CRISTO
o mediador:
Porquanto há um só Deus e
um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem... (1 Timóteo 2.5).
INTRODUÇÃO:
A morte
de Cristo é o tema básico do Novo Testamento, que a menciona cerca de 175
vezes. O Senhor Jesus disse que Sua morte era o propósito de Sua vinda: Tal como o Filho do Homem, que não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos (Mateus 20.28). Que Ele morreu, não se discute. As questões que se levantam
dizem respeito a como Ele morreu, o que significa a Sua morte e quais os
benefícios dela. É nestas questões que nos deteremos nesta lição.
A
QUALIFICAÇÃO DO MEDIADOR:
Mediar, de acordo
com o uso comum do verbo, quer dizer colocar-se entre duas partes; fazer a
necessidade de mediação da desavença entre as partes. O pecado rompeu a boa
relação entre o Criador e as criaturas.
E como todos os
homens continuaram sendo pecadores, a relação entre os homens e Deus
necessitava dos serviços de um mediador, de alguém que pudesse unir as partes e
restabelecer a harmonia e a felicidade.
Esse mediador é
Jesus Cristo, Aquele que veio ao mundo tornando-se em semelhança de homens; e,
reconhecido em figura humana para realizar essa obra de mediação. Jesus Cristo
reúne as qualidades indispensáveis exigidas por tal ato de mediação, a saber:
POSSUIR UMA
NATUREZA DUPLA – DIVINA E HUMANA:
Quando a desavença
é entre dois homens, um terceiro homem pode mediar, pois este continua sendo
homem, conhece a natureza dos outros dois, podendo assim media com justiça.
Porém, agora nos encontramos com a dificuldade de que, aquele que quer mediar
entre Deus e os homens, necessitará, de acordo com esta regra, ter duas
naturezas – a divina e humana – para poder mediar com justiça. Como é possível
alcançar esta união? Unicamente pela encarnação. Essa união desejada somente o
Cristo encarnado a possui e ainda que não possamos compreender o mistério de
sua pessoa, nós podemos ver a necessidade e condição.
Como Deus, Ele dá
uma mão a Deus; e, como homem, dá uma mão aos homens para fazer a
reconciliação. Se pensarmos na cruz como o clímax dessa mediação, descobriremos
que, como homem, Ele podia morrer pelos homens; e, sendo Deus, ele acrescentou
ao Seu sacrifício um valor infinito, mais do que suficiente para salvar a todos
os homens.
SER SANTO: Uma
criatura contaminada pelo pecado não poderia mediar neste caso. A santidade era
absolutamente necessária para poder mediar diante de um Deus santo. De tal
necessidade se diz: Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este,
santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que
os céus - (Hebreus 7.26). Esse mediador ideal é Jesus Cristo. Como alguém têm
dito, Seu maior milagre foi viver em santidade num mundo de pecado.
PODER MORRER: A
Obra da mediação tinha que culminar com a morte do mediador a favor dos homens,
pois não havia outra forma possível de resolver a situação. Para poder morrer,
foi que Cristo se fez homem. A evidência principal de que ele poder morrer é
que morreu!!! (Mateus 27.50; Hebreus 8.15-17).
TEORIAS SOBRE O
SIGNIFICADO DA MORTE DE CRISTO: Ao longo dos séculos têm surgido muitas teorias
que tratam de explicar o significado da morte de Cristo. Dentre as mais importantes
estão as seguintes: A TEORIA DO PAGAMENTO A SATANÁS: Esta teoria foi sustentada
por Orígenes, Agostinho e outros. A morte de Cristo, segundo eles, foi um
pagamento do resgate a Satanás para libertar o homem das pretensões que o Diabo
tinha sobre ele. Esta teoria resulta de tomar uma figura de linguagem além de
sua intenção original.
A TEORIA DA
RECAPITULAÇÃO: Cristo recapitulou em Sua vida e morte todas as etapas da vida
humana, mudando o curso que a humanidade tomou em Adão. A desobediência de Adão
é compensada com a obediência de Cristo. Isso foi defendido por Irineu (130-200
d.C.). A TEORIA DA SATISFAÇÃO: Cristo morreu para satisfazer a honra de Deus
que havia sido ofendida.
