MENSAGEM DA CRUZ

MENSAGEM DA CRUZ
ESPAÇO LITERARIO SOBRE A MENSAGEM DA CRUZ :

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

LEMBRANÇAS DO MATUTINHO FELIZ: (CRÔNICA SAUDOSA DOS CARROS DE BOI)...

LEMBRANÇAS DO MATUTINHO FELIZ: 

(CRÔNICA SAUDOSA DOS CARROS DE BOI)...

Quem viu, viu quem não viu de forma nenhuma verão nem no inverno, outono ou primavera, o carro de boi com suas formas rústicas da roça seguindo pelo estradão. O boi atrelado nos esteios maciços de madeira hostil. O carro de boi lá vai, com seus bois de carreira, também chamado boi de cabeçalho puxando com sua força o carro pesado com suas rodas gemendo pela estrada poeirenta do roçado.


Ladeira que vem ladeira que vai o carreiro gritando gerando uma harmonia de som de gritos e gemidos do rodão de Cabreúva, a parte do centro é chamada meião e lateralmente se limita com as duas cambotas, originando as pernas arqueadas dos colonos abestados. O meião, perto das cambotas, tem sempre dois buracos, o bocão, ou oca, que é para o som criar força e ecoar.
Com seus cânticos singelos e saudosos com o carreiro empunhando o varão que com seus estalos apressa o boi velho e cansado que disputa suas forças com o novilho novo e metido em suas pernas de juventude animal. O boi novo vai o boi velho segura o trote arrastado e nesta disputa de idades mantem a sequencia do carreirão. O chumaço que era feito de canelão mantem a harmonia das cantigas da roça sem distinção.
Sem muitas rimas do contado levo no meu coração as lembranças da minha mente do matuto cansado que não viu o tempo passar nas mudanças dos anos que apagam nas sutilezas dos matrizes. Os carros que cantam sem cargas apenas uma melodia ouvidas em boas lembranças pedem o óleo de copaíba que servem também para curar com seu teor medicinal cicatrizante por sua ação. O balsamo de copaíba que cessa o grito do carrão e apaga o grito de dor das feridas das cangas e mazelas.
Sou mineiro de nascença e roceiro de coração homem simples da cidade arrancado de sua sina, lembrando-se do que não viveu apenas favas contadas perto das fogueiras da fazenda do Taperão. Olhos lacrimejados da saudade do pai sanfoneiro por sua cultura no doce som dos acordeons quem ouviu, ouviu quem não ouviu não houve mais o acordes do meu velho progenitor e protetor.
Para terminar esta crônica cruel por sua saudade do capiau, no carro de boi existe a vara de ferrão, de carrapateiro, na frente leva ponteiro de ferro na ponta do ferrão que, antes de ponta dando origem o espeto das abelhas, com seu furo com duas argolas de ferro, que chacoalham e, assim, o boi já sabe que lá vem cutucão e desamua no efeito do amuar, ou arranca mais no carreirão. Carreiro bom não espeta boi nem tira sangue do garrotão. Só ponteia, segundo nas lágrimas perdidas do poeirão despede o mineiro caladão.

“Deus te abençoe” Pr Maurílio Souza.
_________________________________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário