MENSAGEM DA CRUZ

MENSAGEM DA CRUZ
ESPAÇO LITERARIO SOBRE A MENSAGEM DA CRUZ :

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

SEPTUAGÉSIMA QUARTA LIÇÃO DO SEMINÁRIO E ENSINAMENTOS PARA OS SERVOS DE DEUS!!! CRISTOLOGIA A DOUTRINA DE CRISTO: POR MAURÍLIO SOUZA ESCRITOR E HISTORIADOR BÍBLICO...


A CONTRIBUIÇÃO DA REFORMA:

Lutero disse, em relação ao seu ensinamento da presença física de Cristo na mesa do Senhor, da comunicação de propriedades das duas naturezas de Cristo, sem que cada uma deixe de ser o que é. Tal doutrina é questionável e tem recebido distintas apresentações dentro dos luteranos. Segundo os outros reformadores é possível falar de comunicação de propriedades unicamente no fato de que depois da encarnação as propriedades de cada natureza podem ser adstritas à mesma pessoa.

Os calvinistas, por sua vez, afirmaram de forma especial que o Logos não se despojou de qualquer atributo divino durante o tempo de Seu ministério na terra, nem depois de ascendido quando ainda retém a natureza humana. Esta ênfase tem sido chamada de exagero calvinista. Inclusive durante o seu tempo na terra, o Senhor continuou sustentando todas as coisas (Hebreus 1.3). Se esta ênfase é exagerada pode resultar na divisão nestoriana da pessoa de Cristo.

Outra contribuição da reforma foi à ênfase na cristologia dos dois estados: o estado de humilhação e o estado de exaltação de Cristo.  A partir do Século XVIII se começou a falar do Jesus histórico e do ‘Cristo teológico’. O primeiro é aquele apresentado basicamente nos evangelhos e o segundo é criado pelos pensadores da igreja.

Esta ideia deu lugar às diferentes teorias kenóticas (as que têm a ver com o esvaziamento de Cristo que se menciona em Filipenses 2.7), que chegam a afirmar que no momento da encarnação, o Filho deixou de ser Deus e se converteu totalmente em homem. O pano de fundo filosófico para tal reflexão é o panteísmo e serve de base para as modernas cristologias liberais que reduzem Jesus a um mero homem aprovado por Deus e falam do mito da encarnação. Mas isso não passa de um retorno ao ebionismo dos primeiros tempos do cristianismo.

RESUMO DAS PRINCIPAIS HERESIAS CRISTOLÓGICAS:

Todas as principais heresias concernentes à pessoa de Cristo foram manifestadas em forma embrionária durante o tempo da Igreja Primitiva e foram tratadas nos Evangelhos e Epístolas dos escritores apostólicos. Não há realmente novas heresias nos dias de hoje, mas apenas reavivamento ou ressurgimento das antigas.

Devido a estas heresias, os Pais da Igreja realizaram diversos Concílios para formular declarações doutrinárias e credos para defender a Cristologia bíblica. A seguir, apresentamos simples definições das mais proeminentes heresias concernentes à pessoa de Cristo, que já foram citadas anteriormente nesta lição, e nas quais os diversos falsos cultos da cristandade baseiam seus ensinamentos:

EBIONISMO: Os Ebionitas eram judeus crentes que surgiram no segundo século. Eles negavam a divindade de Cristo. GNOSTICISMO: Os Gnósticos apareceram na mesma época dos Ebionistas, embora eles tenham ido ao outro extremo, ou seja, eles negaram a plena humanidade de Cristo.

ARIANISMO: Ário foi o presbítero de Alexandria, no Egito. Seus ensinos se relacionavam mais à doutrina de Deus do que de Cristo. Contudo, não se pode separar completamente uma da outra. Ário ensinava que Cristo era um ser criado, o mais alto de todos, mas ainda um ser criado e não eterno. Ele negou a coexistência e co-igualdade do Filho com o Pai e com o Espírito Santo. É à base da Cristologia das Testemunhas de Jeová.

NESTORIANISMO: Nestor era bispo de Constantinopla e ensinava que havia uma personalidade dualística em Cristo. Ele negou a união das duas naturezas em Cristo, reduzindo-o a um mero homem que foi preenchido com Deus.

EUTIQUIANISMO: Em 451 d.C. surgiram os Eutiquianos, seguidores de Éutiques ou Éutico (não confundir com aquele que caiu da janela). Ele negou a união das duas naturezas em Cristo, fazendo assim uma terceira ou híbrida natureza das outras duas.
AS DUAS NATUREZAS DE CRISTO:

Deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!!! - (Romanos 9.5).

INTRODUÇÃO: Como já vimos na lição sobre o desenvolvimento da cristologia na história da Igreja, a pessoa de Cristo sempre foi alvo de muitas polêmicas e doutrinas heréticas, especialmente no que diz respeito às Suas duas naturezas e única personalidade. Nesta lição, nós iremos ver brevemente o que a Bíblia ensina sobre a união hipostática de Suas duas naturezas. E nas duas lições seguintes nós estudaremos separadamente as Suas naturezas divina e humana.

