MENSAGEM DA CRUZ

MENSAGEM DA CRUZ
ESPAÇO LITERARIO SOBRE A MENSAGEM DA CRUZ :

terça-feira, 20 de novembro de 2018

TRIGESSIMA QUINTA LIÇÃO SEMINÁRIO BÍBLICO: POR MAURÍLIO SOUZA ESCRITOR E HISTORIADOR BÍBLICO!!! – ESTUDOS DO LIVRO DE ESTER E LIVRO DE JÓ...


ESTUDO DO LIVRO DE ESTER:

AUTOR E DATA: Embora não saibamos quem escreveu o livro de Ester, as provas intrínsecas possibilitam fazer algumas inferências a respeito do autor e a data da composição. Fica claro que o autor era judeu, tanto pelo realce que confere à origem de uma festa judaica, quanto pelo nacionalismo judaico que permeia a história. 

O conhecimento que o autor tem dos costumes persas, os antecedentes históricos da cidade de Susã e a ausência de referência à terra de Judá ou a Jerusalém fazem crer que ele residia na cidade persa. A data mais recuada possível para o livro seria 460 a.C. As provas intrínsecas também fazem supor que a festa do Purim vinha sendo observada há algum tempo.

antes de esse livro ser escrito (9.19). Vários estudiosos tem datado esse livro no período helenístico; a ausência de palavras gregas e o estilo hebraico do autor, no entanto, Levam a crer que o livro tenha sido escrito antes da queda do Império Persa nas mãos da Grécia, em 331 a.C.

TEMA: O cuidado de Deus. O livro de Ester é uma demonstração da soberania e do cuidado de Deus para com seu povo. A libertação dos judeus por meio da rainha Ester.

COMPOSIÇÃO: O livro de Ester relata a história de uma moça judia que saiu da condição de exilada e desconhecida para a posição de rainha e mulher mais influente do reino da Pérsia. É a história da libertação dos judeus pela rainha Ester, do complô de Hamã. Hamã se torna o homem mais importante depois do rei, e deseja a aniquilação dos judeus. Ele manipula o rei para que execute os judeus. Ester é introduzida em cena e Deus faz uso dela para salvar seu povo. Hamã é enforcado; e Mardoqueu, líder dos judeus no Império Persa, se torna primeiro ministro. A festa do Purim é instituída para marcar a libertação dos judeus.

Um aspecto peculiar no livro de Ester é que o nome de Deus (YHWH) não é mencionado. No entanto vestígios da ação de Deus e seus caminhos transparecem em todo o livro, especialmente na vida de Ester e Mardoqueu. Da perspectiva humana, Ester e Mardoqueu foram duas pessoas do povo menos indicadas para desempenhar funções importantes na nação. Ele era judeu da tribo de Benjamim, exilado na Babilônia; ela era órfã e prima de Mardoqueu, adotada por este (2.7). A maturidade espiritual de Ester se percebe na virtude dela saber esperar a ocasião correta para denunciar a trama de Hamã e pedir a salvação de seu povo (5.6-8; 7.3-6).

Mardoqueu também revela maturidade para aguardar que Deus lhe indicasse a ocasião correta e lhe orientasse. Em consequência ele soube o tempo certo de Ester revelar ao rei sua identidade judaica (2.10). Tudo isso comprova a base espiritual do livro. A meiga e cativante Ester destaca-se como escolhida de Deus. “...Chegou ao reino justamente para uma ocasião com essa" (4.14). 

Ela mostra coragem ao dizer: “... se perecer, pereci” (4.16), assumindo que irá arriscar a vida para defender seu povo. Ester como José do Egito, tinha sido reservada por Deus para seu propósito. - O livro se inicia com um banquete de Assuero e encerra com um banquete de Mardoqueu.

CONTEXTO HISTÓRICO: Xerxes I é identificado com Assuero e reinou de 486 a 465 a.C. Era filho de Dario, o Grande, que anexara partes da Índia e do leste europeu ao seu império em expansão. No entanto os confrontos entre Dario e os gregos não tiveram resultado favorável, como a derrota em Maratona (490 a.C.) deixou claro. Apesar do sucesso de Xerxes em abafar as rebeliões no Egito e na Babilônia, a humilhação dos persas nas mãos dos gregos continuou nas derrotas em Salamina (480 a.C.).

Dizem os historiadores que foi uma das batalhas mais importantes do mundo. A principal fonte deste período é Heródoto, o mais antigo historiador grego e contemporâneo de Xerxes  de seu filho Artaxerxes. Segundo informações paralelas de Heródoto, sabemos que a festa descrita no primeiro capítulo de Ester foi a ocasião do planejamento da campanha contra a Grécia (terceiro ano de reinado de Assuero). Ester substituiu Vasti no sétimo ano de seu reinado (2.16).

PROPÓSITO E MENSAGEM: O propósito central do autor era registrar a instituição da festa do Purim e manter viva para as gerações posteriores.

A lembrança do grande livramento do povo judeu no reinado de Xerxes. O livro explica tanto o início dessa observância quanto à obrigação da comemoração perpétua (3.7; 9.24,28-32). Os acontecimentos na cidade persa de Susã ameaçavam a continuidade dos propósitos de Deus na história da redenção de seu povo.

