e na plenitude dos anos encontro a serenidade da bendita e agora rebendita vida lugar sem nuvens ou tempestade do furor da vil mocidade aqui tudo é calmo. Por favor, não retoquem minhas rugas, pois levei muito tempo para ganha-las, não pinte meus cabelos embranquecidos, pois meus cãs deixa-me com um toque de sabedoria...

Os benditos cãs que como uma neve fria e fugas tocou minha cabeça moldando-a com uma sabedoria do tempo trazendo entendimento nos anos de conhecimento das experiências boas e ruins da longa jornada para chegar a um lugar comum de descanso e tranquilidade. Pois agora com a lira rouca em um soneto de batráquios no som das taquaras sendo rachadas e divididas ouço minha voz embaçada pelo tempo...

Contei o tempo que multiplicando os dias formaram os anos de minha sobrevivência em momentos inconstantes do meu viver. A velhice é como um tronco ressequido onde um dia abrigou flores, folhas e frutos onde logo se renovaram em um lugar onde o tempo e idades cessam e não será mais nosso inimigo...

Terceira idade, três vezes mais feliz, três vezes mais sábio, três vezes mais sereno, três vezes mais tolerante, três vezes mais quieto e três vezes mais próximo ao meu chamado e ao meu grito de adeus, não impeça-me a um alguém que me espera, uma eternidade com Deus...

UM DIA DE CHUVA:

Um belo dia de chuva com suas águas caindo molhando as flores renovando a força da natureza que agora se alegra com os pingos de vida que caem do céu. Águas límpidas e puras que caem de Deus que não voltarão a tornam-se nuvens sem antes cumprir sua missão, mais uma vez a natureza rejuvenesce suas cores com seu verde cheio de esperança e amor...

Neste momento abro minha janela lembrei-me das minhas primeiras chuvas com seu cheiro petricor (nome do cheiro das águas molhando a terra), em um tom de saudade, pois um dia contemplava as águas caindo e perguntei por que elas caem? Neste momento numa lembrança de tua voz de batráquio lembrei-me de sua resposta. Embora muitos não gostassem da chuva elas são fundamentais para a terra, ajudam no desenvolvimento de diversas formas de vida...

Aprendi que a chuva é um fenômeno da natureza agindo da seguinte forma; a água aquecida pelo sol se torna em vapor que se misturam com o ar e sobem, tornando-se nuvens carregadas de vapor, ao atingir altitudes elevadas ou encontrar massas de ar frias, o vapor de água condensa, transformando-se novamente em água; Como é pesada e não consegue sustentar-se no ar, a água acaba caindo em forma de chuva...

Portanto o grande milagre da natureza aponta para um criador que renova a terra com suas águas em um sistema natural comandado por suas ordens.  Um Deus que também renova nossas vidas com uma chuva de bênçãos operando um milagre de renascimento cumprindo suas promessas de renovos para nossas vidas com suas águas transformadora e carregada de esperança e amor celestial...

OSVALDINHO O MENINO CANDEEIRO DO ROÇADO: (CRÔNICA HISTORIA DE MINHA VIDA)

O sol surge no horizonte com seu brilho ainda tímido naquela invernada, o pequeno Osvaldinho acorda sonolento assopra o fogo do velho lampião cuja fumaça preta de querosene deixava marcas pretas em seu rosto juvenil de menino prosa e faceiro com seus doze anos, agora ele levanta para suas tarefas e a difícil labuta da família Souza, gente simples e humilde que vivia naquele rincão do pequeno arraial de Boa Vista...

O pequeno retireiro inicia seu duro serviço ajunta as vaquinhas amarra as pernas para não levar um coice da vaca malhada cujas tetas cheias são preparadas para a primeira ordenha do dia, naquela fria manhã com seus ventos cortantes o menino Osvaldinho grita; sossega malhada, pois preciso tirar seu leite...

As seis grandes leiteiras com seus vinte litros são colocadas por aquele menino Osvaldinho, catraio magrinho de braços fortes suspende os vasos de leite sobre as soleiras de madeira do carro de boi atrelado com o Mimoso do lado direito e o outro boi de chifre comprido com nome de vaca o Estrela do lado direito.

Naquela manhã do roçado sai o carro de boi cujas rodas grandes e pesadas com suas vassouras o pequeno arbusto que servia de um lubrificante cuja seiva no atrito liberava um óleo natural exprimido entre os eixos...

Na cálida e silenciosa manhã o barulho da carroça acorda os colonos e caipiras com seu barulho e rangido como se fosse um grito do pequeno menino caminhando entre os roçados. O candeeiro pequeno e frágil grita vamos Mimoso, sossega Estrela, os pássaros começam sua alvorada com seus cantos trilhados começando o dia dos bandos em suas revoadas...

