MENSAGEM DA CRUZ

MENSAGEM DA CRUZ
ESPAÇO LITERARIO SOBRE A MENSAGEM DA CRUZ :

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

ULTIMA LAGRIMA: CRÔNICA RETROSPECTA PR MAURÍLIO SOUZA...

Agora neste momento no silencio da cálida noite fecho meus olhos, e sou guiado pelas minhas lembranças fugas de tempos distantes e remotos;
Háaa, aquela casa de pau a pique, chão batido de chaminé liberando a fumaça do fogão de lenha. Casa simples de colchão de palha e gente humilde que anda com seus pés descalços, povo de fala arrastada, povo mateiro que busca lenha no mato e vive de maneira simples e faceira. Recém-chegados da roça da vida no meio do mato sofrendo os ardis da dura batalha do campo e do boqueirão com suas mãos calejadas pelas enxadas, agora vivem assustados na cidade grande uma selva de pedra de gente esquisita e diferente sem cumprimentos e salvas que passam sem olhar, com olhares soberbos e distantes...

Vivem nos tratamentos dos animais, cavalos, cabritos, patos e marrecos ouvindo os cantos dos pássaros presos nas gaiolas e viveiros. Pela manhã as galinhadas se achegam na porta da cozinha aquela mulher de figura pequena com seu avental preso em suas mãos cheio de milhos caminha lentamente com seu chinelo de dedo para espalhar as sementes da alimentação das bicharadas. Casa pequena de janelas entreaberta cortinas presas nos portais dividindo os cômodos do pequeno lar de meu nascimento...

A luz fraca do lampião de querosene aceso no chegar da escuridão da noite, nas fogueiras do quintal com suas chamas vermelha em suas multicores clareando o breu de mais um final do dia. Agora sob a luz do lampião a família se reúne assentados nos bancos de madeira rústica com seus assentos endurecidos, olhares atentos no ouvir das historias da roça o pequeno menino de banho tomado na bacia com suas roupas remendadas a mão deita no doce colo de sua mãe Nivalda, recebendo carinho e afagos em seus cabelos dos seus irmãos. Hoje somos seis, mas éramos doze. O pequeno caçula dos doze fecha seus olhos e adormece ouvindo o doce som sonoro do rádio única diversão da família Souza...

Agora abro meus olhos marejados ainda deixando cair a ultima lágrima da saudade de minha família perdida pelo tempo e pelo passar das jornadas da vida deste homem no chegar dos seus sessenta anos, com seu rosto marcado com suas cãs que servem de cobertura da cabeça agora sem o seu chapéu de palha...

“Deus te abençoe” Pr Maurílio Souza..

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