Anselmo (1033-1109)
foi seu maior defensor. Alguns objetam esta teoria dizendo que o pecado viola
mais do que somente a honra de Deus. A TEORIA DA INFLUÊNCIA MORAL: Com esta
teoria, Abelardo (1079-1142 d.C.) se opôs a teoria comercial de Anselmo. A
morte de Cristo não era uma satisfação da lei divina, mas sim uma demonstração
do amor de Deus. Porém, a morte de Cristo é mais do que isso. É substituição.
A TEORIA DE TOMÁS
DE AQUINO: Aquino combinou Anselmo e Abelardo e sua doutrina se tornou a norma
da Igreja Católica. Ainda que ele não considerava necessária a morte de Cristo
para aplacar a ira de Deus, ele reconhecia que Cristo pagou alguma satisfação
pelo pecado, a qual se aplicava àqueles que se uniam a Cristo e à sua igreja. A
TEORIA DO EXEMPLO: Esta foi sustentada por Socínio. Cristo morreu como um
mártir e é, portanto, nosso exemplo. Porém, não estabelece uma relação direta
entre a morte de Cristo e a salvação dos pecados.
A TEORIA
GOVERNAMENTAL: A morte de Cristo era necessária para mostrar que Deus repudia o
pecado. O governo moral de Deus o exigia, porém, não houve, estritamente
falando, uma satisfação pelo pecado. Esta teoria foi defendida por Grócio. A
TEORIA MÍSTICA: Se parece com a teoria da influência moral. Cristo podia pecar,
porém, foi livrado pelo Espírito Santo. Foi gradualmente purificando a natureza
humana a qual na ocasião de Sua morte foi extirpada e, com ela, a depravação
original. Esta transformação se constitui na redenção.
A TEORIA DO
ARREPENDIMENTO VICÁRIO: Está fundamentada na suposição de que um arrependimento
verdadeiro foi suficiente para expiar o pecado e que Cristo o realizou na cruz.
Admite que o pecado não mereça castigo. A TEORIA DOS REFORMADORES: Em geral,
seguem a mesma teoria de Anselmo, porém, vão além dele, afirmando que:
O pecado é a
transgressão da lei divina, não somente uma ofensa à honra de Deus; Cristo
morreu para satisfazer não somente a honra de Deus, mas sim, primordialmente, a
Sua justiça; A morte de Cristo é vicária; Por meio da fé há uma união
espiritual entre o crente e Cristo a qual permite ao crente apropriar-se dos
benefícios de Sua morte.
FATOS SOBRE A MORTE
DE CRISTO: A primeira verdade sobre a morte de Jesus é que ela não foi espiritual
ou que apenas pareceu que Ele morreu.
Quando a Bíblia
fala de Sua morte, ela não está usando de alegoria ou símbolos; antes, está
declarando um fato, um acontecimento literal e histórico. Jesus morreu de fato
e de verdade. Os apóstolos foram testemunhas deste fato (Atos 5.32; 10.39).
Paulo confirmou que todos os fatos referentes a Cristo, o que inclui a Sua
morte, eram fatos históricos facilmente comprovados em seu tempo, dizendo ao
Rei Agripa:
Porque tudo isto é
do conhecimento do rei, a quem me dirijo com franqueza, pois estou persuadido
de que nenhuma destas coisas lhe é oculta; porquanto nada se passou em algum
lugar escondido. - (Atos 26.26).
A morte de Cristo
foi histórica e foi física. Seu corpo realmente faleceu e perdeu a vida: Carregando
ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós,
mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados
- (1 Pedro 2.24; ver também João 19.28-37). A morte que o Senhor experimentou
não somente foi histórica e física, mas também foi eterna (Mateus 27.46) e
judicial (2 Coríntios 5.21).
OS BENEFÍCIOS DE SUA
MORTE: Os benefícios da morte de Cristo estão descritos principalmente em
quatro termos: A MORTE DE CRISTO FOI UMA SUBSTITUIÇÃO. Com isto nós queremos
dizer que o Senhor morreu em lugar dos pecadores. Não somente morreu em
benefício deles, pelo bem deles, em favor deles, mas também no lugar deles.