O caipira caminha pelas estradas empoeiradas de terra vermelha do sertão. Com seus pés descalços e cascorentos José Osvaldo de Souza nome dado pelo seu velho pai. O menino agora atinge seu alvo chega ao seu destino o armazém do Seu Maurílio; que nome demais de bonito e diferente soo, pensa o pequeno bacuri...

A vida em sua roda continua sem barulho diferente daquele carro de boi do pequeno Osvaldinho leva o menino quarenta anos depois para uma casa de pau a bique e chão batido de um remoto lugar chamado Fazenda Tapera Alta. Osvaldo homem feito diferente daquele pequeno caipira candeeiro das juntas de bois Mimoso e Estrela.

Escuta o choro do seu décimo segundo filho um choro alto e trilhante que quebra o silencio daquela noite quase natalina o senhor Osvaldo pega a pequena criança em seus braços e agora viaja em suas lembranças do velho armazém e grita com satisfação seu nome será chamado Maurílio que nome mais bonito soo...

Fala em um grito miúdo a velha parteira que sem estudo nenhum colocou no mundo muitas crianças. E ali naqueles braços paterno o menino deixa de chorar agora seguro naqueles braços de amor é colocado em seu berço improvisado de colchão de pano de saco alvejado e palha lugar de muitos grandes sonhos...

O guri cujo nome foi registrado uma semana depois se chamava Maurílio Oswaldo de Souza; que nome mais bonito soo. Viveu sem ser famoso, mas com um coração orgulhoso do seu velho pai o menino candeeiro do roçado Osvaldinho...

NO DIA E ANO QUE NASCI:

(CRÔNICA RETROSPECTA MAURÍLIO SOUZA)

Perguntaram-me quantos anos que estava fazendo? Respondi; Nasci no século passado e no ano que eu nasci, nasceram pessoas importantes e atores e um que sou fã Bruce willis, mas morreram também pessoas importantes como; Albert Einstein (Ulm, 14 de março de 1879 — Princeton, 18 de abril do ano que nasci) foi um físico teórico alemão. Entre suas principais obras desenvolveu a teoria da relatividade geral, ao lado da mecânica quântica um dos dois pilares da física moderna.

Outro fato importante que aconteceu no ano de meu nascimento foi a morte de; Maria do Carmo Miranda da Cunha 5 de agosto do ano em que eu nasci, mais conhecida como Carmen Miranda, foi uma cantora e atriz luso-brasileira. Sua carreira artística transcorreu no Brasil e Estados Unidos entre as décadas de 1930 e 1950... Por fim e enfim no ano em que nasci: As eleições presidenciais evidenciaram os atritos e conchavos entre os partidos políticos, culminando na vitória eleitoral de Juscelino Kubistchek.

Um mito que existe no Brasil é o de que não há terremotos no País. Mas no ano em que nasci houve os dois maiores terremoto que existiram no Brasil, estes dois terremotos no território nacional passaram de 6 graus na escala Richter: em Porto dos Gaúchos (MT), com 6,2 graus, e em Vitória (ES), com 6,1, ambos aconteceram no ano em que nasci. Em julho do ano em que nasci tinha início a que talvez seja a mais espetacular onda de frio já registrado oficialmente no Brasil...

Mas no dia em que eu nasci não aconteceu nada de especial, o sol não escureceu veio normal como sempre vem, não surgiu uma estrela diferente no céu, na verdade quando nasci não houve nada novo senão eu em um colchão de palha em uma casa de pau a pique de chão batido e fogão de lenha onde abrigava o pobre menino.

Neste dia as nuvens não se fecharam anunciando um temporal, a natureza não deu o anuncio, no dia em que nasci a única coisa que vi foi os olhares de ternura e felicidade de minha mãe Nivalda e meu pai Osvaldo e os gritos de alegria dos meus irmãos... Finalizando; parafraseando de maneira contraditória o poeta Luiz Vaz de Camões, o dia em que eu nasci havia gente corajosa que não se espantaram que neste dia deitou no mundo uma das vidas mais abençoada por Deus na terra...

CORAÇÃO NO MATO DE UM MATUTO SONHADOR:

Eu sou um caipira, um matuto nascido na cidade, sou um caboclo quieto que tem no coração as maravilhas do sertão. Eu jamais vou negar minha raiz, pois sou filho de uma colhedora de café nascida em botafogo arraial distante, mas próximo a tabuleiro lugar de colonos e escravos fugidos.

Minha mãe tinha as mãos calejadas de olhos negros tristes na verdade muito triste mulher de cara amarrada seria e sisuda por natureza, trabalhadora que lavava roupa na tina com sabão esfregando naquelas mãos pequenas e firmes, estendendo a roupa no varal que dizia que era para guará.