O livro de Ester possui bons argumentos a favor dos atos de Deus. A história de Israel estava repleta de relatos das grandes intervenções de Deus a favor do seu povo. As dez pragas no Egito; o livramento do Egito; a abertura do mar Vermelho e a queda dos muros de Jericó, eram exemplos clássicos da salvação milagrosa de Israel. Depois, o retorno dos exilados do cativeiro babilônico provou a capacidade divina contínua de realizar o impossível. - Mas Deus não parece visível no livro de Ester. No entanto, onde outros veem coincidências, Israel viu o Senhor agindo. A insônia de um rei (6.1-2) pode resultar no mesmo livramento causado pela divisão do mar Vermelho.

ESTUDO DO LIVRO DE JÓ:

QUEM ERA JÓ: Patriarca que vivia na terra de Uz (1.1). O livro de Jó revela a cultura da época dos patriarcas. Não é uma alegoria; Jó é uma pessoa tão real como Noé e Daniel, sendo citado ao lado deles (Ez 14.14). É citado também como um exemplo de paciência que não seria provável se fosse uma pessoa fictícia (Tg 5.11). Todas as pessoas e lugares são mencionados de uma maneira que não se encontra em alegorias. Os primeiros dois capítulos e os últimos onze versículos são prosa; o resto permanece como “o maior poema da literatura do mundo”.

AUTOR: Embora a maior parte do livro consista nas palavras de Jó e de seus amigos, a relação entre a narrativa inicial e o conteúdo das discussões entre Jó e seus conselheiros.

Deixa claro que Jó não foi o autor. Se ele soubesse o que aconteceu no encontro de Deus com seus filhos, não haveria razão para o debate que procura estabelecer se Jó era culpado do seu sofrimento por conduta pecaminosa. - Várias são as hipóteses levantadas quanto à autoria do livro. A tradição judaica (Baba Bathra 14b e 15ª) declara que o autor foi Moisés, outros estudiosos também atribuem a autoria do livro a Moisés, alguns atribuem a Eliú e há os que acreditam ter sido Salomão o autor.

Podemos dizer que Deus usou um poeta habilidoso, da própria comunidade de Israel para escrever esse livro formidável. O autor desconhecido provavelmente tinha acesso às fontes orais ou escritas da época patriarcal, com base nas quais, sob inspiração divina, compôs o livro que chegou até nós. É lógico que o material que forma o conteúdo do prólogo forçosamente precisa ter sido revelado a ele por Deus, por conter informações que somente Deus poderia saber. - Sabe-se que o autor foi um israelita, uma vez que ele se refere a Deus pelo nome da aliança, “Javé”, enquanto Jó e seus amigos (1.1) usam termos como “Deus” e “Todo-Poderoso”.

DATA: Pelo o que se sabe este livro talvez seja uma das mais antigas obras literárias em existência. É considerado um dos mais antigos, senão o mais antigo livro da Bíblia. Mas, alguns estudiosos o colocam em data bem mais recente como a época do exílio babilônico. - A descoberta de um Targum (paráfrase aramaica) de Jó do século I ou II a.C. (o mais antigo Targum escrito), torna altamente improvável uma data muito avançada para a autoria.

O caráter literário do Livro de Jó inspirou o grande literato, Tomás Carlyle, a escrever: “Este livro, seja qual for o juízo dos críticos sobre ele, é uma das mais grandiosas obras que se tem escrito”. Vitor Hugo declarou: “O Livro de Jó é, provavelmente, a obra-prima da mente humana”.

CARACTERÍSTICAS E TEMAS: O livro trata de uma das perguntas mais antigas da humanidade: “Por que o justo sofre?” Este é o tema do livro. O homem sempre tem indagado por que Deus permite que uma pessoa boa sofra. O drama de Jó oferece uma solução para esse problema. Cremos que ele dá a resposta de Deus. Sempre ficamos confusos com relação ao problema do sofrimento. Muita gente liga o sofrimento ao pecado, inclusive os discípulos de Jesus (Jo 9.2). O livro de Jó dá uma razão inteiramente diferente para o seu sofrimento. Nesse caso, o sofrimento de Jó era uma honra diante de Deus. Deus através do sofrimento de Jó mostrava a Satanás a fidelidade de seu servo, apesar de tudo.

A TEOLOGIA DE JÓ: Para a teologia do livro de Jó, o comportamento correto diante do sofrimento é o silencio (2.10; 40.4-5). Para os argumentos teológicos, segundo L. Schwienhorst-Schonberger, as respostas às causas do sofrimento são crítica a um antropocentrismo fechado em si próprio; o sofrimento é por culpa humana, faz parte do ser humano, é a forma divina de educar e disciplinar e é aperfeiçoamento da fé dos servos de Deus.
As causas do sofrimento humano são debatidas no livro. Cada um dos personagens apresenta seu entendimento do problema.

O ESTUDO DA BÍBLIA: A Bíblia não somente oferece evidência; ela é em si a prova! Lembre que a Bíblia foi escrita através de um longo período de tempo. Por causa disso, a Bíblia fica sem concorrentes por combinar duas coisas: poderia prever eventos futuros e, muito mais tarde, poderia relatar seu cumprimento. Quer dizer, escritores bíblicos escreveram de coisas porvir. Depois, séculos mais tarde, outros escritores bíblicos viram e registraram esses acontecimentos.

Deus te abençoe!!! Maurílio Souza...


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