Autor e Receptores:
Embora esta carta seja anônima, seu estilo e vocabulário
indicam claramente que foi escrita pelo autor do Evangelho de Jo. Evidências
internas também apontam João como o autor, e o antigo testemunho atribui, com
unanimidade, a carta a ele.
A falta de especial dedicação e saudação indicam que a carta foi circular, provavelmente enviada à igrejas perto e Éfeso, onde João passou seus últimos dias.
Data:
O peso de uma tradição antiga e forte sobre João ter
passado seus últimos anos em Éfeso, junto com o fato do tom dos escritos
sugerirem que se trata de um produto de um homem madura que passou por
experiência espiritual profunda, apontam uma data próxima ao final do séc. I.
Além disso, o caráter da heresia combatida na carta aponta para a mesma época,
cerca de 90 dC.
Ocasião e Objetivo:
João declara ter escrito para dar garantia da vida eterna
àqueles que Crêem “no nome do Filho de Deus (5.13). A incerteza de seus
leitores sobre sua condição espiritual foi causada por um conflito desordenado
com os mestres de uma falsa doutrina. João refere-se ao ensinamento como
enganosos (2.26; 3.7) e aos mestres como” falsos profetas - (4.1), mentirosos
(2.22) e anticristos (2.18,22; 4.3).
Eles um dia tinham estado com a igreja, mas tinha se
afastado (2.19) e tinha se levantado no mundo “(4.1) para propagar sua perigosa
heresia.·Heresia era um precursor do gnosticismo do séc. II, que ensinava que a
matéria era essencialmente ruim e o espírito era essencialmente bom”.
O ponto de vista dualista fez com que os falsos mestres
negasse a encarnação de Cristo e, portanto, a ressurreição. O verdadeiro Deus,
ensinavam eles, nunca poderia habitar um corpo material de carne e sangue.
Portanto, o corpo humano que Jesus supostamente possuiu não era real, mas
apenas aparente. João escreveu vigorosamente contra esse erro (2.22-23; 4.3).
Eles também ensinavam que, como o corpo humano era um
simples invólucro para o espírito interior, e como nada que o copo fizesse
poderia afetar o espírito interno, as distinções éticas pararam de ser
relevantes. Portanto, eles não tinham pecado, João responde esse erro com
indignação (2.4,6,15-17; 3.3,7,9-10; 5.18). “Gnosticismo” é uma palavra derivada do grego gnosis, que significa
“conhecimento”.
Mais tarde, os gnósticos ensinavam a salvação através de
esclarecimento mental, que acontecia somente para iniciados da elite
espiritual, e não aos cristãos comuns. Em virtude disso, eles substituíram a fé
pelas buscas espirituais e exaltaram a especulação mais do que os dogmas
básicos do evangelho.
Mais uma vez João reagiu energicamente (2.20,27),
declarando que não há revelação particular reservada para alguns poucos
intelectuais, e que todo o corpo de crentes possui a doutrina apostólica. O
objetivo de João ao escrever, então, era expor a heresia dos falsos mestres e
confirmar a fé dos verdadeiros crentes.
Características:
Existem grandes semelhanças entre e o Evangelho de Jo e
1Jo. O tom da epístola é amigável e paterna, refletindo a autoridade que a idade
e o apostolado trazem. O estilo é informal e pessoal, revelando o
relacionamento íntimo do apostolo com Deus e com o povo de Deus.
Conteúdo:
Em primeiro lugar, João ressalta os temas do amor, luz,
conhecimento e vida em suas advertências contra a heresia. Esses elementos
repetem-se por toda a carta, sendo o amor a nota dominante. Possuir amor é
evidência clara de que uma pessoa é cristã, e a falta de amor indica que a
pessoa está nas trevas (2.9-11; 3.10-23; 4.7-21).
João afirma que Deus é a luz, e a comunhão com ele faz com
que as pessoas caminhem em verdadeira comunhão com outros crentes. A comunhão
com Deus e os irmãos permite que as pessoas reconheçam através da unção de
Deus, a falsa doutrina e o espírito do anticristo.