Meu pai um homem trabalhador que candeava bois pelos caminhos duros de minas gerais, homem bom quieto de pouca fala que gostava da sua velha e surrada sanfona que tocava as musicas sertanejas de raiz sempre com os olhos marejados pela saudade do matão e dos tempos no estradão. Meu pai tinha um chapéu e sua botina como companheiros que o acompanhava por aonde ele ia...

Tenho a pele morena talvez seja isso a natureza do meu nome queimada de sol e a essência entranhada de um matuto deslocado, com a cútis marcada pela vida escrevendo no rosto enrugado minha historia, tenho a cor da natureza pintada por Deus nosso criador.

Não sou de gravata e nem de bravata apenas um simples, arrancado de seu habitat natural e colocado na frieza da cidade de gente soberba e nariz empinado que desprezam o homem do mato de pés descalço e fala arrastada por sua beleza com som de taquara rachada em tom de batráquios do brejo...

Minha família vem das lutas matutinas dos voos de pardais, dos cantos dos canários nos trigais e milharais, dos coleiros papando seu capim cantando enrolado no tui tui, é isto que me faz feliz lembrar daquilo que não vivi apenas ouvindo historias de tempos remotos e distantes da roça do meu país.

Não morávamos em uma casa e sim num rancho de taipa com seus buracos que eram moradas das garrinchas bicho esquisito de poucos pios em seus giros rodopiando como os piões soltos pelos cordéis. Se me perguntarem o que me fazia feliz diria que era o cheiro do mato, o despertar do canto do galo despertador natural sem corda e nem bateria basta colocar o milho e o bicho canta feliz. Tenho saudade das aguas de cachoeira frias e perigosas seguindo caudalosas e perigos escondidos em suas corredeiras e locas sinistras...

La no mato tudo a noite é silencioso apenas o bater das arvores movidas pelos ventos de outono anunciando tempo de chuvas e temporais, neste momento surgem às estrelas no céu sendo mostrada pelo breu que se estende como um véu, os vagalumes começam a piscar coisa não avistada nas luzes fortes da selva de pedra da cidade.

Vejo o lumiar da lua dos românticos inebriados pelo seu brilho feliz, sou um caboclo rude tirado do mato e hoje guiado pelas luzes do criador que aponta nas lâmpadas de meus pés que caminho devo seguir. Caminho para o grande rincão no paraíso eterno guardado para o matuto sonhador cheio de saudade do grotão e roçado do interior...

AMANHÃ EU FICO TRISTE: AMANHÃ!!!

Amanhã eu fico triste. Amanhã!!! Porém hoje não. Hoje eu fico alegre. E todos os dias, por mais amargos que sejam eu digo: Amanhã fico triste, hoje não. Mesmo que a escuridão e o sofrimento assole minha vida, amanhã eu fico triste, porem hoje não. Mesmo que os momentos de dor e tempestade batam a minha porta, amanhã fico triste, porem hoje não...

As lutas, as tristeza da guerra do cotidiano, o pavor do inesperado mediante o caos assolador e presente, amanhã fico triste. Amanhã!!! Hoje não. O perigo da câmara de gás da camada de ozônio, o açoite por nada apenas por um olhar reprovador, amanhã fico triste. Amanhã!!! Hoje não...

O medo surge no meu coração, minha mente confusa planeja a minha morte a incerteza bate forte no ar que respiramos o assombro dos olhos arregalados apavorados ao meu redor. Amanhã!!! Fico triste. Amanhã!!! Hoje não. Hoje eu fico alegre. E todos os dias, por amargos que sejam eu digo: Amanhã eu fico triste, porém hoje não...

A frieza dos arames farpados, o desespero no dia que se levanta. A escura e solitária noite do verão quente do deserto. A maldade vitimando o indefeso diante da crueldade do seu algoz que assisto como em um filme real... Amanhã eu vou ficar triste, pois hoje eu vou ter esperança e acreditar que um dia serei liberto e alcançarei a minha salvação, porem hoje vou estar alegre e crer na existência de um Deus que vai quebrar as algemas das minhas prisões.

Amanhã eu fico triste. Amanhã!!! Porém Hoje não. Hoje eu fico alegre. E todos os dias, por mais amargos que sejam eu digo: Amanhã fico triste, hoje não. Crônica inspirada no poema de um dos dormitórios de crianças do campo de extermínio nazista de Auschwitz...

NA VIDA APRENDI:

Na vida aprendi que o verdadeiro amor é eterno subsiste para sempre, que o verdadeiro amigo nunca será meu inimigo. Na vida aprendi que o amor tem uma força de transformação. Na vida aprendi que ouvir é melhor que falar, aprendi que o convívio traz o conhecimento. Na vida aprendi que quem conhece o homem é o espírito que habita no homem, aprendi que os poucos amigos fieis te fazem mais forte. Aprendi que o nunca mais não deve ser falado.

