MENSAGEM DA CRUZ

MENSAGEM DA CRUZ
ESPAÇO LITERARIO SOBRE A MENSAGEM DA CRUZ :

domingo, 7 de agosto de 2016

VIDA SERTANEJA DO CAIPIRA SONHADOR: (CRÔNICA PR MAURÍLIO SOUZA)



Eu venho do sertão do pé da serra da colheita do algodão, das mãos calejadas e pés cascorentos e empoeirados da lida da roça em seu roçado. Eu venho das colheitas dos cafezais barulhentos dos vendavais que empurravam os galhos de café riscando meu rosto cheio de marcas e rugas que contam minha historia com riscos e rabiscos de um rosto com feições de cansaço da vida do mateiro. Eu venho dos banhos da cachoeira, das braçadas dos rios com aguas caudalosas. Venho das caçadas dos jacus, antas e jacarés. Venho dos ninhos dos passarinhos dos coleiros e canarinhos que com seus trilhados fazendo as trilhas sonoras dos rincões de Minas Gerais...


Venho dos carros de bois, das retiradas de leite da mimosa vaca amansada nos laços da fazenda. Venho das pescas de carás e tucunarés das profundas aguas barrentas do açudão. Venho das cercas de taquaras dos bambus cortados no meio que cercam o casebre de taipas. Venho dos galinheiros dos galos e galinhas carijós, do canto que despertam as matas dos galos galinzes que corriam assustados do galo índio manda chuva do terreirão com seu chão endurecido dos pés descalços dos colonos. Venho das musicas caipira de raiz, das sanfonas e viola caipira que faz os sertanejos chorarem com seus versos e harmonia do amor não correspondido da cabocla mais faceira e formosa do lugar...


Venho das aguas de coité guardadas nas cabaças de barro de argila. Venho dos fogões de lenha com suas fumaças liberadas nos chaminés de manilhas, venho do arroz com feijão, das farinhas de mandiocas misturadas ao açúcar que eram nossa sobremesa, doce gostoso e entalador. Venho das coberturas de sapés presos nos cipós nos entrelaçados das esteiras que faziam o forro guardador. Venho dos piados dos jacarés que soavam nos brejos do estradão, venho dos cantos de batráquios com rãs, sapos e pererecas. Venho das falas arrastadas dos pitos de palhas e cachimbo com sua fumaça mal cheirosa. Venho da lamparina de querosene que marcavam os olhos e nariz escurecendo os lados dos olhos deixando eles ainda mais tristes das prosas que contam a VIDA SERTANEJA DO CAIPIRA SONHADOR...


“Deus te abençoe” Pr Maurílio Souza...

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