ESTUDO DO LIVRO
DE ESTER:
AUTOR E DATA: Embora não
saibamos quem escreveu o livro de Ester, as provas intrínsecas possibilitam
fazer algumas inferências a respeito do autor e a data da composição. Fica
claro que o autor era judeu, tanto pelo realce que confere à origem de uma
festa judaica, quanto pelo nacionalismo judaico que permeia a história.
O
conhecimento que o autor tem dos costumes persas, os antecedentes históricos da
cidade de Susã e a ausência de referência à terra de Judá ou a Jerusalém fazem
crer que ele residia na cidade persa. A data mais recuada possível para o livro
seria 460 a.C. As provas intrínsecas também fazem supor que a festa do Purim
vinha sendo observada há algum tempo.
antes de esse livro ser
escrito (9.19). Vários estudiosos tem datado esse livro no período helenístico;
a ausência de palavras gregas e o estilo hebraico do autor, no entanto, Levam a
crer que o livro tenha sido escrito antes da queda do Império Persa nas mãos da
Grécia, em 331 a.C.
TEMA: O cuidado de
Deus. O livro de Ester é uma demonstração da soberania e do cuidado de Deus
para com seu povo. A libertação dos judeus por meio da rainha Ester.
COMPOSIÇÃO: O livro
de Ester relata a história de uma moça judia que saiu da condição de exilada e
desconhecida para a posição de rainha e mulher mais influente do reino da
Pérsia. É a história da libertação dos judeus pela rainha Ester, do complô de
Hamã. Hamã se torna o homem mais importante depois do rei, e deseja a
aniquilação dos judeus. Ele manipula o rei para que execute os judeus. Ester é
introduzida em cena e Deus faz uso dela para salvar seu povo. Hamã é enforcado;
e Mardoqueu, líder dos judeus no Império Persa, se torna primeiro ministro. A
festa do Purim é instituída para marcar a libertação dos judeus.
Um aspecto peculiar
no livro de Ester é que o nome de Deus (YHWH) não é mencionado. No entanto
vestígios da ação de Deus e seus caminhos transparecem em todo o livro,
especialmente na vida de Ester e Mardoqueu. Da perspectiva humana, Ester e
Mardoqueu foram duas pessoas do povo menos indicadas para desempenhar funções
importantes na nação. Ele era judeu da tribo de Benjamim, exilado na Babilônia;
ela era órfã e prima de Mardoqueu, adotada por este (2.7). A maturidade
espiritual de Ester se percebe na virtude dela saber esperar a ocasião correta
para denunciar a trama de Hamã e pedir a salvação de seu povo (5.6-8; 7.3-6).
Mardoqueu também
revela maturidade para aguardar que Deus lhe indicasse a ocasião correta e lhe
orientasse. Em consequência ele soube o tempo certo de Ester revelar ao rei sua
identidade judaica (2.10). Tudo isso comprova a base espiritual do livro. A
meiga e cativante Ester destaca-se como escolhida de Deus. “...Chegou ao reino
justamente para uma ocasião com essa" (4.14).
Ela mostra coragem ao dizer:
“... se perecer, pereci” (4.16), assumindo que irá arriscar a vida para
defender seu povo. Ester como José do Egito, tinha sido reservada por Deus para
seu propósito. - O livro se inicia com um banquete de Assuero e encerra com um
banquete de Mardoqueu.
CONTEXTO HISTÓRICO:
Xerxes I é identificado com Assuero e reinou de 486 a 465 a.C. Era filho de
Dario, o Grande, que anexara partes da Índia e do leste europeu ao seu império
em expansão. No entanto os confrontos entre Dario e os gregos não tiveram
resultado favorável, como a derrota em Maratona (490 a.C.) deixou claro. Apesar
do sucesso de Xerxes em abafar as rebeliões no Egito e na Babilônia, a
humilhação dos persas nas mãos dos gregos continuou nas derrotas em Salamina
(480 a.C.).
Dizem os
historiadores que foi uma das batalhas mais importantes do mundo. A principal
fonte deste período é Heródoto, o mais antigo historiador grego e contemporâneo
de Xerxes de seu filho Artaxerxes.
Segundo informações paralelas de Heródoto, sabemos que a festa descrita no
primeiro capítulo de Ester foi a ocasião do planejamento da campanha contra a
Grécia (terceiro ano de reinado de Assuero). Ester substituiu Vasti no sétimo
ano de seu reinado (2.16).
PROPÓSITO E
MENSAGEM: O propósito central do autor era registrar a instituição da festa do
Purim e manter viva para as gerações posteriores.
A lembrança do
grande livramento do povo judeu no reinado de Xerxes. O livro explica tanto o
início dessa observância quanto à obrigação da comemoração perpétua (3.7;
9.24,28-32). Os acontecimentos na cidade persa de Susã ameaçavam a continuidade
dos propósitos de Deus na história da redenção de seu povo.