Na minha vida aprendi que sem Deus nada eu posso fazer, aprendi que minha família estará sempre ao meu lado quando precisar. Na vida aprendi que o sinônimo do amor é ser feliz, se te faz triste não é amor, aprendi que o amor tudo sofre, tudo suporta, tudo crê. Na vida aprendi que o melhor lugar de minha alma é o colo de Deus, aprendi que o melhor lugar do mundo é estar nos pés de meu Deus. Na vida aprendi que devo fazer para os outros, o que quero que façam comigo.

Na vida aprendi que minhas atitudes na relação interpessoal são bumerangues de Deus. Na vida aprendi que vou cair e levantar varia vezes, mas quero me encontrar com meu Deus de pé. Na vida aprendi que a lei didática e a lei da repetição. Na vida aprendi que a melhor maneira de aprender é a pratica. Na vida aprendi que os fins não justificam os meios se eles forem errados. Por fim e enfim aprendi que em Deus através de Jesus Cristo tenho a vida eterna. Na vida aprendi que minha fé em Jesus Cristo me leva a salvação da minha alma...

A FELICIDADE ESTA NA SIMPLICIDADE:

Eu queria ter na vida simplesmente; um quintal de mato verde pra plantar e pra colher, ter uma casinha branca de varanda, um quintal e uma janela só pra ver o sol nascer. Nosso maior desafio na vida é buscar as coisas simples, Isso não quer dizer que não devemos ocultar nossa sabedoria ou conhecimento, nem se achar inferior aos outros.

Mas devemos buscar as coisas grandes de Deus que certamente estão nas coisas simples, que cumprem seus propósitos na vida. Quantos homens bons que perderam a direção buscando a sofisticação que aliada à soberba eleva a patamares tão alto que depois não se sabe mais como descer ou voltar.

Buscar a simplicidade é buscar viver como Jesus que embora sendo rico viveu uma vida simples e no meio dos simples. Deus te convida a viver sua simplicidade que não esta no que temos, mas sim no que somos ou buscamos ser. Quem cultiva e semeia a simplicidade, não espera honra nem reconhecimento pelo que faz ou pelo que é. Se trabalhamos é pelo prazer de sentir útil ao próximo, se praticamos o bem deve ser pelo amor ao nosso semelhante.

Vivemos pela graça e misericórdia de Deus e juntos com Ele devemos fazer a obra através da simplicidade, pois nosso maior exemplo Jesus foi um homem simples. Crônica por: Maurílio Oswaldo; um homem simples, nascido em uma casa de pau a pique e de chão batido na fazenda da Tapera Alta!!!

IGREJA PEQUENA DO MATUTO SONHADOR:

A igreja no pé da serra aonde ia o irmão chorão, era chamado assim, pois orava e chorava aos pés do Senhor Jesus Cristo. Quanto tempo se passou a saudade que ficou dos hinos que cantava da harpa cristã surrada do pastor matuto que falava nóis vai e nóis fica, pastor simples de chinelo de dedo nos pés e a palavra no coração.

Agora na cidade o irmão chorão lembra com saudade da igreja do Boqueirão no pé da serra. Lembra com saudade e seu coração chora quando vai chegando à noite onde não via a hora chegar para ir para a pequena igrejinha adorar ao Deus dos símplices e humildes. E quando chegava ele olhava para o altar e as lágrimas já começavam a rolar no momento sublime e feliz do matuto sonhador. Lembra da cruz, lembra do amor e gritava feliz obrigado meu Senhor.

O matuto agora em suas lembranças vê seu pastor humilde cabisbaixo meditando na pregação preparada no coração de Deus que recebeu como revelação com sua enxada na mão. A igreja calada olhando para seu pastor com os olhos de sofredor semeando chorando aguardando seus feixes com amor. A primeira igrejinha, o primeiro amor do irmão chorão sonhador.

Mãos calejadas que carregava sua bíblia surrada, aguardando as ruas de ouro no paraíso celestial onde todos serão príncipes e doutores no seu lar celestial do seu Senhor. Adeus vida sofrida do cabo do cambangu (enxada), adeus chinelo de dedo, adeus roçado de suor, agora vive feliz o matuto no seu eterno penhor recebido do seu Deus de amor...

QUANDO VOCÊ PENSA EM IGREJA O QUE VEM EM SUA MENTE: A IMPONÊNCIA DOS TEMPLOS FARAÔNICOS? OU NA SIMPLICIDADE E HUMILDADE DE UM POVO? IGREJA NÃO SÃO TEMPLOS E SIM PESSOAS!!!

UM NOVO COMEÇO:

Você em sua vida já desejou apagar momentos do passado ou simplesmente voltar atrás e tomar outras decisões? Desejou certamente escrever uma nova historia nas paginas bolorentas do passado? Quando olhamos pelo retrovisor dos nossos dias ficamos como Paulo que escreveu este texto; Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão.