A comunhão com Deus exige que se caminhe na luz e se
obedeça aos mandamentos de Deus (1.6-7; 2.3,5). Aquele que “pratica justiça é
justo, assim como ele é justo” (3.7), enquanto “qualquer que não pratica a
justiça e não ama a seu irmão não é de Deus” (3.10).
O amor ao Pai e o amor ao mundo são totalmente
incompatíveis (2.15-17), e nenhuma pessoa nascida de Cristo tem o hábito de
praticar o pecado (3.9; 5.18). Cristo é antítese do pecado, e ele se manifestou
para tirar os nossos pecados (3.5). O cap. 4 continua com o tema da identificação
dos espíritos rivais - falsos profetas que saíram para o mundo (v.1). A fim de
testar os espíritos, nos devemos encontrar quem eles reconhecem como salvador e
senhor.
Todos os espíritos que não reconhecem que Jesus é Deus em
carne não é de Deus (v.3). A epístola termina com o testemunho de Jesus, o
Filho de Deus. Jesus é aquele que veio. O título técnico do Messias é “aquele
que havia de vir” ou “aquele que veio” (Mt 11.3; 1Jo 5.6). João o identifica
como aquele que veio pela água e pelo sangue, o Deus que veio e habitou entre
nós, a palavra que se tornou carne.
Cristo Revelado:
João enfatiza tanto a divindade quanto a humanidade de
Jesus, declarando que Deus entrou completamente na vida humana através dele. Um
teste do Cristianismo é a crença correta sobre a encarnação (4.2,15; 5.1).
Jesus é nosso advogado junto ao Pai (2.1). O pecado não combina com a vida de um cristão; mas, se ele pecar, Jesus defende seu caso.
Jesus é a propiciação pelos nossos pecados (2.2; 4.10).
Jesus também é o nosso Salvador, enviado por Deus para nos resgatar do pecado (1.7; 3.5; 4.14). Apenas através dele podemos alcançar a vida eterna (5.11,12).
Jesus também é o nosso Salvador, enviado por Deus para nos resgatar do pecado (1.7; 3.5; 4.14). Apenas através dele podemos alcançar a vida eterna (5.11,12).
João apresenta a segunda vinda de Jesus como um incentivo para que permaneçamos firmes na fé (2.28), e ele oferece a garantia de que nossa completa transformação à semelhança de Cristo acontecerá no momento de sua volta.
O Espírito Santo em Ação:
João descreve um ministério triplo do ES nesta carta. Em
primeiro lugar, o dom do Espírito que nos assegura que em nosso relacionamento
com Cristo, tanto ele é fiel a nós (3.24) como nós somos fiéis a ele (4.13). Em
segundo lugar, o ES testemunha a realidade da encarnação (4.2;5.6-8). Em
terceiro, o Espírito guia os verdadeiros crentes a uma completa realização da
verdade em relação a Jesus, que eles podem se opor com sucesso aos heréticos
que negaram esta verdade (2.20; 4.4).
I.
A encarnação 1.1-10: Deus tornou-se carne na forma humana
1.1-4
Deus é luz 1.5-10.
Deus é luz 1.5-10.
II. A vida de Justiça 2.1-29: Caminhada
na luz 2.1-7
Advertindo contra o espírito do anticristo 2.18-29.
Advertindo contra o espírito do anticristo 2.18-29.
III. A vida dos filhos de Deus 3.1-4.6:
Justiça 3.1-12
Amor 3.13-24 - Crença 4.1-6
Amor 3.13-24 - Crença 4.1-6
IV. A fonte do amor 4.7-21
V. O triunfo da Justiça 5.1-5
VI. A garantia da vida eterna 5.6-12
VII. Certezas cristãs 5.13-21
INSTITUTO BÍBLICO COMUNIDADE CRISTÃ – UBÁ E BELA AURORA - Maurílio Souza...
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