Sou filho com muito orgulho de um casal que
viveu grande parte de sua vida na roça, meu pai era o que chamavam de candeeiro
(Pessoa que vai a frente da
boiada ou carro de boi levando
uma candeia para iluminar o caminho) de boi e seguia como guia a frente da boiada
na difícil arte de conduzi-los, minha mãe era o que chamavam de apanhadores de
café que era um serviço sazonal nas colheitas de café desde sua remota infância,
não tinha bonecas e sim o trabalho duro da mulher do campo e que trabalhava nos
roçados....
Meu pai é originário de um arraial chamado
boa Vista onde viveu sua infância lidando com os animais fazendo o duro
trabalho de peão e candeeiro, minha mãe originaria de um arraial de negros possivelmente
um antigo quilombo, pois ficava em um lugar escondido e de difícil acesso
chamado Botafogo onde lidava com a dureza do campo, os dois lugares ficam hoje próximo
a uma cidade mineira chamado Tabuleiro, cujo cemitério abriga os restos mortais
de minha irmã de criação Geni que amava muito e foi um grande sofrimento ao
saber de sua morte prematura aos 23 anos de idade...
No dia do meu nascimento em uma época que era
difícil sobrevivência infantil, ao nascer meu primeiro presente foi um pequeno
colchão de palha de milho de origem caseira onde minha mãe confeccionou com
barbantes e panos de saco de linhagem de fibras de juta que eram usados para
armazenar os grãos do milho, como não tinha cama colocaram dois cavaletes de
madeiras rusticas e em cima do rustico artefato colocou uma porta velha de
madeira pequena onde abrigou meu pequeno e saudoso colchão de palha de milho.
Neste berço de cavalete e uma porta velha
simples e humilde desenvolveram meus primeiros sonhos de uma vida melhor, tenho
o costume de dizer o que a vida me deu hoje é muito mais do que recebi ao nascer;
um pequeno e rustico colchão de palha. Seja fiel no pouco e sobre muito Deus te
colocara Mateus 25:21...
“Deus te abençoe” Pr Maurílio Souza...
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