Diz o filosofo: Errar é humano, mas eu digo que aprender com os erros é sabedoria. Olha meu amigo se você não pode mudar o passado deixa que ele te mude e traga outra direção para sua vida!!! Quantas oportunidades perdidas, quantos amigos deixados pelos rastros de nossos caminhos ficaram para trás.

Quantos momentos de brigas trocariam por abraços, quantas palavras rudes trocariam por um eu te amo, quantos tapas nos rostos trocaríamos por um osculo santo, quantos empurrões trocaríamos por um afago, quantas insolências trocaríamos por um pedido de perdão, quantas atitudes soberbas e orgulhosas trocariam por uma palavra: Eu estava errado...

Qual o tamanho da lista de boas oportunidades que deixamos passar? Quantas boas ações deixaram escapar? Mas infelizmente não existe aquela maquina de voltar no tempo, não há mais como voltar atrás e fazer algo melhor, por isso hoje, no momento chamado agora nós podemos construir no presente um futuro glorioso melhor que no passado...

Olha na construção do futuro não há mais lugar para erros, pois errar pode ser humano, mas vai explicar isso para aquela família de um paciente que perdeu a vida por um erro medico, Olha o grande segredo para construir um futuro sólido esta no fundamento. Este fundamento será a base de sustentação de nossas atitudes e palavras, será a motivação para as nossas ações. Portanto firmamos nossos pés no único fundamento estabelecido na terra, que nos levara a sermos melhores com um futuro melhor.

O fundamento da palavra de Deus a escritura sagrada que diz: 2 Timóteo 3.16: Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça. Partindo do principio dos fundamentos de Deus dos quais podemos entender melhor tanto o que Deus espera de nós quanto às maravilhas que Ele nos tem preparado para nosso futuro. Busque a Deus!!!

PEGADAS NA AREIA NUNCA ESTAREMOS SOZINHOS:

Em um belo entardecer; tive um sonho lindo, sonhei que estava em uma linda praia com o sol no poente deitando-se para dormir. Neste sonho não estava sozinho o Senhor estava comigo, pois um dia Ele me havia prometido que estaria comigo em todos os dias de minha vida que como um vapor logo se dissiparia.

Passou pela minha mente a historia de minha vida que como em flash back passavam diante mim cenas do episódio da minha curta estadia com aqueles que tanto amavam!!! Imagens solenes se desenhavam diante de minhas lembranças tão fugazes e frágeis como uma bola de sabão sendo jogada pelos espaços do meu viver, algo que me deixou embriagado e inebriado como um som engalando enfeitado por sua própria natureza.

Por cada ano de minha vida que passava eram deixadas pares de pegadas naquela fina areia da praia uma pegada era minha e a outra do meu Senhor, companhia fiel em todos os dias de meus sessenta e dois anos. Agora passava pela minha mente cenas cruéis de minha vida, tribulações e sofrimentos dos inesperados dias, que não queríamos ter vividos.

Neste momento de dor em um gesto de esperança olhei para trás, buscando em minhas lembranças sentido de minha existência e naquele momento fatídico percebi que parecia estar sozinho, pois havia apenas uma pegada, pensei, mas como nas ultimas cenas como prenuncio do the end de minha curta vida notei que isso acontecia; Nos momentos bons duas pegadas, nos momentos ruins uma pegada...

Neste momento crendo em minha pequena fé que Deus tem todas as respostas de minha existência, perguntei como em um grito de um aflito; Senhor!!! - Por que tu me deixaste nas horas difíceis??? Pois nestas horas há apenas uma pegada??? O Senhor me abandonou??? O Senhor me respondeu: Meu filho, tu és precioso diante de mim, seu valor excede as maiores riquezas da terra e não há que se compare a ti!!!

No meu amor por você não há abandono, pois não te deixei sozinho nos sofrimentos de sua vida. QUANDO VISTES APENAS UMA PEGADA NA HISTORIA DO SEU VIVER, POIS EXATAMENTE NESTES MOMENTOS EU TE CARREGAVA NO COLO ESTA É A RAZÃO DE TER APENAS UMA PEGADA!!! CONCLUSÃO: Meu amigo, meu irmão mesmo que nos sentimos sozinhos às vezes nos momentos difíceis de nossa vida saiba que; NUNCA ESTAREMOS SOZINHOS...

ESTRELAS AO MAR: PODEMOS SER MELHORES!!!

Certa vez um escritor que morava em uma praia tranquila, próximo a uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar e, à tarde, ficava em casa escrevendo. Certo dia, caminhando pela praia, viu um vulto ao longe que parecia dançar. Ao chegar perto, reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia, para, uma a uma, jogá-las de volta ao oceano, para além de onde as ondas quebravam.

