No
proseado do sertão meu pai me contava as prosas do carreirão. Meu pai ponhava
nas manhãs de revoadas dos pássaros, o boi velho com o boi novo na carroça de
atrelado. E pergunto o porquê desta prática da roça? Meu pai respondeu na letra
de uma canção: Fui buscar um boi de carro. Que estava na prisão. Para levar para
o matadouro. A pedido do patrão.
Isto
era ontem na vida do sertanejo e também é na vida da igreja atual, depois de
velho cansado, mas com toda experiência de uma vida o homem de Deus passa a ser
considerado ultrapassado. E começa a valorizar o novo e bunito e bom no
proseado, mas que nunca viveu o que era pregado.
Despreza e a igreja perde a quantidade de ensinamentos na mente dos velhos pastores sonhadores. Meu velho dizia assim o boi novo anda desnorteado e boi velho anda em linha reta. O boi velho criou a reta do carreirão, o boi novo como aquele que manqueja criou a estrada poeirenta e sinuosa e aí aprendemos a história do bezerro manco.
O bezerro manco sobe morro acima e para facilitar, pois estão acostumadas
as coisas rápidas e fáceis. Outra coisa não se lança fora o ferro que Deus
afiou, pois, afiado ele afiara o ferro sem fio para afiar, ou endireitar e
assim numa vida melhorada.
Quando
eu joguei o laço, O animal para mim olhou, O que ele me falou. Foi de cortar o
coração: Me disse assim portador, Destino triste é o meu, Eu não sei por qual
motivo. O meu patrão me vendeu, Ajudei a tanta gente. Fui escravo do roçado,
Depois de velho e cansado, ninguém me agradeceu... Gratidão arquivo em falta no
mercado da vida.
Ao
lado do boi de vapor, O meu primeiro parceiro. Só puxava o carro cheio,
Obedecendo ao carreiro, Na passagem do riacho, Me ajoelhava no barro, Ou
desatolava o carro, Ou quebrava o tanoeiro... Quantas coisas os homens de Deus
fizeram por sua vida e agora descansa esquecido pelos ingratos. Quem trabalhava
comigo, Batia por desaforo, Cortava meu corpo inteiro. Com um chicote de couro,
Invés de me libertar, para morrer no cercado.
Meu
sangue vai ser jorrado, nas tábuas frias do matadouro... Assim como Jesus
Cristo morreu em uma cruz, perdoando a humanidade sem ser por muitos
grateados!!! Meu pai continuava seu proseado musical do roçado: Quem trabalhava
comigo, batia por desaforo, cortava meu corpo inteiro. Com um chicote de couro,
Invés de me libertar, para morrer no cercado. Meu sangue vai ser jorrado, nas
tábuas de um matadouro...
DEUS
TE ABENÇOE!!! OSWALDO DE SOUZA...

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