ESTUDO
DO SEGUNDO LIVRO DE SAMUEL:
O
Primeiro e o Segundo livro de Samuel, formavam primitivamente um só livro. Foi dividido
em duas partes pelos tradutores da Septuaginta. Essa divisão foi seguida por
Jerônimo na Vulgata Latina e pelas versões atuais. O nome do livro tem variado
de tempos em tempos, tendo sido designado:
Primeiro
e Segundo Livro dos Reinos (na Septuaginta), Primeiro e Segundo Reis (vulgata)
e Primeiro e Segundo Samuel (Tradução Hebraica e maioria das versões atuais).
Os
dois livros abrangem o período de transição dos juízes para a instituição da
monarquia, incluindo o reinado de Saul e Davi.
AUTOR:
O autor de Segundo Samuel é desconhecido. Embora parte da matéria apresentada
em Primeiro Samuel possa ter sido extraída de escritos de Samuel (1Cr 29.29),
todos os eventos relatados em 2Samuel ocorreram depois da morte do profeta.
DAVI
REI DE ISRAEL: Após a morte de Is-Bosete, os representantes das tribos de
Israel vieram e Hebrom e ungiram Davi como rei de toda a nação.
Davi
reinou durante sete anos e seis meses em Hebrom, e reinou trinta e três anos
sobre toda nação em Jerusalém (5.1-5). - Davi unificou tanto a vida religiosa
quanto política da nação ao trazer a Arca do Testemunho da casa de Abinadabe,
onde havia estado desde que fora recuperada das mãos dos filisteus (6.1-7).
Davi
derrotou com sucesso os inimigos de Israel, e iniciou um período de estabilidade
e prosperidade. Tristemente, porém a sua vulnerabilidade e fraqueza o levam ao
pecado com Bate-Seba e ao assassinato de Urias, esposo dela. Apesar do
arrependimento de Davi depois de confrontado pelo profeta Natã, as
consequências da sua ação são declaradas com todas as letras: Agora, pois, não
se apartará a espada jamais de tua casa - (12.10).
TEMA:
O autor deixa evidente o estabelecimento da aliança davídica por Deus. Davi ao
ser coroado como rei, não usurpou o trono, antes preferiu sofrer a ser considerado
usurpador. Da unção em 1 Samuel 16 à entronização em 2 Samuel 5, a preocupação
do narrador era demonstrar que mesmo destinado pelo Senhor para governar
Israel, Davi soube esperar com paciência.
Davi
foi inicialmente aclamado rei em Hebrom pela tribo de Judá (1 – 4) e depois foi
aceito pelas demais tribos após o assassinato de Is-Bosete (5.1-5). A liderança
de Davi foi decisiva e eficaz para o fortalecimento da nação. Conquistou
Jerusalém, que pertencia aos Jebuseus e fez dela sua capital e residência
(5.6-14). - Embora a sua ascendência sobre Judá tenha se concretizado sem
atritos, há derramamento de sangue antes dele tornar-se rei sobre toda a nação.
As
narrativas enfatizam que Davi é inocente das mortes de Abner e de Is-Bosete,
assim como era inocente da morte de Saul e Jônatas. - No reinado de Davi, o
Senhor fez Israel prosperar, derrotar seus inimigos e em cumprimento das
promessas divinas ampliarem suas fronteiras do Egito até o Eufrates (cap. 8).
Então
o Senhor após ter recusado a oferta de Davi de construir-lhe uma casa, faz uma
aliança de que a dinastia davídica permaneceria para sempre. Essa promessa é a
continuação e especificação da aliança divina feita com os patriarcas e
trata-se de um desenvolvimento de grande importância na esperança messiânica
que será cumprida em Cristo (7.4-17).
A
aliança davídica estabelece que os propósitos de Deus para a casa de Davi são
inabaláveis.
OS
PECADOS DE DAVI E SUAS CONSEQUÊNCIAS:
Depois de tratar do reinado de Davi na
sua glória e sucesso, os capítulos de 10 a 20 retratam o lado mais sombrio do
seu reinado, ocupando-se das fraquezas e dos fracassos de Davi. Embora Davi
continuasse a ser um rei segundo o coração de Deus, por estar sempre disposto a
se arrepender e reconhecer seus pecados, ele sofreu as consequências de suas
desobediências (12.12,13).
Seu
pecado com Bate-Seba e sua tolerância com a iniquidade dos filhos, sua
indulgencia com as insubordinações de seu comandante e sobrinho Joabe - Joabe
era filho de Zeruia, irmã de Davi (1Cr 2.14-16) - levaram a intrigas, violência
e derramamento de sangue dentro da própria família e da nação. Davi acabou
sendo expulso de Jerusalém na rebelião de Absalão.
Mesmo
assim, o Senhor foi misericordioso para com Davi, e seu reinado veio a servir
de padrão de medida para avaliar os reinados posteriores (2 Reis 18.3; 22.2).
FATOS
QUE PROVAM A DEVOÇÃO DE DAVI AO SENHOR:
1 - Sua busca pela direção divina
(2.1); - 2 - O castigo aos que buscaram
ganhar seu favor assassinando seu rival (4.5-12); - 3 - Seu discernimento, depois
de haver sido exaltado como rei de Israel, ao reconhecer que sua escolha havia
vindo do Senhor (5.1-12);...
4
- Sua humildade ao atribuir seu êxito militar ao poder divino (5.20); 5 - Seu
entusiasmo pela volta da Arca da Aliança a Jerusalém (6.1-5); 6 - Seu desejo de
erigir um templo ao Senhor e a dedicação de grande parte de sua riqueza para a
sua construção (caps. 7 e 8). 7 - Sua generosidade para com o filho de Jônatas,
Mefibosete (cap. 9)...
CONCLUSÃO:
A conclusão, contida numa espécie de epílogo nos capítulos 21 a 24, dá aos
livros de Samuel um encerramento temático. O esboço dos capítulos são
simétricos e no centro se acham dois poemas que celebram as duas razões
fundamentais para a benção de Davi. Primeiro o Senhor é seu libertador (22.2-51)
e, segundo, o Senhor fez uma aliança eterna com ele (23.1-7).
Emoldurando
esse núcleo poético, encontram-se as listas dos campeões de Davi (21.15-22;
23.8-39), os agentes humanos de seu sucesso. Por fim, a primeira e últimas
seções são relatos de como Davi fez expiação pelo pecado de Saul contra os
gibeonitas (21.3-9) e, então pelo seu próprio pecado de haver levantado um
censo do povo (cap. 24).
No
primeiro caso Davi afastou um período de fome entregando à morte sete pessoas
da família de Saul. No segundo, ele aceitou o castigo duma praga contra a
nação, mas suplicou a Deus para que a praga cessasse antes de Jerusalém ser
atingida.
O
livro termina com as palavras de Davi em louvor a Deus, que o livrara de todos
os seus inimigos (22.31-51), e com as expectativas da promessa de Deus de que virá
um rei da casa de Davi que governa o povo com justiça - (23.3-5).
Deus
te abençoe!!! Maurílio Souza...
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