Por que você está fazendo isto??? Perguntou o escritor. Você não vê??? Explicou o jovem, que alegremente continuava a apanhar e jogar as estrelas ao mar, A maré está vazando e o sol está brilhando forte: Elas irão ressecar e morrer se ficarem aqui na areia. O escritor espantou-se com a resposta e disse com paciência: Meu jovem existe milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia.

Você joga algumas poucas de volta ao oceano, mas a maioria vai perecer de qualquer jeito. De que adianta tanto esforço, não vai fazer diferença??? O jovem se abaixou e apanhou mais uma estrela na praia, sorriu para o escritor e disse: Para esta aqui faz...

E jogou-a de volta ao mar. Naquela noite o escritor não conseguiu escrever, nem sequer dormir. Pela manhã, voltou à praia, procurou o jovem, uniu-se a ele, e, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao mar. Reflexão:

1. Quando foi a última vez que você jogou estrelas ao mar? Alguém já lhe ajudou a jogá-las? 2. E quantas vezes você ajudou alguém a jogá-las? 3. Quantas vezes você parou de jogar estrelas de volta, porque alguém lhe disse que não adianta, não tem jeito mesmo?

4. Você já se sentiu como uma estrela-do-mar, lançada de volta ao mar, salva por alguém? 5. Você lembrou-se de agradecer? Ainda há condições de agradecer? Façamos nosso mundo um lugar melhor. Façamos a diferença!!! Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Aquele que crer será salvo!!!

FOLHA EM BRANCO:

Quantas vezes pensamos que nossa vida está uma bagunça, que parece um rascunho rabiscado. Mas, podemos mudar isso e passar esse rascunho a limpo. Certo dia um professor estava aplicando uma prova, os alunos, em silêncio tentavam responder as perguntas com certa ansiedade. Faltavam uns 15 minutos para o encerramento e um aluno levantou o braço, se dirigiu ao professor e disse:

Professor pode me dar uma folha em branco? O professor Levou a folha até sua carteira e perguntou, por que você quer esta folha em branco??? Ele respondeu: Eu tentei responder as questões, rabisquei tudo, fiz uma confusão danada e queria começar outra vez. Apesar do pouco tempo que faltava, o professor confiou no aluno, e entregou uma nova folha Em branco e ficou orando por ele. A atitude daquele jovem causou uma comoção e simpatia no professor.

Hoje, no momento chamado agora, no dia que chamamos de presente: Podemos meditar neste episódio simples, podemos começar a pensar quantas Pessoas receberam uma folha em branco, que foi a vida que DEUS lhe deu até agora, e só tem feito rabisco, confusões, tentativas frustradas e uma Confusão danada...

Na sua vida tudo pode ser apagado e podemos recomeçar a nossa historia apagada pelo sangue da cruz e deixar Deus através do Espírito Santo reescrever uma nova historia cheia de amor, perdão e compaixão. É o agora neste novo dia que se inicia é um bom momento para orar e pedir a DEUS uma folha Em branco; uma nova oportunidade para ser feliz, buscai ao Senhor enquanto se pode achar e invocai seu nome enquanto Ele esta perto...

O CANTO DA MADRUGADA DO CABURÉZINHO:

Todas as madrugadas; Ouço este pássaro cantar, desde quando meus filhos eram pequenos escutava o canto triste de uma ave. Hoje todos os dias a tarde recebo a visita próximo a minha área deste pássaro e bem próximo a mim posso admirar e escutar seu trinado diariamente.

Pesquisei para saber que ave era esta que proporcionava em toda madrugada antes do sol nascer este canto triste como se fosse um piado pedindo socorro e descobri que esta ave era: Caburé; É uma ordem de aves que inclui aves de rapina noturnas, tais como corujas. São caçadoras eficientes, usando, sobretudo seus olhos extremamente aguçados e movimentos rápidos. São criaturas de Deus que proporcionam beleza em som cores e imagens – Ao ouvir o canto deste pássaro escrevi alguns poemas e crônicas:

O CANTO DA MADRUGADA EM UM LUGAR CHAMADO PASSADO:

Um dia de madrugada, no silencio da alvorada se despedindo de mais uma noite, ouvi o canto de um pássaro indiferente da minha solidão, ele cantava. Logo as ideias surgiram em minha mente mais forte e mais rápida que a força de minhas mãos cansadas ao escrever estes meus pensamentos.

Neste momento percebi que na minha vida restaram apenas lembranças de um tempo que se foi rapidamente e que não voltam mais. As imagens como espelhos de minha vida refletem fatos e rostos que se foram sem se despedir em um tempo de convivência pouco aproveitada.

