Quem viu, viu, quem não viu de forma
nenhuma verão: O carro de boi com suas formas rústicas da roça seguindo pelo
estradão. O boi atrelado nos esteios maciços de madeira hostil. O carro de boi
lá vai, com seus bois de carreira, também chamado boi de cabeçalho puxando com
sua força o carro pesado com suas rodas gemendo pela estrada poeirenta do
roçado.
Ladeira que vem ladeira que vai o
carreiro gritando gerando uma harmonia de som de gritos e gemidos do rodão de
Cabreúva, a parte do centro é chamada meião e lateralmente se limita com as
duas cambotas, originando as pernas arqueadas dos colonos abestados.
O meião, perto das cambotas, tem sempre
dois buracos, o bocão, ou oca, que é para o som criar força e ecoar.
Com seus cânticos singelos e saudosos com
o carreiro empunhando o varão que com seus estalos apressa o boi velho e
cansado que disputa suas forças com o novilho novo e metido em suas pernas de
juventude animal.
O boi novo vai o boi velho segura em
trote arrastado e nesta disputa de idades mantem a sequencia do carreirão. O
chumaço que era feito de canelão mantem a harmonia das cantigas da roça sem nenhuma
distinção.
Sem muitas rimas do contado levo no meu
coração as lembranças da minha mente do matuto cansado que não viu o tempo
passar nas mudanças dos anos que apagam nas sutilezas dos matrizes.
Os carros que cantam sem cargas apenas
uma melodia ouvidas em boas lembranças pedem o óleo de copaíba que servem
também para curar com seu teor medicinal cicatrizante por sua ação. O balsamo
de copaíba que cessa o grito do carrão e apaga o grito de dor das feridas das
cangas e mazelas.
Sou mineiro de nascença e roceiro de
coração, homem simples da cidade arrancado de sua sina, lembrando-se do que não
viveu apenas favas contadas perto das fogueiras na fazenda do Taperão.
Olhos lacrimejados da saudade do pai
sanfoneiro por sua cultura no doce som dos acordeons quem ouviu, ouviu quem não
ouviu não ouve mais o acordes do meu velho progenitor e protetor.
Para terminar esta crônica cruel por saudade
do capiau, no carro de boi existe a vara de ferrão, de carrapateiro, na frente
leva ponteiro de ferro na ponta do ferrão que, antes de ponta dando origem o
espeto das abelhas.
Com seu furo com duas argolas de ferro,
que chacoalham e, assim, o boi já sabe que lá vem cutucão e desamua no efeito
do amuar, ou arranca mais no carreirão.
Carreiro bom não espeta boi nem tira
sangue do garrotão. Só ponteia, seguindo as lágrimas perdidas do poeirão
despede o mineiro caladão.
OUVIR O QUE NÃO VIVEU É COMO VIVER AS
LEMBRANÇAS GUARDADAS DAQUELE QUE CONTOU O QUE VIVEU “LEMBRANÇAS DAS FAVAS
CONTADAS DO MEU VELHO PAI – JOSÉ OSVALDO!!!
DIA, TARDE E NOITE PRA TODOS!!! MAURÍLIO
OSWALDO.
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