O
livro de Ester possui bons argumentos a favor dos atos de Deus. A história de
Israel estava repleta de relatos das grandes intervenções de Deus a favor do
seu povo. As dez pragas no Egito; o livramento do Egito; a abertura do mar
Vermelho e a queda dos muros de Jericó, eram exemplos clássicos da salvação
milagrosa de Israel. Depois, o retorno dos exilados do cativeiro babilônico
provou a capacidade divina contínua de realizar o impossível. - Mas Deus não
parece visível no livro de Ester. No entanto, onde outros veem coincidências,
Israel viu o Senhor agindo. A insônia de um rei (6.1-2) pode resultar no mesmo
livramento causado pela divisão do mar Vermelho.
ESTUDO DO LIVRO DE
JÓ:
QUEM ERA JÓ: Patriarca
que vivia na terra de Uz (1.1). O livro de Jó revela a cultura da época dos
patriarcas. Não é uma alegoria; Jó é uma pessoa tão real como Noé e Daniel,
sendo citado ao lado deles (Ez 14.14). É citado também como um exemplo de
paciência que não seria provável se fosse uma pessoa fictícia (Tg 5.11). Todas
as pessoas e lugares são mencionados de uma maneira que não se encontra em
alegorias. Os primeiros dois capítulos e os últimos onze versículos são prosa;
o resto permanece como “o maior poema da literatura do mundo”.
AUTOR: Embora a
maior parte do livro consista nas palavras de Jó e de seus amigos, a relação
entre a narrativa inicial e o conteúdo das discussões entre Jó e seus
conselheiros.
Deixa claro que Jó
não foi o autor. Se ele soubesse o que aconteceu no encontro de Deus com seus
filhos, não haveria razão para o debate que procura estabelecer se Jó era
culpado do seu sofrimento por conduta pecaminosa. - Várias são as hipóteses
levantadas quanto à autoria do livro. A tradição judaica (Baba Bathra 14b e
15ª) declara que o autor foi Moisés, outros estudiosos também atribuem a
autoria do livro a Moisés, alguns atribuem a Eliú e há os que acreditam ter
sido Salomão o autor.
Podemos dizer que
Deus usou um poeta habilidoso, da própria comunidade de Israel para escrever
esse livro formidável. O autor desconhecido provavelmente tinha acesso às
fontes orais ou escritas da época patriarcal, com base nas quais, sob
inspiração divina, compôs o livro que chegou até nós. É lógico que o material
que forma o conteúdo do prólogo forçosamente precisa ter sido revelado a ele
por Deus, por conter informações que somente Deus poderia saber. - Sabe-se que
o autor foi um israelita, uma vez que ele se refere a Deus pelo nome da
aliança, “Javé”, enquanto Jó e seus amigos (1.1) usam termos como “Deus” e
“Todo-Poderoso”.
DATA: Pelo o que se
sabe este livro talvez seja uma das mais antigas obras literárias em
existência. É considerado um dos mais antigos, senão o mais antigo livro da
Bíblia. Mas, alguns estudiosos o colocam em data bem mais recente como a época
do exílio babilônico. - A descoberta de um Targum (paráfrase aramaica) de Jó do
século I ou II a.C. (o mais antigo Targum escrito), torna altamente improvável
uma data muito avançada para a autoria.
O caráter literário
do Livro de Jó inspirou o grande literato, Tomás Carlyle, a escrever: “Este
livro, seja qual for o juízo dos críticos sobre ele, é uma das mais grandiosas
obras que se tem escrito”. Vitor Hugo declarou: “O Livro de Jó é, provavelmente,
a obra-prima da mente humana”.
CARACTERÍSTICAS E
TEMAS: O livro trata de uma das perguntas mais antigas da humanidade: “Por que
o justo sofre?” Este é o tema do livro. O homem sempre tem indagado por que
Deus permite que uma pessoa boa sofra. O drama de Jó oferece uma solução para
esse problema. Cremos que ele dá a resposta de Deus. Sempre ficamos confusos
com relação ao problema do sofrimento. Muita gente liga o sofrimento ao pecado,
inclusive os discípulos de Jesus (Jo 9.2). O livro de Jó dá uma razão
inteiramente diferente para o seu sofrimento. Nesse caso, o sofrimento de Jó
era uma honra diante de Deus. Deus através do sofrimento de Jó mostrava a
Satanás a fidelidade de seu servo, apesar de tudo.
A TEOLOGIA DE JÓ: Para
a teologia do livro de Jó, o comportamento correto diante do sofrimento é o
silencio (2.10; 40.4-5). Para os argumentos teológicos, segundo L.
Schwienhorst-Schonberger, as respostas às causas do sofrimento são crítica a um
antropocentrismo fechado em si próprio; o sofrimento é por culpa humana, faz
parte do ser humano, é a forma divina de educar e disciplinar e é
aperfeiçoamento da fé dos servos de Deus.
As
causas do sofrimento humano são debatidas no livro. Cada um dos personagens
apresenta seu entendimento do problema.
O ESTUDO DA BÍBLIA:
A Bíblia não somente oferece evidência; ela é em si a prova! Lembre que a
Bíblia foi escrita através de um longo período de tempo. Por causa disso, a
Bíblia fica sem concorrentes por combinar duas coisas: poderia prever eventos
futuros e, muito mais tarde, poderia relatar seu cumprimento. Quer dizer,
escritores bíblicos escreveram de coisas porvir. Depois, séculos mais tarde,
outros escritores bíblicos viram e registraram esses acontecimentos.
Deus te abençoe!!! Maurílio
Souza...
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