Rostos amados e que me amavam que na velocidade dos tempos da vida se foram sem que pudesse dizer palavras amáveis e fazer gestos afáveis. De todas as palavras que vem em minha mente algo que não disse que sufoca o meu peito e deixa cair uma lágrima de meus olhos cansados. Algo que deveria dizer e não disse e de todas elas o que mais grita em minha alma é; Me perdoa eu estava errado. Mas isso hoje são apenas palavras escritas em um papel amassado deixadas por uma mão cansada que são descrições de uma mente cansada e cheia de saudades de natais passados...

FECHA OS OLHOS BONEQUINHA:

Minha linda bonequinha de pano; Minha querida não olha para as maldades do mundo, não olhe para as bombas que caem sobre nós. As violências dos homens passam, as feridas são cicatrizadas, mesmo que deixem marcas permanentes no físico e em nossas almas. Não tenha medo do homem mal que como o lobo derrubam nossas casas deixando as ruínas e tentam nos destruir nossas vidas também.

Haaa bonequinha frágil não olhe os bombardeios que assolam nossa nação, os corruptos passaram, serão punidos pelas suas próprias ganancias. Bonequinha fecha os olhos para as maldades alheias e prossiga para o alvo. As orações dos justos estão sendo elevadas aos céus e quando abrir os olhos Deus vira ao nosso socorro.

Minha bonequinha não olhe para as nuvens escuras das insensibilidades do coração de pedra dos homens cruéis. Não olhe para os ladrões que tentam furtivamente roubar a nossa paz. Breve muito em breve receberemos de Deus uma nova morada, em um abrigo seguro longe das violências humanas que com suas armas e fuzis matam nossas esperanças.

Bonequinha não olhe, pois tudo passara certamente tudo passa menos a palavra de Deus que é eterna e ela a palavra promete uma vida eterna em um lugar de paz e sem os barulhos das bombas. Fecha os olhos bonequinha!!!

MEU CORAÇÃO UM QUARTO ESCURO:

Meu coração é como um quarto escuro, sem luz, vazio e triste. Não contemplo uma janela que possa ser aberta para que possa entrar uma luz que me tire desta penumbra interna e fugaz. E neste quarto umedecido com minhas lágrimas e tristezas que parecem grades que tiram minha liberdade, neste momento eu grito mais não escuto os ecos dos meus gritos.

Sinto-me sozinho preso aos meus próprios medos e angustias. Um solitário aprisionado pelos próprios erros, um condenado sem salvação sem remissão algemado pelas algemas impiedosas da vida julgado pela sua consciência que como juiz bate o martelo bem forte determinando minha sentença...

O desejo de voltar e recomeçar tudo de novo bate forte dentro do âmago de minha alma buscando uma saída para a liberdade dos campos floridos, dos sons dos ventos batendo sobre as copas das grandes arvores que são meus desafios e lutas diárias. Neste quarto escuro sinto-me cansado e sem forças para correr e sair desta prisão como teias que aprisionam para um fim doloroso.

Neste momento de desespero ouço uma voz suave e meiga, tão doce como um mel no destilar de seus favos. Encavernado eu percebo que alguém ouviu meu grito de socorro e veio me libertar destas correntes impiedosas e frias. E de repente sinto uma unção que quebra todos os meus jugos e me liberta das cangas de minhas costas e sinto-me leve. Não há mais tristezas, não há mais desesperos nem medos e vejo a claridade das janelas sendo abertas e apego em minha liberdade,  agora posso recomeçar...

Tão nítida é esta voz que me chama, neste convite solene que diz assim: Vinde a mim, você que esta cansado e oprimido, e eu te aliviarei. Tomai sobre você o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para a sua alma. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. Mateus 11:28-30... SENHOR ACEITEI O SEU CHAMADO E CORRO PARA A LIBERDADE DO SANGUE VERTIDO NA CRUZ, POIS SE O FILHO VOS LIBERTAR VERDADEIRAMENTE SEREIS LIVRES!!!

ONDE NASCI CRÔNICA SERTANEJA:

Nasci em uma casa de pau a pique taquarada e betumada com barro de argila. Nasci em uma casa de chão batido com portas cortinadas. Nasci em uma casa alumiada de lampião de querosene. Nasci em uma casa de poço de agua no fundo do quintal com corda e carretilha atrelada em um balde, onde banho era em bacia e no final de semana com chuveiradas de regador.

Nasci em uma casa de fogão de lenha com seus cavacos e lenhas abrasadas cozinhava o feijão, onde a broa de fubá era assada no lume e com brasas em sua tampa. A chaminé com sua fumaça quente saiam por uma manilhada.

Nasci em uma casa onde quintal era o habitat natural da bicharada que viviam harmonizados; galos e galinhas, cachorros e gatos, porcos e cabritos, marrecos e patos. Nasci em quintal com arvoredos frutíferos; Mangueiras, abacateiros e goiabeiras faziam os ornamentos da natureza e alegria das criançadas. Nasci em uma casa de rádio emparedado na altura de meu pai, com vitrolas com suas musicas românticas que faziam as trilhas sonoras de nosso lar; Cauby Peixoto, Orlando Silva, Marlene, Emilinha Borba e Ângela Maria chamados os cantores reis e rainhas das ondas sonoras radiofônicas.