Ele foi feito pecado
pro nós (2 Coríntios 5.21) no sentido de que a culpa de nossos pecados foi contata
como se fosse Dele. A ideia de substituição também é comunicada com a da morte
vicária (Mateus 20.28; Filemon 13; 2 Coríntios 5.21; 1 Pedro 3.18; Romanos
5.6-8; 8.32; Gálatas 3.13; 1 Timóteo 2.5-6).
A MORTE DE CRISTO
FOI UMA REDENÇÃO: Com isso nós queremos dizer que Cristo pagou com Sua morte o
preço de nossos pecados e nos deu completa liberdade das consequências dos
mesmos. Três palavras principalmente se traduzem por redenção no Novo
Testamento e ampliam o significado do que Cristo fez por nós em Sua morte: (1) AGORAZO
= Que significa pagar o preço do resgate - (1 Pedro 2.21); (2) EXAGORAZO = Tirar
do mercado de escravos (Gálatas 3.13-14) e (3) LUTROO = Dar completa liberdade.
A MORTE DE CRISTO
FOI UMA RECONCILIAÇÃO: Como isto nós queremos dizer que através da morte de
Cristo o estado de inimizade entre Deus e o homem foi mudado para amizade (2
Coríntios 5.17-21; Romanos 5.6-11; Efésios 2.16; Colossenses 1.220-22).
A MORTE DE CRISTO É
UMA PROPICIAÇÃO: Por meio de Sua morte na cruz, o Senhor Jesus Cristo satisfez
as exigências da justiça divina (1 João 2.2; Romanos 3.25).
A EXPIAÇÃO LIMITADA:
Três destes quatro termos para a morte de cristo também são importantes porque
são básicos para a doutrina da redenção.
Arminianos e Calvinistas
(reformados) têm discutido se Cristo morreu somente para salvar aos eleitos ou
a todos. Os Arminianos defendem que a Bíblia ensina que Cristo morreu por
todos, mas que somente se beneficiam de Sua morte os que creem (1 Timóteo 4.10;
1 João 2.2).
A redenção foi por
todos, inclusive pelos falsos mestres (2 Pedro 2.1); a reconciliação foi por
todo o mundo (2 Coríntios 5.19); a propiciação foi por todo o mundo (1 João
2.2, onde mundo significa todos os não-salvos; 1 João 2.15-17).
Segundo eles, a
evidência indireta dos benefícios da morte de Cristo vem de Romanos 5.6: Porque
Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Se
Cristo morreu somente pelos eleitos, então, somente os escolhidos eram ímpios.
A posição reforma
sobre a questão é resumida na Bíblia de Genebra: O nome [expiação limitada] é,
potencialmente, enganoso, pois ele parece sugerir que os reformadores desejam
de alguma forma limitar o valor da morte de Cristo. Não é o caso. O valor da
morte de Cristo é infinito. A questão é saber qual é o propósito da morte de Cristo
e o que Ele realizou com ela.
Cristo pretendia
fazer da salvação algo não mais que possível? Ou Ele realmente salvou aqueles
por quem Ele morreu?
A teologia reformada
acentua que Jesus realmente fez propiciação pelos pecados daqueles a quem o Pai
escolhera. Ele realmente aplacou a ira de Deus para com Seu povo, assumindo sua
culpa sobre Si mesmo, redimindo-os verdadeiramente e reconciliando
verdadeiramente aquelas pessoas específicas com Deus. Um nome melhor para
expiação limitada seria redenção particular ou específica.
JESUS MORREU POR
TODOS OS HOMENS; PORTANTO TODOS MERECEM A SALVAÇÃO: BASTA APENAS CRER NO SACRIFÍCIO VICÁRIO DE JESUS CRISTO!!! Maurílio Souza...
SEPTUAGÉSIMO NONO
CAPITULO DO SEMINÁRIO PARA PASTORES E LIDERES DA COMUNIDADE CRISTÃ BELA AURORA
E UBÁ!!!
Maurílio Souza...
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