A UNIÃO HIPOSTÁTICA DE SUAS DUAS NATUREZAS: O Senhor Jesus é uma só pessoa com duas naturezas. Vejamos primeiro quais são as duas naturezas e depois a Sua personalidade. Hipostática = A união em cristo do humano como o divino, natural e sobrenatural, terreno e celestial (Deus-homem)...
AS SUAS DUAS NATUREZAS:

Ao estudar os evangelhos, esta verdade aparece com toda a clareza. Algumas vezes vemos o Senhor cansado do caminho ou comendo ou dormindo como qualquer homem; outras vezes, o vemos repreendendo os ventos e o mar ou multiplicando os pães e os peixes ou curando aos enfermos como somente Deus pode fazê-lo. Esse é o resultado da encarnação: Jesus Cristo, o Deus-homem.

A Sua natureza divina se funde com a natureza humana. Jesus Cristo não somente tem um corpo humano, mas também uma natureza humana com todos os seus elementos – Ele era um homem perfeito, o homem. Depois de Sua encarnação Ele não deixou de ser Deus, mas continua sendo Deus e homem.

A BÍBLIA NOS DÁ VÁRIAS PROVAS DE SUA NATUREZA HUMANA: Ele tinha uma parentela humana (Mateus 1.2-7). Nasceu de uma mulher (Mateus 1.18). Ele cresceu e se fortaleceu como homem (Lucas 2.40). Ele comia, bebia etc. (Marcos 2.16). Ele chorou (João 11.35). Ele morreu (Lucas 23.46).

A SUA NATUREZA DIVINA TAMBÉM É COMPROVADA BIBLICAMENTE: Ele recebeu nomes divinos: Deus (1 João 5.20); Senhor (Lucas 2.11; Atos 9.17); Pai Eterno (Isaías 9.6); Reis dos reis (1 Timóteo 6.15); Senhor da Glória (1 Coríntios 2.8). Ele recebeu adoração: A Bíblia que ensina que só devemos adorar a Deus. Se Cristo permitiu que as pessoas o adorassem, então, é porque Ele é Deus (Mateus 14.33; Lucas 24.52).

A Bíblia diz que devemos honrar ao Filho como honramos ao Pai (João 5.23; Hebreus 1.6). Os apóstolos e cristãos primitivos aceitaram a deidade de nosso Senhor Jesus Cristo (Atos 7.59; 1 Coríntios 1.2). Todo verdadeiro cristão aceita esta sublime verdade. Cristo possui os atributos divinos: eternidade (João 1.1), imutabilidade (Hebreus 13.8), onipotência (Mateus 28.18), onisciência (Colossenses 2.3).

UMA SÓ PERSONALIDADE: Estas duas naturezas se fundem na pessoa de Jesus Cristo produzindo ou manifestando uma só personalidade. A esta união perfeita das duas naturezas se chama, na teologia, de: A UNIÃO HIPOSTÁTICA. De maneira que Jesus Cristo não é um Deus e um homem, mas sim o Deus-Homem.

Quando Ele age, é como uma só pessoa e não como duas. Esta grande verdade é apresentada por Paulo nas seguintes palavras: Deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!!! - (Romanos 9.5).

GUARDE ESTE PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CRISTOLOGIA:

Jesus Cristo tem duas naturezas, porém, apenas uma personalidade. Em Cristo coincide a completa natureza divina com a completa natureza humana. É chamada de natureza o conjunto das qualidades que faz com que uma pessoa seja o que ela é. Natureza é diferente de Pessoa em que pessoa é um sujeito responsável por suas próprias ações.

Como nós já vimos em Jesus Cristo há uma só pessoa com duas naturezas. Porém, a natureza humana de Cristo não é impessoal, mas sim que tem sua subsistência na pessoa do Filho.
Não há duas pessoas em Jesus Cristo, mas sim uma só. Jesus nunca falou de Si mesmo no plural. Não há evidência de múltipla personalidade Nele. As duas naturezas são apresentadas como unidas numa só pessoa (Romanos 1.3-4; Gálatas 4.4-5; Filipenses 2.6-11).

Em harmonia com isto, às vezes se faz referência a alguns atributos que são próprios da deidade, porém, toda a pessoa é o sujeito (João 8.58); às vezes acontece o contrário (João 19.28); às vezes, Jesus é descrito de acordo com a Sua natureza divina, porém, o que se diz Dele se refere à natureza humana (Atos 3.15); às vezes acontece o contrário (João 6.62). Outras vezes o Senhor é descrito de acordo com uma de Suas naturezas, porém, o que se diz Dele corresponde às duas naturezas (João 5.25-27; Mateus 27.46). Deus te abençoe!!!


SEPTUAGÉSIMO QUARTO CAPITULO DO SEMINÁRIO PARA PASTORES E LIDERES DA COMUNIDADE CRISTÃ BELA AURORA E UBÁ!!!


Maurílio Souza...


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