Nasci em uma tapera com bancos duros de madeiras de lei, com as divisas sem cercas e muros sem fronteiras das vizinhadas com uns cuidando dos outros compartilhando alegrias e tristezas. Nasci na simplicidade de uma casa, na humildade de seus moradores na construção de um lar em pleno amor habitado nos corações de seus moradores, ouvidos nos trilhados dos pássaros e refletidos nos olhos marejados cheios de recordações e saudades de seus matutos sertanejados!!!

SOLIDÃO:

Ao nascermos não estamos sós, e contemplamos os rostos felizes em sorrisos abertos e ali temos a certeza de uma vida plena e banhada de gestos e afagos. Há como é bom estarmos rodeados da família, de papai e seus guardas chuvas, chapéu de couro e a sanfona de oito baixas ao som de saudade de matão. Saudades dos olhos negros de mamãe; em um rosto serio com a falta dos sorrisos.

O avental vestimenta diária em trabalhos na dureza de uma vida pobre e sem perspectivas de melhoras, apenas vivendo em um interminável nascer e termino do dia em noites agitadas e carregadas de insônias.

Ouço os gritos dos bichos da noite que saem para assombrar as almas dos meninos medrosos em suas visões e devaneios. Arregalo meus olhos no pavor das madrugadas e olho para os lados e nunca estou só. Os olhos negros estão postos em mim contemplando meu sono na quietude do cansaço do meu velho, e neste momento como nunca sinto-me seguro.

Na velocidade do tempo os sorrisos vão se apagando e não tenho mais os olhos negros sobre mim. A velha sanfona de oito baixas cessa seu som e o silencio toma conta e agora a saudade não é mais do matão, mas de entes queridos que aos poucos me deixaram só. Hoje a solidão toma conta do meu quarto e não vejo mais seus rostos apagados por uma mente esquecida na dureza do tempo que escraviza-nos nas saudades cruéis que sem dó tira a felicidade de não estarmos mas entre eles.

O som se apaga na escuridão da noite e não ouço mais os gritos dos bichos, pois eles também me abandonaram, o fogão de lenha foi trocado e a fumaça da chaminé não mais existe. A velha cozinha de chão batido ficou nas lembranças assim como o velho e surrado colchão de palha.

Em uma vida que segue seu rumo deixando apenas os sonhos não sonhados de uma vida solitária triste em pensamentos sem esperança de ver minha família juntas novamente, pois se apagaram os sorrisos e os rostos foram esquecidos e manchados pelas borrachas do tempo e hoje resta apenas a solidão na vida e nas perdas dos meus queridos que partiram sem se despedirem, restando apenas e somente a SOLIDÃO repetidas vezes solidão!!!

CALMARIA UMA CRÔNICA DO SILENCIO:

De repente os gritos são trocados pelo silencio, a calmaria estende-se pela casa. Como se as ondas de um mar bravio fossem trocadas pela suavidade de uma praia sem vagas e oscilações. Agora tudo e calmo e tranquilo e não sabemos se gostamos ou não.

Os questionamentos e as duvidas são trocadas por decisões próprias, e observamos os pássaros voarem para longe do ninho buscando seus verões. As distancias se multiplicam e perdemos as visibilidades escapadas pelo destino e tudo perde o controle e a tranquilidade assusta um pouco.

Coisa da vida que trazem mudanças de um tempo que passou rápido em sua efemeridade e tudo muda quando as sombras mudam de lugares. As inconstâncias dos dias levam a paz de não tê-los por perto, as preocupações e ansiedades só aumentam e percebemos que a inoperância foge de nossas razões e mãos, perdemos o controle.

Como um barco que se parte para mundos distantes e não podemos mais controlar o tempo e nem ditar o ritmo da vida. Não tem como mais cessar os ventos em suas janelas e as visões dos dias claros são trocadas pelas incertezas das noites escuras de um quarto vazio.

Os assopros das ventanias em meio às tempestades não podem mais serem trocados pela CALMARIA de um lar onde o fogo da lareira se apagou e o cansaço do tempo se apoderou de nossos ossos agora frágeis!!!

E neste momento de fragilidade percebemos que dependemos da ajuda de alguém que esta em todos os lugares em sua onipresença. Sua onipotência é clamada em nossas orações; O seu esconderijo do alto é rogada pelas noites escuras inconstantes e o grito pela paz em meio a guerra interna e bradada nas buscas por tempos das CALMARIAS assustadoras!!!

 

Deus te abençoe!!! Maurílio Oswaldo...


 

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